IMPOSTOS EM SÃO PAULO

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

OBESIDADE INFANTIL É PRODUZIDA PELA INDUSTRIA DE ALIMENTO

Obesidade infantil: a conexão criminosa entre indústria, publicidade e mídia

Após assistir ao documentário “Muito Além do Peso”, que mostra epidemia de obesidade infantil no Brasil e no mundo, fica difícil fugir da sensação de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está incorrendo em uma prática criminosa ao vetar o projeto que restringe a publicidade de alimentos não saudáveis para crianças.

Marco Aurélio Weissheimer é editor-chefe da Carta Maior (correio eletrônico: gamarra@hotmail.com)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Que tipo de Papa a Igreja precisa? As tensões internas da Igreja atual

O problema central do mundo não é a Igreja, mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos
14/02/2013
Leonardo Boff
Não me proponho a apresentar um balanço do pontificado de Bento XVI, coisa que foi feita com competência por outros. Para os leitores talvez seja mais interessante conhecer melhor uma tensão sempre viva dentro da Igreja e que marca o perfil de cada Papa. A questão central é esta: qual a posição e a missão da Igreja no mundo?
Antecipamos dizendo que uma concepção equilibrada deve assentar-se sobre duas pilastras fundamentais: o Reino e o mundo. O Reino é a mensagem central de Jesus, sua utopia de uma revolução absoluta que reconcilia a criação consigo mesma e com Deus. O mundo é o lugar onde a Igreja realiza seu serviço ao Reino e onde ela mesma se constrói. Se pensarmos a Igreja demasiadamente ligada ao Reino, corre-se o risco de espiritualização e de idealismo. Se demasiadamente próxima do mudo, incorre-se na tentação da mundanização e da politização. Importa saber articular Reino-mundo-Igreja. Ela pertence ao Reino e também ao mundo. Possui uma dimensão histórica com suas contradições e outra transcendente.
Como viver esta tensão dentro do mundo e da história? Apresentam-se dois modelos diferentes e, por vezes, conflitantes: o do testemunho e o do diálogo.
O modelo do testemunho afirma com convicção: temos o depósito da fé, dentro do qual estão todas as verdades necessárias para a salvação; temos o sacramentos que comunicam graça; temos uma moral bem definida; temos a certeza de que a Igreja Católica é a Igreja de Cristo, a única verdadeira; temos o Papa que goza de infalibilidade em questões de fé e moral; temos uma hierarquia que governa o povo fiel; e temos a promessa de assistência permanente do Espírito Santo. Isto tem que ser testemunhado face a um mundo que não sabe para onde vai e que por si mesmo jamais alcançará a salvação. Ele terá que passar pela mediação da Igreja, sem a qual não há salvação.
Os cristãos deste modelo, desde Papas até os simples fiéis, se sentem imbuídos de uma missão salvadora única. Nisso são fundamentalistas e pouco dados ao diálogo. Para que dialogar? Já temos tudo. O diálogo é para facilitar a conversão e é um gesto de civilidade.
O modelo do diálogo parte de outros pressupostos: o Reino é maior que a Igreja e conhece também uma realização secular, sempre onde há verdade, amor e justiça; o Cristo ressuscitado possui dimensões cósmicas e empurra a evolução para um fim bom; o Espírito está sempre presente na história e nas pessoas do bem; Ele chega antes do missionário, pois estava nos povos na forma de solidariedade, amor e compaixão. Deus nunca abandonou os seus e a todos oferece a chance de salvação, pois os tirou de seu coração para um dia viverem felizes no Reino dos libertos. A missão da Igreja é ser sinal desta história de Deus dentro da história humana e também um instrumento de sua implementação junto com outros caminhos espirituais. Se a realidade, tanto religiosa quanto secular, está empapada de Deus devemos todos dialogar: trocar, aprender uns dos outros e tornar a caminhada humana rumo à promessa feliz, mais fácil e mais segura.
O primeiro modelo do testemunho é da Igreja da tradição, que promoveu as missões na África, na Ásia e na América Latina, sendo até cúmplice em nome do testemunho da dizimação e dominação de muitos povos originários, africanos e asiáticos. Era o modelo do Papa João Paulo II, que corria o mundo empunhando a cruz como testemunho de que ai vinha a salvação. Era o modelo, mais radicalizado ainda, de Bento XVI, que negou o título de “Igreja” às igrejas evangélicas, ofendendo-as duramente; atacou diretamente a modernidade, pois a via negativamente como relativista e secularista. Logicamente, não lhe negou todos os valores, mas via neles como fonte a fé cristã. Reduziu a Igreja a uma ilha isolada ou a uma fortaleza, cercada de inimigos por todos os lados contra os quais importa se defender.
O modelo do diálogo é do Concílio Vaticano II, de Paulo VI e de Medellin, e de Puebla na América Latina. Viam o cristianismo não como um depósito, sistema fechado com o risco de ficar fossilizado, mas como uma fonte de águas vivas e cristalinas que podem ser canalizadas por muitos condutos culturais, um lugar de aprendizado mútuo, porque todos são portadores do Espírito Criador e da essência do sonho de Jesus.
O primeiro modelo, do testemunho, assustou a muitos cristãos que se sentiam infantilizados e desvalorizados em seus saberes profissionais; não sentiam mais a Igreja como um lar espiritual e, desconsolados, se afastavam da instituição, mas não do Cristianismo como valor e utopia generosa de Jesus.
O segundo modelo, do diálogo, aproximou a muitos, pois se sentiam em casa, ajudando a construir uma Igreja aprendiz e aberta ao diálogo com todos. O efeito era o sentimento de liberdade e de criatividade. Assim vale a pena ser cristão.
Esse modelo do diálogo se faz urgente caso a instituição-Igreja queira sair da crise em que se meteu e que atingiu seu ponto de honra: a moralidade (os pedófilos), a espiritualidade, a falta de transparência (roubo de documentos secretos e outros problemas graves no Banco do Vaticano), e a perda de fiéis, sobretudo entre a juventude.
Devemos discernir com inteligência o que, atualmente, melhor serve à mensagem cristã no interior de uma crise ecológica e social de gravíssimas consequências. O problema central do mundo não é a Igreja (cada vez mais europeia e branca), mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos.
Que tipo de Papa a Igreja precisa? As tensões internas da Igreja atual
Leonardo Boff é teólogo, filósofo e autor de “Igreja: carisma e poder”, livro ajuizado pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

