IMPOSTOS EM SÃO PAULO

domingo, 15 de dezembro de 2013

André Rieu - Hallelujah - FELIZ NATAL ALELUIA

DE PIRATAS E CAPITALISMO: VERSÕES DO MESMO FATO


Aproximadamente há um mês assisti  um filme impactante. "CAPITÃO PHILIPS". Conta a história do sequestro do Capitão do navio de carga norte americano por PIRATAS SOMÁLIS. Como somos comprometidos com a causa planetária não pude deixar de trazer aqui esta grande reflexão que este filme - documentário de Juan Falque nos mostra. Aliás estes fatos só foram revelados ao mundo depois do forte Tsunami no Sul do Pacífico e que nossa memória se lembra muito bem! Quando o tsunami atingiu a costa da Somália em 2006, o choque do depósito de LIXO  no mar trouxe a verdadeira face capitalista. IMPRENSCINDÍVEL assistir. O VÍDEO DOCUMENTÁRIO ESTÁ AO LADO NO TOPO
Odila Fonseca é cineasta
1- Para assistir ao documentário você poderá acessa-lo pelo link e colá-lo na barra de rolagem:
http://dotsub.com/view/8446e7d0-e5b4-496a-a6d2-38767e3b520a  

domingo, 1 de dezembro de 2013

GRUPO DE PESQUISA _UFMT_OBRAS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download [Revista Biografia]

BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download [Revista Biografia]

BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download
Complementando a lista o pessoal doArquivo Kronos disponibilizou para download, via Google Drive e Torrent, uma lista inédita com 52 obras BAUMAN,BOURDIEU e ELIAS.
Aproveitamos para dizer que, aos que não sabem, é necessário instalar um programa em seu computador caso queiram baixar via Torrent. O referido programa está disponível neste link:http://www.baixaki.com.br/download/utorrent.htm .
Ao instalá-lo, atente-se para não clicar em sidebar e em outros programas desnecessários que podem deixar sua máquina lenta. Se já tiverem o programa é só clicarem em "Get This Torrent" lá no site do Pirate Bay. Outra opção é baixar pelo Google Drive, sem precisar de programas, só que mais demorado, apenas uma obra de cada vez.
Clique nos links abaixo e terão acesso aos arquivos: Boa leitura!
http://gpeaufmt.blogspot.com.br/2013/11/bauman-bourdieu-e-elias-52-obras-para.html

sábado, 30 de novembro de 2013

SOBRE O DESAPEGO COMO CAMINHO PARA O AMOR PLENO (**)


