IMPOSTOS EM SÃO PAULO

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A NEGAÇÃO DA MINISTRA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL E A EMISSÃO DOS GASES CAUSADORES DO EFEITO ESTUFA

Emissão de gases do efeito estufa cresceu 7,8% no país

Todos os setores responsáveis pelas emissões apresentaram crescimento, com destaque para o setor da energia (7,3%) e do desmatamento (16,4%)
Poluição cresce 7,8% no país, segundo levantamento
A emissão de gases causadores do efeito estufa no país aumentou 7,8% no ano passado, na comparação com o ano de 2012. O levantamento mostra que houve uma mudança de trajetória negativa para o país, uma vez que, de 2011 para 2012, havia sido registrado queda de 4,7%. Os dados fazem parte do inventário divulgado nesta quarta-feira, na capital paulista, pelo Observatório do Clima, uma rede formada por várias organizações da sociedade civil que atuam em mudanças climáticas, entre elas Greenpeace, SOS Mata Atlântica , WWF Brasil e Instituto Socioambiental. Segundo o estudo, as emissões passaram de 1,46 giga tonelada (Gt) em 2012 para 1,57 Gt em 2013, considerando todo o Brasil. Todos os setores responsáveis pelas emissões apresentaram crescimento, com destaque para o setor da energia (7,3%) e do desmatamento (16,4%). De acordo com Tasso Azevedo, coordenador técnico do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima, a perspectiva para os setores, que incluem agropecuária, energia, desmatamento, indústria e resíduos (lixo e esgoto), é de crescimento na emissão de gases nos próximos anos. - “As projeções baseadas em dados do ano passado apontavam 1,7 Gt em 2020, sendo que a meta era não passar de 2 Gt. A gente refez essa trajetória, conforme o comportamento atual, e ficou em 2,2 gigas toneladas em 2020”, disse ele. O estado que mais contribui para a emissão de gases no ano passado foi o Pará, seguido pelo Mato Grosso, devido ao desmatamento e à atividade agropecuária. Descontados esses dois setores relacionados ao uso da terra, despontam como maiores emissores os estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. A emissão per capita no país foi de 7,8 toneladas, uma redução drástica ao longo dos anos, já que, em 1995 a emissão era de 18 toneladas per capita. A redução está relacionada com a queda do desmatamento da Amazônia, mas está, ainda, distante do ideal, um patamar entre 1 e 3 toneladas per capita. De acordo com André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima, as emissões brasileiras representam 3% do total das emissões globais. O país tem 2,8% da população do planeta e responde por 5% do território. Os números, para ele, são satisfatórios, já que em 2004, o país respondia por 6% das emissões mundiais. - “A gente vem mostrando que o Brasil fez um grande esforço e diminuiu as emissões, mas o objetivo do Observatório com essas estimativas é que possamos detectar tendências, e tentar corrigir ou pensar em novas políticas públicas”, declarou. 

Ministra do Meio Ambiente nega que desmate seja culpado pelo aumento de emissões em 2013

19/11/14 às 15:35 Folhapress
 BRASÍLIA, DF - A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) negou nesta quarta (19) que o desmatamento na floresta Amazônica possa ser o responsável pelo aumento de emissões de carbono do país em 2013. Questionada sobre se esse avanço estava relacionado ao aumento do desmatamento, a ministra respondeu: "Não. Ao contrário, porque nós temos as menores taxas de desmatamento nos últimos quatro anos", afirmou após uma reunião do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), no qual ela fez um balanço de seus quatro anos no ministério. Ela disse, porém, que não poderia comentar detalhadamente o número, revelado pela Folha de S.Paulo. "Eu não vi o dado. Também na semana passada o Ministério de Ciência e Tecnologia divulgou o cenário de emissões do Brasil com redução de emissões. O Brasil não é um país que tem metas obrigatórias de redução de emissões. O Brasil tem metas voluntárias, embora ele esteja mudando essa curva, que era esperada, de aumento de emissões porque o país está em desenvolvimento." Teixeira voltou também a negar que o governo tenha segurado os dados de desmatamento da Amazônia por motivos eleitorais. "Não é verdade. O [sistema de imagem de satélite] Deter é sistema de alerta para a fiscalização. Neste ano, veja quantas vezes o Ibama divulgou. Divulgou em fevereiro e divulgou no final de agosto, início de setembro. No ano passado, veja quantas vezes o Ibama divulgou o sistema de alerta. Então eles têm um novo pacto", disse. "As informações serão tornadas disponíveis de acordo com o rito que o Inpe e o Ibama estão adotando. Haverá transparência naquilo que não for dado sigiloso. Tem gente usando nossas informações para fazer armadilhas com a fiscalização." Segundo ela, é necessário ter "serenidade" sobre os números que apontam o aumento da derrubada da mata. "Taxa de desmatamento, isso foi um alerta. Temos que ter serenidade para tratar as informações. Estamos trabalhando com a fiscalização em campo, medidas de controle, entendendo e cobrando dos Estados, porque tem a ver com manejo florestal, com um ano seco com muita degradação." IMAZON Durante a apresentação do balanço de sua pasta, ao falar sobre desmatamento, Teixeira afirmou que os dados da ONG Imazon, que indicam aumento do desmatamento, historicamente não "dialogam" com os resultados do sistema oficial de monitoramento. Ela afirmou que o sistema da ONG, entre 2008 e 2013, sempre "errou" (segundo os termos de sua apresentação) em relação ao desmatamento real anual. Esse erro, afirmou a ministra, variou de 55% (2009) a 228% (2013). Durante o balanço, ela listou de maneira elogiosa centenas de ações realizadas por sua gestão e de maneira repetida, mas indireta, criticou o trabalho de seus antecessores na pasta -Carlos Minc e Marina Silva. "Entregamos um ministério muito distinto do que encontramos. Os ganhos são expressivos."