Ferramenta criada para a disciplina “Tópicos Avançados em Ambiente e Sociedade I”oferecida pelo Nepam - Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp com o objetivo de propor discussões sobre educação, ambiente e sociedade a partir de materiais provenientes de diferentes áreas, incentivando e permitindo o encontro com a diversidade do pensamento.
Está na edição de hoje (domingo) no LA
STAMPA de Turim (original colado abaixo) que o chamado "processo criminal do
século" (comparado ao de Nuremberg), que desde de dezembro de 2009 foi
instaurado na Itália para apurar o crime de
homicídio doloso (intencional) contra os magnatas do amianto, Stephan
Schmidheiny, um dos homens mais ricos do mundo, e o barão belga Louis de Cartier
de Marchienne, cujas famílias controlaram a ETERNIT por quase um século , vai
estender o procedimento investigativo também às vítimas italianas e de origem
italiana que trabalharam nas fábricas da ETERNIT do Brasil, como já foi feito
com as 11 vítimas italianas que trabalharam nas fábricas suíças do grupo
transnacional. O famoso Procurador de Justiça
italiano, Raffaele Guariniello,que investigou temas polêmicos como
a cartolagem do futebol italiano, e agora se dedica full time ao caso das
vítimas do amianto, virá ao Brasil no final de agosto para um seminário em
Brasília com seus colegas Procuradores de Justiça no Brasil, para colher maiores
informações e apoio para este processo criminal, além do que já foi ofertado
como provas iniciais pela ABREA-Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto e
seus advogados (ALINO E ROBETO & ASSOCIADOS), que já lhe enviou uma série
de documentos que mostram a ligação da empresa brasileira (1939-1990) com a
multinacional suíça que operou em diversos países. Dr. Guariniello, através de carta
rogatória, solicitará às autoridades brasileiras - através da mediação do
Ministério da Justiça - dados sobre o número de empregados que trabalharam
na fábrica do Rio de Janeiro ( a primeira a ser investigada), as condições em
que trabalharam, a eventual presença de controle sanitário existentes na
empresa.
Dr. Mauro Menezes, representando a
ANPT-Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, esteve ontem em Turim com
Dr. Guariniello para ratificar o convite oficial da entidade, que representa os
procuradores do trabalho brasileiros, e acertar os últimos detalhes para o
encontro no final de agosto em Brasília com os colegas dos Ministérios Público
do Trabalho e Estaduais, que poderão auxiliar Dr. Guariniello nesta importante
ação, já que um trabalhador da região do Piemonte, onde fica Turim, trabalhou na
fábrica do Rio de Janeiro da ETERNIT e de volta na Itália morreu de mesotelioma
de pleura; caso este sentinela que levou o Procurador Guariniello a estender a
investigação criminal para as fábricas da ETERNIT no Brasil, na busca de outros
casos semelhantes. Pesquisa neste sentido já se iniciou pela ABREA com ajuda de
entidades italianas de assistência (Patronato INCA) e Associação de Familiares
Vitimados pelo Amianto de Casale Monferrato na Itália para localizar estes
ex-empregados de origem italiana ou nativos, inclusive com busca nos arquivos da
imigração italiana no Brasil.
Se condenados, o barão belga e o
magnata suíço, poderão cumprir pena de prisão de até 13 anos pela acusação de
desastre ambiental doloso e de até 10 pelo não cumprimento voluntário das nomas
sobre segurança no trabalho. O dolo está baseado na suposição de que, apesar
deles terem conhecimento dos problemas, eles não adotaram medidas
apropriadas. Caso haja esta condenação, isto será
um precedente nunca antes visto, pois será a primeira vez que o crime
corporativo ou do colarinho branco terá uma punição exemplar, onde os
verdadeiros donos, e não seus prepostos, cumprirão pena, além das indenizações
que o processo busca para as vítimas.