MESTRE ECKHART(*):
 No sermão “O Amor é forte como a morte” (cf. Cântico dos Cânticos), Mestre Eckhart faz propostas de grande sabedoria espiritual. Tomemos o amor como a capacidade de acolhimento do Outro enquanto autêntico Outro, e não como projeção das minhas fantasias, desejos e expectativas. É o acolhimento do Outro na gratuidade, sem espera de retorno ou resultado. É escolher e praticar o bem do Outro, o serviço ao Outro pelo Outro, e não pelo que o Outro pode me dar em troca. Este é o Amor Incondicional, este é o Amor Pleno. Este é o amor Ágape, o amor que Jesus veio testemunhar, o amor que Aurobindo, Teilhard de Chardin e outros místicos proclamaram e praticaram ao longo de suas vidas e seus escritos. O centro da atenção de Eckhart neste sermão é a ideia de que o amor a Deus nos chama ao desapego de tudo aquilo que temos nesta existência, e de que a Morte vem nos privar. As três principais coisas que os humanos deixam quando fazem a Grande Passagem desta vida para outra são também aquelas das quais Eckhart nos convida ao desapego:
1* O que é passageiro – Eckhart nos convida a listar tudo que temos e tudo que somos durante esta travessia pela existência terrena: amigos, bens, honras, todas as criaturas... até mesmo o próprio corpo! Quem faz a Passagem já não pode praticar virtudes nem acumular méritos, já não pode realizar o amor carnal, já não pode cuidar da sua saúde física. Já não possui nada que só tome em consideração ele próprio, já não se movimenta com intenção utilitária, visando só o seu próprio bem ou o dos outros.
 2* Os bens e as consolações espirituais – são os bens que dão alegria à alma: beleza, ética, estética, comunicação, meditação, alegria ou tristeza, devoção, oração, virtude, êxtase, sede do Divino. Tudo isto sai do nosso alcance quando fazemos a Passagem. Sendo a morte um fato que separa a alma do corpo físico, o amor pelo Divino também mata o homo no sentido espiritual. Isto porque para chegar ao amor o homo tem que se desapegar do seu Eu, de certa forma separar-se de si mesmo pela força sublime do amor “que sabe matar com tal suavidade.” É quando o homo abandona todo egocentrismo, já não vive esta vida para proveito próprio.
 3* A radicalidade de Eckhart é incômoda para quem não se coloca como missão de vida o amor incondicional. Ele diz que é preciso desapegar-nos de toda expectativa de recompensa e todo mérito que ainda possamos ganhar como resultado do amor e do serviço ao próprio Ser Divino, até mesmo o tesouro da ‘vida eterna’. Desapegar-se do Divino, para que o Divino possa acolhe-nos em plena liberdade, e na plena liberdade nós possamos escolher o Divino, acolher o Divino, amar o Divino. “Ah, Deus! Quem poderia jamais levar a cabo esta tarefa se não constrangido pelo próprio amor a Te abandonar e a se desvencilhar de Ti por Ti. Quem poderia sacrificar a Deus o que tem de melhor e mais precioso – Ele próprio – por amor a Ele?!”
Resta examinarmos se a Encarnação não foi a linguagem divina para nos mostrar que devemos viver na plenitude de nós próprios – Corpo e Alma, Matéria e Espírito, como Jesus Cristo nos mostrou na Sua existência terrena. Se não somos chamados a cultuar a Matéria e a Mãe Terra como origens matriciais da vida, instrumentos sagrados da Criação e da Encarnação, da Morte e da Ressurreição, manifestações diversas do Uno que dá origem, sustenta, anima e faz convergir para Si todas as formas de vida.
(*) Eckhart de Hochheim, O.P. (Tambach, Turíngia, 1260Colonia, 1328), mais conhecido como Mestre Eckhart, em reconhecimento aos títulos acadêmicos obtidos durante sua estadia na Universidade de Paris, foi um frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média.
 (**) NOTA: Este artigo foi uma colaboração enviada para nosso Blog pelo Professor e Economista Marcos Arruda

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE PARA A SAÚDE


                                        "O PONTO DEUS"

