Por Fábio de Castro Agência FAPESP – Uma série de estudos realizados na Mata Atlântica 
indica que a defaunação – perda de mamíferos e aves devido à caça –, ao 
modificar as forças seletivas, pode desencadear rápidas mudanças evolucionárias. 
As pesquisas demonstraram que o processo gera novos impedimentos ecológicos para 
a população de plantas, afetando sua demografia ao aumentar a predação de 
sementes.Os estudos estão relacionados ao Projeto Temático “Efeitos de um gradiente de 
defaunação na herbivoria, predação e dispersão de sementes: uma perspectiva na 
Mata Atlântica”, financiado pela FAPESP e coordenado por Mauro Galetti, 
professor do Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade Estadual 
Paulista (Unesp). Galetti, que pesquisa o tema há cerca de 20 anos, apresentou alguns dos 
resultados do Projeto Temático durante a conferência internacional Getting 
Post 2010 – Biodiversity Targets Right realizada este mês pelo Programa 
Biota-FAPESP em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a 
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). De acordo com Galetti, o Brasil tem 35% das espécies ameaçadas de mamíferos 
no mundo. A perda de habitat e a fragmentação da floresta são os principais 
fatores de ameaça, mas metade das espécies sofre com a caça. O tamanho do corpo 
é um dos preditores de ameaça de extinção. Segundo o cientista, a escala de 
defaunação é gigantesca em todo o mundo, chegando a 20 milhões de animais mortos 
por ano em regiões como a África central. “Verificamos que na Mata Atlântica do Estado de São Paulo há muita caça 
também. Um de nossos mestrandos entrevistou caçadores por um ano no Parque 
Estadual da Serra do Mar e constatou que 96 mamíferos haviam sido abatidos”,disse Galetti. É um número alto, considerando as características da região, segundo ele. Em 
um Projeto Temático anterior coordenado por Galetti, sobre a conservação de 
grandes mamíferos, os dados da Mata Atlântica foram comparados com os da 
Amazônia, indicando a abundância no número de espécies de mamíferos no primeiro 
bioma. A abundância de mamíferos na floresta contínua com pouca caça na Mata 
Atlântica é muito maior do que em locais com caça. No caso da queixada 
(Tayassu pecari), por exemplo, a abundância é 30 vezes menor em áreas com 
caça. Os mamíferos são responsáveis por pelo menos 30% da dispersão das cerca de 
2,5 mil espécies de plantas na Mata Atlântica. Mas isso corresponde a um 
processo complexo que envolve os efeitos da presença de animais de diversos 
tamanhos com inúmeras relações com as espécies vegetais. “Desenvolvemos um modelo de redução de megaherbívoros para estudar esses 
efeitos. Conforme aumentamos a perturbação no modelo, as populações de grandes 
mamíferos entraram em colapso. Mas, por outro lado, as populações de mamíferos 
de médio porte chegam a aumentar em áreas perturbadas”, disse. O modelo, segundo ele, aponta um aumento quase linear na abundância de 
roedores quando há uma perturbação que leva as populações de grandes mamíferos 
ao colapso. “Esse modelo já foi testado experimentalmente na savana africana, na 
observação da abundância de ratos em áreas com e sem elefantes. Quando não há 
elefantes, a população de ratos aumenta muito”, contou. Na savana africana, no entanto, há apenas um roedor. Na floresta tropical, 
com diversidade muito maior de pequenos mamíferos, os processos são mais 
complexos. O grupo de Galetti realizou um estudo comparando a abundância de pequenos 
mamíferos em duas áreas separadas por uma distância de 15 quilômetros. Ambas 
apresentavam uma diferença considerável quanto à biomassa de mamíferos. “A riqueza de espécies nas duas áreas era exatamente igual. Mas há uma 
estrada que passa entre as duas áreas e, de um lado, o ambiente é dominado por 
queixadas, enquanto do outro lado predominam os esquilos. Com exceção dessa 
característica, que resulta em uma diferença na biomassa dos mamíferos, as 
populações de animais nas duas são muito semelhantes”, explicou. Duas tecnologias foram usadas para avaliar os mamíferos: as armadilhas de 
interceptação e queda conhecidas como pitfall traps e as armadilhas do 
tipo live trap. A primeira mostrou mais eficiência para registrar as 
diferenças na abundância dos animais. “Avaliamos se a diferença de abundância das duas espécies nas duas áreas 
poderia ser decorrência da abundância de cobras, mesopredadores, limitação de 
recursos e de microhabitat. Mas tudo isso foi rejeitado como hipótese 
alternativa. A hipótese que estamos aceitando é que a presença da queixada afeta 
a abundância de pequenos roedores”, disse Galetti. Dispersão modificada De acordo com o coordenador do Projeto Temático, espera-se que a predação de 
sementes seja maior em uma floresta com mais presença de roedores. “Testamos isso em um estudo com a palmeira Euterpe edulis, que é usada 
na produção de palmito. Ela tem suas sementes predadas por aves e muitas 
espécies de mamíferos. Escolhemos quatro áreas sem queixadas e três com 
queixadas para fazer o estudo”, contou Galetti. Os pesquisadores instalaram, nas áreas escolhidas, câmeras que permitem 
calcular o número de sementes predadas. “Nas áreas defaunadas, sem as queixadas, 
a predação de sementes por roedores cresce consideravelmente. Nos fragmentos 
defaunados só os roedores predam as sementes da palmeira, mas a proporção dessa 
predação é aumentada em seis vezes”, disse. Além do aumento na predação, as áreas defaunadas sofrem com maior dificuldade 
de dispersão das sementes, que é feita principalmente por animais que as ingerem 
e as regurgitam em outras partes da floresta. Em áreas não defaunadas, segundo Galetti, o maior dispersor das sementes do 
palmito é o tucano. Quando a área é defaunada, o maior dispersor são aves do 
gênero Turdus, que inclui o sabiá. O problema é que sua capacidade de dispersão 
não é a mesma, pois trata-se de uma ave sete vezes menor que o tucano. “As aves grandes consomem sementes maiores. Testamos isso com aves em 
cativeiro. Na área defaunada, há uma redução do tamanho das sementes dispersas. 