Até a vitória
Fernanda Giannasi
Coordenadora da Rede Vitual-Cidadã
pelo Banimento do Amianto para a América Latina
O Movimento dos Atingidos por Barragens historicamente tem resistido contra a construção de barragens e lutado pela garantia dos direitos dos atingidos. Com a ameaça de Belo Monte, mais uma vez se faz necessário e urgente denunciar que a água e a energia não são mercadorias e que a vida do povo e do meio ambiente deve ser respeitada.Neste sentido,produzimos o vídeo:“Xingu,o sangue da nossa sobrevivência”, que retrata a luta e a resistência dos povos do Xingu contra Belo Monte. O vídeo foi dirigido e editado pelo cineasta italiano Andrea Rossi, diretor do filme “O Chamado do Madeira”. O lançamento será no Rio de Janeiro, às 20 horas do dia 22 de julho (Escola de Educação Física, UFRJ – Ilha do Fundão). Convidamos a todos e a todas para que participem de mais este ato de manifestação pública contra Belo Monte. O vídeo pode ser acessado pelos links abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=jgEcU5N_VSk I Parte http://www.youtube.com/watch?v=3ENk1q5g6gg II Parte http://www.youtube.com/watch?v=Eog_SjVHql4 III Parte http://www.youtube.com/watch?v=LPmVic8yxiQ IV Parte final Em defesa da Amazônia, não à Belo Monte! Águas para vida, não para morte! Setor de Comunicação _ Movimento dos Atingidos por Barragens MEMOMÓRIA DO BLOG
No último dia
09 de junho de 2010, o Dep. Federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) apresentou o
seu relatório à Comissão Especial, criada na Câmara dos Deputados, para
analisar o Projeto de Lei nº. 1876/99 e outras propostas de mudanças no
Código Florestal e na Legislação Ambiental brasileira. O referido
relatório, de mais de 250 páginas, apresenta a proposta de substituição
do Código Florestal (Lei nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965).
Apesar de ser de
1965, o Código Florestal é bastante atual, pois está baseado em uma
série de princípios que respondem às principais preocupações em torno do
uso sustentável do meio ambiente.
Nesse sentido, as entidades populares,
agrárias e ambientalistas, reconhecendo a necessidade de atualizar as
leis, sempre defenderam o aperfeiçoamento do Código Florestal,
especialmente para adequá-lo à realidade da agricultura familiar e
camponesa. Há a concreta necessidade de se criar regulamentações que
possibilitem ao Código atender às especificidades da agricultura
familiar. Além disto, é essencial uma série de políticas públicas de
fomento, crédito, assistência técnica, agroindustrialização e
comercialização, as quais garantirão o uso sustentável das áreas de
reserva legal e proteção permanente.
Estas mudanças, no entanto, são muito
distintas das propostas no Projeto de Lei (PL). Isso porque, segundo
cálculos de algumas entidades da área ambiental, a aplicação do mesmo
resultará na emissão entre 25 bilhões a 30 bilhões de toneladas de gás
carbônico só na Amazônia. Isso representa em torno de seis vezes a
redução estimada de emissões por desmatamento que o Brasil estabeleceu
como meta. Consequentemente, esta emissão impediria o país de cumprir
esta meta assumida na conferência do clima de Copenhague.
Podemos afirmar que
todo o texto do Projeto de Lei é insatisfatório, privilegiando
exclusivamente os desejos das forças mais arcaicas do Brasil: os
latifundiários. Dentre os principais pontos crítico do PL, podemos
citar:: anistia completa aos desmatadores; a abolição da Reserva Legal
para agricultura familiar; a possibilidade de compensação desta Reserva
fora da região ou da bacia hidrográfica; e a transferência do arbítrio
ambiental para os Estados e Municípios.
Primeiro, de acordo com o substitutivo, a
responsabilidade de regulamentação ambiental passará para os estados. É
fundamental entendermos que os biomas e rios não estão restritos aos
limites de um ou dois Estados, portanto, não é possível pensar em leis
estaduais distintas capazes de garantir a preservação dos mesmos. Por
outro lado, esta estadualização representa, na prática, uma
flexibilização da legislação, pois segundo o próprio texto, há a
possibilidade de redução das áreas de Preservação Permanentes em até a
metade se o estado assim o entender.