L.Boff
Via de regra todos os operadores de saúde foram moldados pelo paradigma científico da modernidade que operou uma separação drástica entre corpo e mente e entre ser humano e natureza. Criou as muitas especialidades que tantos benefícios trouxeram para o diagnóstico das enfermidades e  também para as formas de cura
Reconhecido este mérito,  não se pode esquecer que se perdeu a visão de totalidade: o ser humano inserido no todo maior da sociedade, da natureza e das energias cósmicas e a doença como uma fratura nesta totalidade e a cura como uma reintegração nela.
Há uma instância em nós que responde pelo cultivo desta totalidade, que zela pelo  Eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é o cultivo daquilo que é próprio do espírito que é sua capacidade de projetar visões unificadoras, de relacionar tudo com tudo, de ligar e re-ligar todas as coisas entre si e com a Fonte Originária de todo ser.
Se espírito é relação e vida, seu oposto não é matéria e corpo mas a morte como ausência de relação. Nesta acepção, espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a  expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a  novos conhecimentos.
Neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Verificaram empiricamente que sempre que se captam os contextos mais globais ou ocorre uma experiência significativa de totalidade ou também quando que se abordam de forma existencial (não como objeto de estudo) realidades últimas, carregadas de sentido e que produzem atitudes  de veneração, de devoção e de respeito, se verifica uma aceleração das vibrações em hertz dos neurônios aí localizados. Chamaram a este fenômeno de “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”(Zohar, QS: Inteligência espiritual, 2004). Trata-se de uma espécie de órgão interior pelo qual se capta a presença do Inefável dentro da realidade.
Este fato constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Realidade Fontal sustendando todas as coisas. Dá-se conta de que  pode, surpreendetemente, entabular um diálogo e buscar uma comunhão íntima com ela. Tal possibilidade o dignifica, pois o espiritualiza e o leva a graus mais altos de percepção do Elo que liga e re-liga todas as coisas. Sente-se inserido no Todo.
Este “ponto Deus” se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto Deus”, tirar as cinzas  que uma cultura demasiadamente racionalista e materialista o cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore na vida das pessoas.
No termo, espiritualidade não é pensar Deus mas sentir Deus mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração.  Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentidos de existir.
Que importância emprestamos  a esta dimensão espiritual no cuidado da saúde e da doença? A espiritualidade possui uma força curativa própria. Não se trata de forma nenhuma de algo mágico e esotérico. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válidas como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras  dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão, de misericórida e de indignação face às injustiças deste mundo como o faz exemplarmente o Papa Francisco.
Além  de reconhecer todo o valor das terapias conhecidas existe ainda um supplément d’ame como diriam os franceses. Ela quer sinalizar  um complemento daquilo que já existe mas que o reforça e enriquece com fatores  oriundos de outra fonte de cura. O modelo estabelecido de medicina não detém, por certo, o monopólio do diagnóstico e da  cura. É aqui que encontra o seu lugar a espiritualidade.
A espiritualidade reforça na pessoa, em primeiro lugar, a confiança nas energias regenerativas da vida, na competência do médico/a e no cuidado diligente ou do enfermeiro/a. Sabemos pela psicologia do profundo e da transpessoal, do valor terapêutico da confiança na condução normal da vida. Confiar significa fundamentalmente afirmar: a vida tem sentido, ela vale a pena, ela detém uma energia interna que a autoalimenta, ela é preciosa. Essa confiança pertence a uma visão espiritual do mundo.
Pertence à espiritualidade, a convicção de que a realidade que captamos é maior do que as análises nos dizem. Podemos ter acesso a ela pelos sentidos interiores, pela intuição e pelos secretos caminhos da razão cordial. Percebe-se que há uma ordem subjacente à ordem sensível, como o sustentava sempre o grande físico quântico, prêmio Nobel, David Bohm, aluno predileto de Einstein.
Esta ordem subjacente responde pelas ordens visíveis e ela sempre pode nos trazer surpresas. Não raro, os próprios médicos/as se surpreendem, com a rapidez com que alguém se recupera ou mesmo como situações, normalmente, dadas como irreversíveis, regridem e acabam levando à  cura. No fundo é crer que o invisível e o imponderável é parte do visível e do previsível.
Pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida não termina na morte, mas se transfigura através dela. Nossos sonhos de voltar à vida normal deslancham energias positivas que contribuem na regeneração da vida enferma.
Força maior, entretanto, é a fé de sentir-se na palma da  mão de Deus. Entregar-se, confiadamente, à sua vontade, desejar ardentemente  a cura mas também acolher serenamente sua vontade de chamar-nos  para si: eis a presença da energia espiritual. Não morremos, Deus vem nos buscar e nos levar para onde pertencemos desde sempre, para a sua Casa e para o seu convívio. Tais convicções espirituais funcionam como fontes de água viva, geradoras de cura e de potência de vida. É o fruto da espiritualidade.