As plântulas que se originam das sementes grandes têm mais vigor e podem 
sobreviver mesmo depois de ser parcialmente predadas”, disse. Os estudos mostraram também que, nas áreas defaunadas, as sementes maiores 
apresentam maior chance de escapar da predação, devido à ausência de predadores 
de médio e grande porte. “Sementes menores sofrem maior pressão de predação”, 
disse Galetti.
Roseli B. Torres
Núcleo de P & D Jardim 
Botânico
Herbário IAC
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- Campinas - SP - Brasil
tel. 55 (19) 3202 1811
rbtorres@iac.sp.gov.br
Iguape 28 de dezembro de 2010 
Caros amigos,encaminhamos convite para 
a manifestação da União dos Moradores da Juréia- UMJ em apoio à 
comunidade do Utinga Grande (Estação Ecológica da 
Juréia-SP)
LOCAL: ENTRADA DA ESTRADA PARA O 
GUARAÚ (FOLHA) PERUÍBE -SP
DATA : 29 DE DEZEMBRO DE 2010 
(amanhã)
HORÁRIO: 07 hs 30 
min
Justificativa
Pressionado por uma ação do 
Ministério Público, baixou a Portaria normativa FF nº 
144/2010. que foi comunicada às comunidades 
em dezembro, (A ação do MP teve sentença no mês de setembro, havia tempo 
suficiente para varias discussões sobre o assunto).A Portaria foi criada sem bases, 
que impede e limita o corriqueiro acesso dos turistas à comunidade do Utinga 
Grande. Os comunitários se preparam durante o ano para receber os turistas neste 
final de ano e poder conseguir algum recurso.Todo seu esforço na compra de 
alimentação, etc será jogado no lixo.
A UMJ tentou por várias vezes uma 
conversa com o Diretor da Fundação Florestal, sem sucesso. (conforme 
anexo) Realmente parece uma PIADA o 
Estado não conseguiu cumprir sua função; preservar a Estação Ecológica da 
Juréia, e pior, levou a exclusão social todas as comunidades que vivem dentro 
dos limites da reserva, gerando medo, insegurança  e forçando as comunidades a migrarem para as 
periferias das cidades causando mais transtornos sociais.Os moradores da Juréia são 
agricultores, extrativistas, comunidades tradicionais que não receberam nenhum 
apoio ou ressarcimento pelos anos de impedimento de suas atividades e 
perseguição exercida das pelo Governo de SP nestes 25 anos de gestão PSDB sobre 
a ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA  JURÉIA.Trata-se de outro episódio deste 
Governo Estadual que demonstra completa ignorância aos processos de democracia 
participativa que este país esta vivendo.Por fim neste momento mundial de 
confraternização o Estado de São Paulo, representado neste ato pela Fundação 
Florestal do Estado, resolve no calar da noite impor uma portaria sem nenhuma 
discussão anterior. Atos como esse caracterizam 
estados tecnocratas, as ditaduras onde o ser humano, principalmente os excluídos 
são meros números estatísticos.BASTA NA POLÍTICA AMBIENTAL 
PAULISTA QUE CRIMINALIZA O AGRICULTOR, O PESCADOR E AS COMUNIDADES 
TRADICIONAIS.
PS. Nestes vinte e cinco anos de 
luta dos moradores da Juréia pela reclassificação da reserva para todas as 
comunidades. Realizamos dezenas de manifestos nunca houve um confronto com a 
polícia. É de responsabilidade deste Governo caso haja algum incidente de 
violência. Arnaldo das 
Neves Conselho de Representantes da 
União dos Moradores da Juréia- UMJ
 MEMÓRIA DO BLOG PÓS COP 16:
http://transnet.ning.com/profiles/blog/show?id=2018942%3ABlogPost%3A65662&xgs=1
xg_source=msg_share_post
 (copie e cole na barra de seu navegador)
SOBREVIVÊNCIA NECESSÁRIA 
 http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/jacares+urbanos+dividem+espaco+com+a+populacao+em+manaus/n1237934289753.html
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|  | 
| Grupo de Sensibilização e observação NAS 
CAVERNAS DO PETTAR-SP 2007 | 
 
 
 
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