Em segundo lugar, o Projeto acaba por
anistiar todos os produtores rurais que cometeram crimes ambientais até
22 de julho de 2008. Os desmatadores que descumpriram o Código Florestal
terão cinco (5) para se ajustar à nova legislação, sendo que os mesmos
não poderão ser multados neste período de moratória e ficam também
cancelados embargos e termos de compromisso assinados por produtores
rurais por derrubadas ilegais. A recuperação dessas áreas deverá ser
feita no longínquo prazo de 30 anos!
Em terceiro lugar, o Projeto desobriga a
manutenção de Reserva Legal para propriedades até quatro (4) módulos
fiscais, as quais representam em torno de 90% dos imóveis rurais no
Brasil. Essa isenção significa, por exemplo, que imóveis de até 400
hectares podem ser totalmente desmatados na Amazônia – já que cada
módulo fiscal tem 100 hectares na região –, o que poderá representar o
desmatamento de aproximadamente 85 milhões de hectares. É fundamental
entendermos que a Constituição Federal estabeleceu a Reserva Legal a
partir do princípio de que florestas, o meio ambiente e o patrimônio
genético são interesses difusos, pertencente ao mesmo tempo a todos e a
cada cidadão brasileiro indistintamente. E é fundamental ter claro que
nenhum movimento social do campo apresentou como proposta essa abolição
da RL, sempre discutindo sobre a redução de seu tamanho (percentagem da
área total, principalmente na Amazônia) ou sobre formas sustentáveis de
exploração e sistemas simplificados de autorização para essa atividade.
Ainda sobre a
Reserva Legal, o texto estabelece que, nos casos em que a mesma deve ser
mantida, a compensação poderá ser feita fora da região ou bacia
hidrográfica. Além disso, esta recomposição poderá ser feita por meio do
plantio de espécies exóticas. Isso significa que a supressão de
vegetação nativa pode ser compensada, por exemplo, por monoculturas de
eucaliptos, pinus, ou qualquer outra espécie, descaracterizando o bioma e
empobrecendo a biodiversidade.
O Projeto de Lei traz ainda uma conseqüência
nefasta, ou seja, a anistia dos desmatadores ou a isenção em respeitar o
mínimo florestal por propriedade, destrói a possibilidade de
desapropriação daquelas propriedades que não cumprem a sua função
ambiental ou sócio-ambiental, conforme preceitua a Constituição Federal
em seu art. 186, II.
Em um momento onde
toda a humanidade está consciente da crise ambiental planetária e
lutando por mudanças concretas na postura dos países, onde o próprio
Brasil assume uma posição de defesa das questões ecológicas nacionais e
globais, é totalmente inadmissível que retrocedamos em uma legislação
tão importante como o Código Florestal. É inaceitável que uma legislação
de 1965 seja mais moderna, ética e preocupada com o futuro da sociedade
brasileira do que uma proposta de 2010.
A proposta do deputado Aldo Rebelo atenta
violentamente contra a sua história de engajamento e dedicação às
questões da sociedade brasileira. Ao defender um falso nacionalismo, o
senhor deputado entrega as florestas brasileiras aos grandes
latifundiários e à expansão desenfreada do agronegócio. Ao buscar
combater supostas influencias de ONGs internacionais, se esquece que na
realidade que é internacional é o agronegócio brasileiro, subordinado ao
capital financeiro estrangeiro e às transnacionais do setor
agropecurário e agroquímico. A sua postura em defesa do agronegócio o
coloca imediatamente contrário à agricultura camponesa e familiar, a
qual diz defender.
Por isso, nós,
intelectuais, artistas e organizações sociais abaixo-assinadas, exigimos
a total rejeição do Projeto de Lei de autoria do deputado Aldo Rebelo.