Leonardo Boff escreveu com Jean-Yves Leloup e outros, Espírito e Saúde, Vozes 2007.
Extraído do GT Espiritualidade na Saúde - Educação Popular por recomendação de leitura do Prof Eymard Mourão

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A PRESENÇA DO FEMININO CÓSMICO NO MOMENTO ATUAL DE MUDANÇAS NO PLANETA


Marko Pogacnik
CONTRIBUIÇÃO DO NOSSO AMIGO E IRMÃO MARCOS ARRUDA(Notas da Palestra de Marko Pogacnik:
"A PRESENÇA DO FEMININO CÓSMICO NO MOMENTO ATUAL DE MUDANÇAS NO PLANETA[1] 
Rio de Janeiro, 8.11.13
A visão masculina dominante na Cultura Patriarcal é racionalista, hierárquica, materialista, fragmentária, agressiva. A visão feminina é predominantemente intuitiva e apreende o contexto.[2]
Escolhi nos últimos anos trabalhar o Feminino para contribuir com o reequilibramento da Terra. Mas trabalhar o Feminino com a Razão também seria masculino. Portanto, busco diversas linguagens – para além da verbal – para interagir com o Feminino em mim e no mundo. É a linguagem corporal, em que os movimentos nos levam a comunicar-nos com outros níveis de consciência.
Os cosmogramas que tenho visualizado e esculpido vêm dos lugares que visito, e me permitem comunicação com os seres desses lugares. A linguagem racional é só humana, exclui outros seres. Por isso eu busco uma linguagem inclusiva de todos os seres, visíveis e invisíveis. Busco colaborar para a emergência da Cultura de Gaia, que é uma cultura que funciona no modo feminino.
Quem é Gaia? É um ser complexo, que tem o globo terrestre como seu corpo, e o Ser consciente planetário como sua dimensão essencial, sutil. Gaia é a essência, a Mãe da vida. Nossa realidade não é fixa. É uma linguagem que Gaia usa para criar um ambiente que possibilita o desenvolvimento da vida. GAIA é um ser cósmico divino, (manifestação da dimensão feminina, criadora, do Divino).
O centro da Terra é um núcleo ígneo – esta é a essência de Gaia, o Fogo. No Centro do “universo de Gaia” está o Sol, o coração do fogo de Gaia se propaga por suas camadas, evoluindo diferentes formas de vida até a superfície.[3]  
Matriz da vida é o primeiro impulso divino do coração, que constitui o conjunto das formas arquetípicas que se manifestam nas formas de vida da superfície.
A vida nasce do interior do Planeta. A cultura patriarcal é fascinada pelo Sol – fonte visível, exterior à Terra. Faz esquecer a força criativa interior que colabora com o Sol para criar e manter a vida! O Divino trabalha a partir do Centro de cada um de nós e do Planeta.
Gaia sabe como sua energia é capaz de se encarnar em todas as formas de vida. Gaia teve a inspiração de criar e desenvolver essas formas de vida. O Rio é um dos poucos lugares onde Gaia se comunica com a superfície do Planeta. O Rio é como um dos “periscópios” de Gaia – através das montanhas, como que ela saisse de si para ver a superfície.
Esta noite sonhei que as montanhas de granito têm ordem e sentido, como Stonehenge, ou como uma Mandala escondida atrás do que se vê fisicamente. Um desafio que ela nos coloca: ver além do visível. O Corcovado, o Pão de Açúcar e a Gávea são lugares de revelação do Espírito da Terra. Também a Lagoa. Representam aspectos diferentes da expressão de Gaia.
Nós também somos expressão de Gaia. A Geomancia ensina que o corpo humano é construído como o corpo da Terra. É, de fato, um microcosmo do corpo da Terra. Cada um de nós é uma expressão única de Gaia.
Somos, sim, seres espirituais, mas também somos seres da Terra. Assim como o Espírito da Terra habita um corpo físico, assim também nosso espírito habita um corpo físico. Somos como dois (o físico e o espiritual) em um, formando três em Um! (Trindade!)
Como expressão consciente reflexiva de Gaia, temos a missão de ajudar a evolução – isto é, a desenvolver a criação de Gaia para adiante. Gaia criou belas montanhas, mas precisa de nós para construir catedrais. A visão reducionista apresenta o Planeta como para ser usado e abusado, para nosso bel-prazer. Abusamos da hospitalidade de Gaia. Somos cada vez mais destruidores da vida em Gaia.
Meu interesse é desenvolver Gaia, não mais como Pachamama, ideia romântica cujo tempo já passou, já não somos crianças. Somos adultos e devemos entrar na fase de colaboração com Gaia, numa relação de parceria. Ser corresponsáveis pela vida no Planeta. Trazer nosso insumo criativo para fazer evoluir a vida no Planeta.
Gaia é uma organização consciente dos átomos e moléculas que constituem o Planeta. Há uma consciência que ordena tudo isto. A realidade de Gaia não é fixa e tem mais dimensões do que esta apenas.
 