OURIÇOS DO MAR PODEM CAPTURAR CO² : UM MODELO

Ouriço do Mar pode servir de modelo para absorção de gás carbônico, dizem cientistas
A capacidade natural dos ouriços-do-mar de absorver gás carbônico pode ser um modelo para a captura e armazenagem efetivas do
CO2, dizem pesquisadores britânicos.
Uma equipe de cientistas da Newcastle University, em Newcastle, Inglaterra, descobriu por acaso que os ouriços usam o metal níquel para transformar dióxido de carbono (CO 2) em carbonato de cálcio, um elemento que faz parte da constituição de conchas.
 
Eles dizem que a técnica pode ser usada para transformar emissões de usinas de energia em carbonato de cálcio, uma substância inofensiva.
Seu estudo foi publicado na revista científica Catalysis Science and Technology.
Muitas criaturas marinhas convertem o CO 2 presente na água em carbonato de cálcio.
Espécies como mariscos, ostras e corais usam o cálcio para fazer suas conchas e esqueletos.
Acaso
Quando a equipe da Newcastle University observou as larvas dos ouriços-do-mar, descobriu que havia altas concentrações de níquel em seus esqueletos externos.
Trabalhando com partículas minúsculas do metal, os pesquisadores descobriram que quando adicionavam níquel a uma solução contendo CO 2 e água, o níquel removia completamente o CO2.
- "É um sistema simples", disse Lidija Siller, uma das integrantes da equipe responsável pelo estudo. "Você injeta bolhas de CO 2 na água onde você tem as nanopartículas de níquel e você está capturando muito mais carbono do que você normalmente faria - e depois você pode facilmente transformá-lo em carbonato de cálcio". "Parece bom demais para ser verdade, mas funciona", ela acrescentou.
No momento, a maioria das propostas para captura e armazenagem de carbono (em inglês Carbon Capture and Storage, ou CCS) se baseiam em torno da ideia de capturar CO 2 de usinas elétricas ou químicas e bombear o gás para o subsolo, onde ficaria armazenado em antigos poços de petróleo ou formações rochosas.
Mas ainda há dúvidas quanto à possibilidade de que o carbono armazenado vaze para a atmosfera novamente.
Os pesquisadores de Newcastle dizem que uma abordagem alternativa seria "trancar" o CO 2 em outra substância, como o carbonato de cálcio ou carbonato de magnésio.
Isso já pode ser feito usando-se uma enzima chamada anidrase carbônica, mas é o método é muito caro. Falando à BBC, o pesquisador Gaurav Bhaduri, principal autor do estudo da Newcastle University, explicou que usar o níquel seria uma opção muito mais econômica.
- "A beleza do catalizador níquel é que ele continua trabalhando independentemente do pH e, por conta de suas propriedades magnéticas, pode ser capturado novamente e reutilizado várias vezes", ele explicou.
- "Também é muito barato, mil vezes mais barato do que a anidrase carbônica. E o subproduto - o carbonato - é útil e não causa danos ao meio ambiente".
Calcula-se que o carbonato de cálcio constitua 4% da crosta terrestre.

Leia também:

 1- Emissões globais de CO 2 atingem recorde em 2011, diz AIE
O volume cresceu a uma média de 2 ppm nos últimos dez anos.
Os combustíveis fósseis são a fonte principal de cerca de 375 bilhões de toneladas de carbono liberados na atmosfera desde o início da era industrial, em 1750, afirmou a organização.
O secretário-geral da entidade, Michel Jarraud, disse que bilhões de toneladas de dióxido de carbono extra iriam permanecer por séculos na atmosfera, provocando mais aquecimento no planeta.             
2- Entenda: Como ocorre o aquecimento global?
"Já temos visto que os oceanos estão ficando mais ácidos, com repercussões potenciais para a cadeia alimentar subaquática e os recifes de coral", disse ele em um comunicado.            
3-  Veja quem são os maiores emissores de dióxido de carbono do mundo
Níveis de metano, outro gás do efeito estufa que permanece por muito tempo na atmosfera, aumentaram com consistência nos últimos três anos depois de terem ficado estabilizados por cerca de sete anos. Os motivos para essa estabilização ainda não estão claros.