VIA CAMPESINA
MST – MOVIMENTO DOS
TRABALHADORES E TRABALHADORAS SEM TERRA
MPA – MOVIMENTO DOS PEQUENOS
AGRICULTORES
MMC
– MOVIMENTO DAS MULHERES CAMPONESAS
FETRAF – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS
TRABALHADORES NA AGRICULTURA FAMILIAR
CIMI – CENTRO INDIGENÍSTA MISSIONÁRIO
CPT – COMISSÃO PASTORAL
DA TERRA
CNASI – CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DE ASSOCIAÇÕES DOS SERVIDORES DO INCRA Depoimento Lider Guajajara
Dr. Evandro Vieira Ouriques, pesquisador e consultor, é conhecido
pela sua liderança através da mente Management, trabalhando com a cultura
organizacional e individual como base para a Sustentabilidade e, assim, a
Democracia. Ele é um pioneiro no avanço da Teoria da Comunicação e Cultura, à
frente da Sustentabilidade Imperativos-Dr. primeiro livro 'Ouriques, Ecologia
Total, foi escrito em 1975. Ouriques 'Dr. foco é no-Economia Política da Comunicação
Psycho, que contém sua teoria sustentável de comunicação e metodologias de
funcionamento, a utilização sustentável Mind Management: a quarta e última
Bottom Line (SMM) e Diagnóstico Visual Estratégico (SVD). Uma cruz-disciplinar, desde 1984, Dr. Ouriques é Coordenador do
Centro de Estudos Trans-disciplinar em Comunicação e Consciência da Escola de
Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pesquisador
Associado do Programa Avançado de Cultura Contemporânea e Diretor de
Comunicação e Cultura com o Centro de Estudos do Futuro pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Seus temas principais são: Território
Mental e Ação; Política e Discurso; Participação e Alternativas para o
Desenvolvimento; Diálogo Multicultural; Non-dualismo; de juros, o poder eo dom,
Cultura Digital, Redes e Direitos à Comunicação, Liberdade e Social Bondage,
Non-Violent Estado Mental; Mythology Creative e Imagem e Consciência. Dr.
Evandro Ouriques é membro de acadêmicos e associações profissionais no Brasil e
no exterior, bem como conselhos de redacção, e mantém várias parcerias com
organizações como a UNESCO. De 'extensa bibliografia Ouriques Dr, destaques incluem: Diálogo
Entre as Civilizações: a Experiência Brasileira (Diálogo entre as Civilizações:
a experiência brasileira, 2003); Território Mental: o Nó Górdio da Democracia
(Mental Territory: A Democracia Gordian Knot, 2009) , Gestão da Mente
Sustentável: o Desenvolvimento Socioambiental Como Questão da Comunicação e da
Consciência (Mente Sustentável gestão sócio-ambiental do desenvolvimento:
como a questão da comunicação e consciência, 2006).
http://www.assembleiapopular.org/index.php/democratizacao-da-terra/166-plebiscito-popular-veja-como-fazer-parte.html Semana da Pátria- de 31 do 8 a 7 do 9 http://www.limitedaterra.org.br/videos.php DIA 24 DE AGOSTO DE 2010 Amazônia perde 29 áreas protegidas Por pressão de madeireiros, fazendeiros,
mineradores ou do próprio governo, 29 áreas protegidas na Amazônia foram
reduzidas ou extintas entre 2008 e 2009. O total de florestas perdidas no
processo foi de 49 mil km2. As reduções ocorreram sem consultas públicas ou
estudos técnicos, como manda a lei. Os dados são de um estudo do Imazon,
publicado hoje na internet. Os pesquisadores Elis Araújo e Paulo Barreto
levantaram 37 iniciativas entre novembro de 2008 a novembro de 2009 para reduzir
48 unidades de conservação ou terras indígenas na Amazônia. Até julho deste ano,
23 propostas haviam sido concluídas - 93% delas resultaram em perda da área
protegida. O Estado de Rondônia, o mais desmatado da Amazônia, é o campeão na
redução. Outro exemplo é a redução do Parque Estadual do Xingu, em Mato Grosso -
FSP, 22/8, Ciência, p.A27. Marquinho Mota Assessoria de Comunicação -
Rede FAOR faor.comunicacao@faor.org.br www.xingu-vivo.blogspot.com (91)
32614334 - FAOR (91) 8268 4457 - Belém (93) 9142 4472 - Santarém Pai da
Iamã, da Anuã e do Iroy Assessoria à Rádios Comunitárias Viva o Rio
Xingu, Viva o Rio Tapajós,Vivos Para Sempre!!!
