IMPOSTOS EM SÃO PAULO

terça-feira, 29 de abril de 2014

ROTA DA LIBERDADE OU DA ESCRAVIDÃO ?



No Filme ' ASPIRINAS E URUBÚ" o diretor e o roteirista focaram um episódio passado no Brasil - no nordeste e norte - da chegada da BAYER no Brasil. Mais ainda! O MERCHANDISE era feito através da arte do cinema. Depois de declarado o final da II GUERRA MUNDIAL a história adentra-se na Amazônia. E a vocação da Amazônia ficou sendo a TERRA DE NINGUÉM desde sempre. Hoje não é diferente!
A ROTA HAITI_AFRICA_BRASIL nos coloca questões do nosso GENS histórico. A questão da imigração. Desde 2009, com o advento do terremoto no Haiti, assistimos levas e levas de refugiados entrando pela fronteira ilegalmente. Agora, em abril 2014 um fenômeno climático atingiu o Brasil e várias regiões do Planeta. A Amazônia inundou-se... e como era de se esperar atingiu a população de uma maneira sem precedentes. Não porque foi um fenômeno inédito! Não! Isso sempre aconteceu. As populações ribeirinhas tem arquiteturas que aguentam estes movimentos. Mas o impacto das grandes obras criou o que já se esperava. É só vermos aqui os estudos dos alunos da CCA-ECA-USP que estudam através deste BLOG os impactos comentamos . Leia aqui:
http://www.cca.eca.usp.br/noticia/545

As notícias de BLOGs da Amazônia nos dão conta da gravidade da situação diante da fragilidade socioambiental deste cenário: " Mais de 300 imigrantes haitianos, dominicanos e senegaleses que partiram de Rio Branco vão desembarcar de ônibus até o final desta segunda-feira (28) em São Paulo em busca de trabalho na cidade e em outras das regiões Sul e Sudeste. Trata-se de um fluxo migratório que tem se revelado crescente desde dezembro de 2010, quando os primeiros grupos de haitianos e dominicanos começaram a ingressar no território nacional a partir do estados do Amazonas e do Acre, na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Bolívia", comentou o jornalista Altino Machado. Não é isso que temos visto aqui em São Paulo. Mais de 700 migrantes chegaram de anteontem até hoje. Sem comida e sem agasalhos. Estamos a uma temperatura de 15o C a 18o C. Estou trazendo a fala de um dos primeiros migrantes pós-terremoto.


Leonel Joseph
Peço para vocês verem a história dele e os caminhos de mudanças "geopolíticas-humanas-econômicas" através de sua história.  - "Haitiano, 35 anos, licenciado em línguas modernas, o professor Leonel Joseph fala seis idiomas. Em abril de 2011,  estava abrigado num ginásio de esportes em Epitaciolândia (AC), na fronteira com a Bolívia, junto com outros 80 compatriotas. Entrevistado pelo Blog da Amazônia, ele anunciava que mais gente, fugindo da miséria, da violência e de um país devastado por terremoto, ia continuar procurando o Brasil em busca de solidariedade e trabalho. Leonel Joseph está desde 2012 em Navegantes (SC), onde vivem cerca de 700 haitianos. Ele trabalha na Challenge School, em Piçarras (SC), como professor de inglês, francês e espanhol. Aos domingos, ensina português aos imigrantes, além de ter fundado a Associação dos Haitianos de Navegantes."
É bom que entendermos os significativos pensamentos do Professor Leonel:
" - Eu diria que procure outro país porque o salário não está bom no Brasil. Os haitianos não podem nem alugar uma casa decente com o mísero salário, que oscila entre R$ 100 e R$ 800. Eles fizerem horas extras, mas o aluguel de um quartinho aqui varia de R$ 400 a R$ 500 reais, ou mais. De acordo com Leonel Joseph, os imigrantes passaram a enfrentar “problemas sérios” porque a empresas não querem mais contratar haitianos. - Eles querem ficar só alguns meses no trabalho e depois saem para viver como beneficiários do seguro desemprego. Aqui existe muito trabalho, as vagas sobram, mas os empresários não querem mais dar emprego. Agora, muitos haitianos estão desempregados. Além dos 700 que vivem em Navegantes, existem outros haitianos em cidades vizinhas ,como Itajaí, Balneário Camboriu, Itapema e muito mais. Eles não falam português nem espanhol, nada. Falam apenas crioulo e boa parte é analfabeta. Temos uma associação e ontem estávamos montando a de Itajaí. Já fizemos a de Itapema. Queremos organizar todos eles – relatou o professor".
Há um vídeo ao lado direito com o depoimento do Prof. Leonel Joseph logo que chegou ao Acre em 2010.




Odila Fonseca é cineasta
Membro da Sociedade de Coaching-Brasil