Outeiro da Glória
Relato brevemente minha visita à Igreja do Outeiro da Glória. Sinto muita comunicação com este lugar. A estátua de Nossa Senhora da Glória está de pé sobre um globo feito de cabeças de anjos. As mãos dela estão unidas pelos pulsos e abertas para cima, indicando a conexão com o Céu, o Cosmos. Esta imagem, a meu ver, está associada à consciência cósmica, enquanto a visão que tive de Gaia veio de dentro da Terra. Sophia – aspecto cósmico da Sabedoria Divina – se complementa em Gaia – aspecto telúrico da mesma Sabedoria. Figurativamente são as deusas do Cosmos e da Terra que se comunicam ali na Glória. Tenho um exercício que representa esta conexão.[4]
As relações formais, ritualísticas, institucionais com a Igreja tendem a fazer perder de vista a essência do lugar. O poder das deusas negras[5] também são Gaia. São as forças da destruição e da purificação (correspondem à deusa Kali na Índia). As catástrofes atuais – o desastre nuclear de Fukushima, que continua se agravando; o megatufão nas Filipinas – estão espelhando nosso distanciamento de nós mesmos e da Natureza. Assim Gaia costuma destruir coisas ou seres que estão ameaçando a vida a fim de proteger a vida.
Na nossa dimensão atual, Gaia nos dá o privilégio de aprender. Mas esta é só uma das várias dimensões de Gaia.[6] Recuemos no tempo. Minha percepção é que o Outeiro é o nariz de um grande dragão de fogo, que se estende por uma boa parte da Zona Sul do Rio, como se seu corpo correspondesse à Serra da Carioca. Pelo vale onde se encontra a Rua Conde Bonfim passa o Rio Carioca, hoje quase todo subterrâneo. Era o maior rio da região. O mar até dois séculos atrás vinha até o pé do Outeiro. É um lugar sagrado de encontro do Fogo com a Água. Ali existe um pilar de energia cósmica que vem de cima. Com o cristianismo criou-se uma nova linguagem, também acolhida por Gaia. A Igreja da Glória é uma expressão desta linguagem. Esta é a minha experiência energética deste local. E a Glória é apenas um lugar de poder da grande Mandala do Rio de Janeiro!

Corcovado
Habitualmente projetamos uma imagem visível nos lugares, e não captamos o que os lugares têm a nos comunicar. O Cristo no crucifixo, não está na cruz... Ele é a cruz. Na Bósnia temos uma igreja que celebra os cátaros nos Bálcãs. Eles criticavam a Igreja como instituição, e viam o Cristo em cada uma e cada um de nós. Por isso, o centro era visto como o interior de cada um de nós. Foi esta a mensagem que recebi do Cristo do Corcovado. Dessa montanha Ele abraça todo o Universo e está no centro de cada ser, de cada átomo, de cada quantum de energia.
Abstraindo-nos da estátua do Cristo, olhemos a essência desta montanha, adotando uma atitude de comunicação com a essência do lugar. O Corcovado é o parceiro masculino do Outeiro da Glória. Dentro da paisagem feminina está o masculino. O Princípio Masculino concentra e exclui. O Feminino abrange e inclui. Estou convencido de que a nossa missão hoje é reconstruir o Mundo a partir do Princípio Feminino – um Feminino que inclui o Masculino.
Tudo que pertence à vida é incluído, até a destruição. A sombra também tem um papel neste conjunto. É parte do ciclo, assim como as estações se sucedem para purificar e renovar a vida. O Princípio Feminino é cíclico, o Masculino é estático. O Masculino é a montanha do Corcovado, o Feminino é a vida fluindo em torno dele.