"OLHO D´AGUA,BEIRA DE RIO, VENTO, VELA A BAILAR,BARCAROLA DO S.FRANCISCO ME LEVE PARA AMAR!"
FOTO:João Zinclar: Rio S.Francisco, chegando em Piranhas, Alagoas, com apenas 17% de sua capacidade... depois de muita chuva
Transposição do Rio São Francisco: Conhecemos essa história, de outros canais... Vindos de todos os estados do Nordeste, Minas Gerais e São Paulo nos encontramos em Campina Grande, na Paraíba. Somos 82 pessoas, vítimas dos impactos da malfadada Transposição do rio São Francisco e de outras grandes obras do capital que estão em curso no Nordeste. Representantes de movimentos sociais, sindicatos, associações, comunidades, ONGs, pastorais, nos reunimos durante os dias 17, 18 e 19 de junho de 2010 para discutirmos os males que a realização dessa obra tem nos causado e o que vamos fazer para enfrentá-los.O Projeto da Transposição representou para alguns, inicialmente, a esperança de ter acesso a água farta para nosso consumo e uso na produção. O início das obras, no entanto, revela a verdadeira natureza e as intenções inconfessas desse projeto. Trata-se de fortalecimento de um modelo de desenvolvimento econômico que serve ao grande capital nacional e internacional e não respeita a população que diz beneficiar. Longe disso, a Transposição tem representado prejuízos e ameaças principalmente para as populações mais pobres, entre elas camponeses, indígenas, quilombolas, moradores das periferias urbanas e não só eles. As suas graves conseqüências se estendem e vitimizam a todos nós nordestinos e brasileiros.
A promessa mentirosa de 12 milhões de beneficiados pela transposição já está evidente na longa lista dos impactos atuais sobre a população atingida pelas obras: desalojamento de famílias; perda dos meios de produção e das terras mais férteis; dificuldades de acesso à água; desemprego e subemprego; indenizações não pagas ou injustas; novas moradias não concluídas; escolas precarizadas; migração para as cidades; perda das raízes sociais e culturais; aumento da violência,da prostituição, da gravidez adolescente e do alcoolismo; depressão; casos de suicídio; desinformação e informação distorcida; intimidação e terrorismo sobre pessoas e comunidades resistentes; ameaças por parte de autoridades; funcionários públicos e de empresas; divisão e desintegração de famílias e comunidades; invasão de propriedades; poeira e insegurança nas estradas causadas pelo intenso tráfego de caminhões; casas rachadas em conseqüência de explosões; pequenas comunidades inchadas pela chegada de operários sem infra-estrutura de suporte; comunidades indígenas e quilombolas desrespeitadas; destruição de cisternas de água para consumo humano e uso agrícola e outras infra-estruturas de convivência com o semiárido; desmatamento; extinção de animais silvestres; seca de nascentes, interrupção de rios e riachos e envenenamento de águas; trabalho precário e superexplorado nas obras; pagamentos em atraso; desemprego com o término das obras; igreja dividida, omissa ou francamente favorável ao projeto; órgãos públicos não assumem responsabilidades, empurram para outros; atingidos sem ter a quem recorrer ...
"Queria esta água; mas não esperava que fosse desse jeito..."; "queria esta água mas não queria sair" são queixas muito ouvidas estes dias. Queremos água, terra e vida digna, mas dentro de um modelo que respeite a nossa cultura. O semiárido brasileiro é viável, tem água. São 70 mil açudes e 36 bilhões de metros cúbicos de água acumulada. Alternativas mais baratas e viáveis como as divulgadas pelo Atlas Nordeste da ANA (Agência Nacional de Água) e pela ASA (Articulação do Semiárido) estão mais de acordo com o belo sertão que vivenciamos e que almejamos.
