IMPOSTOS EM SÃO PAULO

segunda-feira, 29 de março de 2010

GESTÃO E MENTE SUSTENTÁVEL: O QUARTO BOTTON LINE.UMA NOVA PERSPECTIVA SOBRE COMUNICAÇÃO,SUSTENTABILIDADE E POLÍTICA

Prof.Evandro Vieira Ouriques
Como não temos conseguido Sustentabilidade como a precisamos, investiguei o Triple Bottom Line, que a maior parte das empresas e organizações em todo o mundo têm como guia, localizei o ponto cego deste modelo e criei, em 2005, a Gestão da Mente Sustentável, o Quarto Bottom Line, avançando-o.
Uma vez que sem limparmos as sequências mentais (o fluxo pensamentos, afetos e percepções), o design mental, o modelo mental, pouco ou nada adianta falar em Sustentabilidade, como temos visto sem parar desde o final do século passado, por exemplo na COP-15, pois como somos cultura, somos o que pensamos, o que afetamos, o que nos afeta, o que percebemos.
A Sustentabilidade é mais importante ainda, por exemplo, que a cultura digital e as redes, pois apenas ela pode orientar o verdadeiro sentido democrático das conexões, das alianças, das conquistas tecnológicas, das intervenções nos territórios. E, assim, transformar o atual e imenso acúmulo de crises, de dimensão tectônica, em extraordinária oportunidade de um futuro que faça sentido: um futuro fundado em valores comunais, os que garantem a coesão social. E, como todo futuro, ele é sempre construído agora, pelo poder do pensamento claro, complexo e focado: por uma Mente Sustentável.
E, mais: apenas a Sustentabilidade pode trazer à tona o verdadeiro sentido da própria Comunicação, muito distinto da instrumental fogueira de vaidades atual.
Explico. Por partes.
1. Por que a Sustentabilidade ocupa este papel central?
Por que o processo de conceituação do que seja a Cultura, e dentro desta a Filosofia e a História, acabou por definí-la como a ruptura do continnuum do processo natural. Ou seja, como a “outra” da Natureza: aquela que não é a Natureza. Neste conceito portanto temos a oposição dualista entre o que passamos a chamar de Cultura face ao que então passamos a chamar de Natureza.
O resultado desta ruptura colhemos principalmente durante o século XX, apesar de já na Roma antiga, no séc. VII a.C., por exemplo, existir legislação para controlar os perigos do trânsito de carroças, bem como o imenso barulho que elas faziam nas ruas à noite não deixando sobretudo os pobres dormirem.
Pelo menos desde 1972 temos as provas científicas irrefutáveis deste erro epistemológico, e desde então resistimos a rever nossos conceitos sobre a Vida e sobre o Mundo, aí incluídos os conceitos de Cultura e Natureza.
Resistimos a mudar de design mental e no entanto queremos mudar o design dos objetos, dos projetos, dos empreendimentos, dos planejamentos, das redes; resistimos a abandonar a mente insustentável, preferindo insistir, na maior parte dos casos, em uma atitude greenwash; ou seja, em uma atitude verde apenas como efeito de real, alimentando tal opção epistemológica dualista, fatal para o nosso presente e para o futuro das novas gerações: separar Cultura e Natureza foi interromper a conexão primeira, a rede primeira, que é a interdependência sistêmica e complexa entre o biológico e o cultural.
Estava e está no conceito Cultura, portanto, instalado o divórcio, a falta de Comunicação, em uma forma talvez de amor líquido. Em verdade uma mistura de ressentimento e melancólica admiração da Cultura pela Natureza, facilmente perceptível na maneira pontual e utilitarista com a qual este re-encontro se dá nos cobiçados finais de semana populares ou ultra-elitizados, que vão dos super spas e resorts aos piqueniques-farofa na praia, ou ao churrasco à beira da piscina de plástico.
Ou, então, nas commodities, por exemplo, petróleo, gás, ouro e os outros metais presentes em toda a cadeia industrial e nos produtos que enchem os supermercados e os shoppings, e que são retiradas in natura diretamente da Natureza e que continuam a mover o mundo que destroí assim, digamos, sua própria mãe, sua própria origem, a própria fonte que a alimenta.
Sim, há algo de profunda insanidade neste design mental, nesta Cultura. Para destacadas autoridades da clínica social da psicanálise, a característica dominante da economia psíquica pós-moderna é exatamente a iminência do colapso psicótico.
2. Por que a Sustentabilidade permite repensar de forma ampla o que seja a Comunicação?
A Sustentabilidade obriga a repensar a Comunicação pois comprova que a Comunicação é a linguagem do que chamamos de Natureza, que se expressa através da lógica das redes biológicas, cognitivas, da ancestralidade e, por isto, também das redes culturais e sociais.
Trata-se, sem dúvida de uma imensa vaidade, daí tanta ocorrência de celebridades e narcisismos nas redes sociais, estar brevemente sobre um Planeta no qual surgimos apenas no último segundo (se compactamos a História de 14 bilhões de anos em um ano) e que flutua em meio a um Cosmos de tal maneira gigantesco, e insistir-se em dar ordem ao mundo, insistir-se em recusar comunicar Cultura e Natureza, recusar-se a comunicar poder e generosidade.
O Desafio de Pensar
Tratar portanto da Comunicação e da Sustentabilidade é entender que Segurança Ambiental, Justiça Social e Equidade Econômica, metas do Triple Bottom Line, só se dão de fato pela construção e gestão de uma Mente Sustentável, que possa garantir que a palavra dita se torne ato concretizado mediante o foco da vontade neste sentido.