Fukushima
A humanidade precisa estar informada de que Fukushima é um problema ainda não resolvido. É, na verdade, uma grande ameaça ao Planeta, pois não há tecnologia que esteja conseguindo resolve-lo! Ele é um problema que saiu do controle humano, mesmo com grandes técnicos envolvidos em tentar sana-lo. Não está sendo possível retirar e isolar as cápsulas portadoras do combustível atômico da usina danificada pelo tsunami de março de 2011. A água usada para resfriar as cápsulas tem vazado para o mar, e mais água tem que ser usada para continuar o resfriamento, sem limite previsível. O Pacífico vai sendo poluído por estas águas radioativas, devastando as diversas formas de vida e a ameaçando a própria existência dos humanos em todas as regiões afetadas.

Como podemos contribuir para uma solução eficaz?
Vejamos. O Oceano Pacífico e o Atlântico são como duas pirâmides de luz, geminadas, com a base comum, portanto uma invertida. A de baixo é o Pacífico, ligado a Gaia, a de cima, o Atlântico, ligado a Sophia. Acontece que o desastre de Fukushima está gerando uma grave ameaça para o Oceano Pacífico. A “consciência noosférica”[7] dos oceanos está pedindo uma mudança. A base da pirâmide do Atlântico é um triângulo: em cada ângulo está uma cidade – Rio, Boulder/Colorado e uma cidade da Alemanha.[8] Cada uma destas cidades tem que estar desperta para reconhecer seu potencial energético, e forte para ajudar a afastar aquela ameaça.[9]


[1] Marko Pogacnik é esloveno, artista plástico, terapeuta ambiental, acupunturista da Terra, sensitivo, autor de livros extraordinários. Em português: “Mudança Planetária e Destino Humano”, e “Curar a Terra”. As notas que serviram de base para este texto são de Marcos Arruda, único responsável por possíveis incorreções ou imprecisões.
[2] Nota de MA: Fritjof Capra qualifica estas duas visões com os termos “consciência egocêntrica” e “consciência ecocêntrica”.
[3] Nota de MA: há um debate científico em processo, sugiro pelo menos duas leituras para entender a questão, a partir de pontos-de-vista bem diferentes:  Computer simulations strongly support new theory of Earth's core” (http://phys.org/news121692398.html) e “The Hollow Earth Theory” (http://thetruthbehindthescenes.wordpress.com/the-hollow-earth-theory/).
[4] Marko menciona um livro recente, a ser traduzido e publicado em inglês e noutras línguas, onde ele apresenta diversos exercícios energéticos, inclusive este, para a conexão com as múltiplas dimensões da Realidade.
[5] Sombras, energias entrópicas, ‘demônios’.
[6] Alguém menciona que o Outeiro foi o último reduto de resistência dos Tamoios aos invasores coloniais. Ali os últimos Tamoios foram massacrados e sua energia de coragem e resistência vibra nesse lugar.
[7] Noosfera significa a esfera de vida consciente reflexiva. Noûs, em grego, significa a dimensão superior do nosso ser consciente, algo como a consciência da nossa consciência, o ‘duplo’, na linguagem do sábio Iaqui, Don Juan (ver os livros de Carlos Castañeda). Noosfera é o termo usado pelo cientista e místico Pierre Teilhard de Chardin para falar da esfera dos seres noéticos que nós somos – uma subesfera da Biosfera. A conotação dada pelo Marko precisa ser esclarecida com ele.
[8] Esclarecer com o Marko.
[9] A base desta nota foram as anotações da palestra, por Marcos Arruda. É dele a responsabilidade por possíveis equívocos e imprecisões.

Marcos Arruda