O que precisamos é democratizar o acesso a esse bem tão precioso para a vida de todos nós. Isso é o que motiva a nossa luta e resistência. Por isso afirmamos o nosso compromisso em nos mobilizar e continuar na luta para que tenhamos vida e A História da Transposição não é nova, é a reedição de folhetins que conhecemos de outros canais. Frente Paraibana em Defesa das Terras, das Águas e dos Povos do Nordeste - Frente Cearense por uma Nova Cultura da Água e Contra a Transposição do Rio São Francisco - Articulação Popular pela Revitalização do São Francisco (MG, BA, PE, AL, SE) - Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) - Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) - Conselho Pastoral dos Pescadores - CPP (NE) - Comissão Pastoral da Terra Regionais NE I (CE), NE II (PE, PB, RN, AL) e NE III (BA) - Conselho Indigenista Missionário - Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) - Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Apodi/RN e Santa Maria da Boa Vista/PE - Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP) - Marcha Mundial das Mulheres - Diaconia. Ingrid Campos Articulação Popular do São Francisco - Assessoria de Comunicação (71) 3329-5750 / 3328-4672
http://www.saofranciscovivo.com.br/ MEMÓRIA DO BLOG:
População ribeirinha em manifestação contra a transposição do Rio S.Francisco em 2005 "Mais uma vez os homens, desafiados pela hora atual, se propõe, a si mesmos, como problema. Descobrem que pouco sabem de si, de seu "posto no cosmos", e se inquietam por saber mais" Paulo Freire, iniciando "Pedagogia do Oprimido" AINDA SOBRE AS ÁGUAS AS ÁGUAS TURVAS DA NESTLÉ Carla Klein Há alguns anos a Nestlé vem
utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar água marca
PureLife. Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por
muitas razões. As águas minerais, de propriedades medicinais, e
baixo custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas
doenças, que entrou em desuso, a partir dos anos 50, pela maciça campanha
dos laboratórios farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através
dos médicos. Mas o poder dessas águas permanece.Médicos da região, por
exemplo, curam a anemia das crianças de baixa renda apenas com água
ferruginosa. Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos
sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de
sua patente. A desmineralização de água é proibida pela
Constituição. Cientistas europeus afirmam que nesse processo a Nestlé
desestabiliza a água e acrescenta sais para fechar a reação.
Em outras palavras, a PureLife é uma água química.A Nestlé
está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar esgotando
por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a
saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé
está acima do permitido. Troca de dutos na presença de fiscais é
rotina. O terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando devido
ao comprometimento dos lençóis subterrâneos. A extração em níveis além do
aceito está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento
processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas
está sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades.
Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente
obteve essa licença no início de 2004. Um dos brasileiros atuantes
no movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após
anos de tentativas frustradas junto ao governo e imprensa para combater o
problema, conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A
Igreja Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ong verde ATTAC
uniram esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na
Suíça.Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin
conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do
Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a
fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, o governo
de Minas (PSDB), baixou portaria que regulamentava a atividade da Nestlé. Ao
invés de multas, uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal. Sem
aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada
de histórico duvidoso.Se a grande imprensa brasileira, misteriosa e
sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o
assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de
meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio
Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa
Nestlé, reclama que sofreu pressões do Governo Federal (PT), para calar a
boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apóia o
Programa Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.Diga-se
também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso
sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os
consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o
Fome Zero.E qual é a real participação da Nestlé no programa? A contratação
de agentes e, parece, também fornecendo o treinamento. Sim, a famosa Nestlé,
que tem sido há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda
mentirosa, enganando mães pobres e educadores para a substituição de leite
materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade.
A vendedora de leites e papinhas "substitutos" estaria envolvida
com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo
informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa:
compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e
informação.Mais preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a
legislação, permitindo a desmineralização "parcial" das águas.O que é isso?
Como será regulamentado? Se a Nestlé vinha bombeando água além do
permitido e a fiscalização nada fez, como irão fiscalizar a tal
desmineralização "parcial"? Além do que, "parcial" ou "integral", a
desmineralização é combatida por cientistas e pesquisadores de todo o
mundo.E por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à
Nestlé? O que nós cidadãos ganhamos com isso? Sabemos que outras
empresas, como a Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo
terrenos em importantes áreas de fontes de água.É para essas empresas que o
governo governa? Colabore. Transmita estas informações para outras
pessoas. Mais informações sobre o caso Nestlé emwww.cidadaniapelasaguas.net