É quando o indíviduo, rede, movimento, organização e instituição monitora e vigia seu próprio Território Mental (o fluxo de pensamentos, afetos e percepções, dentre elas a intuição) que o poder de criar Políticas Públicas, Redes e Emprendimentos se manifesta de maneira sustentável.
Para isto é preciso sustar a compulsão do produtivismo; e meditar; construir deliberadamente um pensamento respiratório; agir na mais poderosa das ações: a que fazemos sobre os conceitos, pois somos, como disse, o que pensamos, o que afetamos, o que nos afeta, o que percebemos. Somos responsáveis pelo que fazemos. O que vivemos é o resultado de nossas aspirações.
Por isto é que dedico-me ao vigor do pensamento, a resistir à simplificaçnao do pensamento, fazendo para isto, através de longas e detalhadas leituras e reflexões, a arqueologia dos conceitos Comunicação e Sustentabilidade, como quem delicada e decidida-mente percorre o corpo amado, seja ele sútil ou mais denso, celebrando cada milímetro, cada respiração, cada pulsação, por vezes suave-mente, por vezes intensa-mente.
Para que as vidas, as carreiras, os empreendimentos, as alianças, as famílias, as redes, os movimentos, as corporações, os partidos, as organizações de todo o tipo, as intervenções nos territórios, ajam na solução do que hoje enfrentamos, é preciso livrar-se da captura pela idéia dualista de que existiria um “sistema” contra o qual nada se poderia fazer e que aprisionaria a Liberdade e a Justiça, através de uma opressão vinda de fora para dentro ou exercida “entre” os indivíduos.
Na realidade, o que aprisiona é o design mental que se tem e do qual não se livra simplesmente por obra e graça de se estar conectado à web e dispondo de banda larga e das ferramentas mais elaboradas de rede, pois as cadeias mentais é que são a causa final, e na maior parte dos casos, inconsciente, pois gravada no aparente “recato” da “vida privada”, na intimidade do próprio pensamento, no conjunto dos afetos e percepções que se tem sobre o mundo; conjunto este que se mantém intacto pelo tabu de não se falar sobre ele de forma alguma, divorciando-o da política e da gestão, como se dele não dependesse o futuro do empreendimento, o futuro da Nação.
Por isto é preciso treinar a mente para a ação transformadora no mundo, diante da qual não cabem as respostas prontas entregues por intenso, concentrado e monocórdico delivery mediático, educacional, familiar e social.
Há que se superar o desafio de comunicar para que se possa gozar plenamente do Direito à Comunicação. Esta tarefa demanda imenso exercício continuado de vontade, de disposição para mudar, de humildade, de escuta, de paciência, de compaixão.
É preciso ler muito e pausada-mente, perguntar, investigar e conversar, experimentar, como quem re-começa ou começa a pensar:
. É a “Natureza” “cruel”, de fato? É a “Natureza” violenta? Qual a “natureza” da violência psíquica e social, ou, melhor, como se constrói a insustentável cultura da violência, baseada na unidimensionalidade da remuneração e dos efeitos de real criados pelo acúmulo de poder e de capital, e na socialização das perdas, movidos pela inveja, pela vingança e pela indiferença, em uma manifestação do que os alemães chamam de schadenfreude; ou seja, o sentimento de alegria pelo sofrimento ou infelicidade dos outros?
. A vida é mesmo uma guerra? Os animais são violentos ou em verdade o amor é que é a base do biológico e do social? De onde vem a vontade das Políticas Públicas Sociais e da sustentabilidade? Do poder e do interesse auto-referenciados? Há portanto uma outra e distinta fonte de referência para o ato comunicativo, o ato do afeto, o ato da política?
. Qual a diferença entre violência, ira e indignação? Quem, o quê e onde estaria o verdadeiro “inimigo”?
. A Paz se multiplica por “contaminação” e por “meio viral”? De onde vem esta ânsia de agir e agir sem pensar, que atribui à tecnologia ou às redes (como se estas estivessem passando a existir agora...), portanto atribuindo ao que está fora, ao outro, as esperanças de Liberdade, Justiça e de Paz?

. Por que a ridicularização das utopias, quando entender o mundo apenas como um supermercado e um shopping center gigantesco, tecnologizado e simbólica e geográfica-mente infinito, custe o que custar, é que gera a insustentabilidade do divórcio entre palavra e ato; este fim-das-utopias, gerador da irresponsabilidade cidadã sobre a própria ação no mundo; este gerador da traição e do abuso, sob as múltiplas formas da inveja perpétua, fonte das celebridades e dos narcisismos?
Por que a insustentabilidade social que se quis superar no século XX, através do coletivismo, aprofundou-se na totalização pelo reconhecimento pelo capital, neste século XXI marcado, até agora, pelo individualismo, pelo mal-estar, pelos fundamentalismos de todas as ordens, pela devoção tecnológica, pela repetição da luta insana pelo poder mesmo nas esquerdas, a qual -quando muito- parece sobrar a resistência criativa, talvez não-criadora, aos crescentes dispositivos de vigilância?
. Por que a recusa a trabalhar intensa-mente para tornar o pensamento mais e mais complexo, e apenas assim, de fato, ter um pensamento livre, por que cristalino, descondicionado, por que claro, que permita a vida em sociedade?
. Por que a recusa a ter uma re-visão profunda e crítica sobre os conceitos que se usa, sobre o fluxo dos estados mentais?
. Enfim a dispor de tempo para compreender minuciosa-mente o discurso que cada um coloca no ar, como editor de si mesmo e, assim, poder de fato re-inventar-se, de fato inovar-se e poder então concretizar mais atitudes green e não apenas mais entulho não-reciclável greenwash?
. De ser, como mostrou cristalina-mente Mahatma Gandhi, aquilo que se quer ver no mundo, entendendo a indissociabilidade entre o psíquico, o social, o espiritual e o político, defendida também por tantos brilhantes pensadores ocidentais?
Por que então o atual elogio à loucura, na forma da simplificação do pensamento, da redução do pensamento ao nada que é a ação repetitiva e suicida, produzida pela pasteurização do pensamento?
A única maneira de se fazer a globalização é de fato esta? Na qual em nome de uma suposta eficácia tecnológica que (ao contrário de trazer mais democracia como foi prometido, tem é gerado na maior parte dos casos mais concentração e mais vigilância) instaurou a redução da complexidade e da multiplicidade, das diversidades do mundo, das diferenças das pessoas, dos povos, das culturas, brutal e anestesiada-mente ameaçadas?
. Por que ameaçar o pensamento, se apenas ele é que pode encontrar a coesão social na multiplicidade, como as teias se mantêm equilibradas, de encontrar uma coesão que não seja a dos totalitarismos, seja sob a forma do fascismo político, do fundamentalismo religioso, do fundamentalismo tecnológico.
O Desafio de Comunicar
De fato, é o pensamento que funda e move, e que é a integralidade da experiência de se estar vivo, na condição que patriarcal-mente, e portanto insustentavel-mente, ainda chamamos de “humano”.
É por isto que a Comunicação hoje ainda está muito na dimensão operacional: na produção de efeitos, na obtenção de capital de influência, quando o que precisa avançar é a política enquanto conceito, o negócio enquanto conceito, a rede enquanto conceito, a Comunicação enquanto conceito.
É assim que é urgente avançar a superação de pensar a Comunicação de maneira fragmentada, atenta apenas, como disse, aos processos.
É urgente construir, compreender, praticar e gerir uma Mente Sustentável. É preciso investir na profunda arqueologia dos conceitos que constituem o pensamento, os afetos e as percepções. A Mente Sustentável engloba a multidimensionalidade dos processos cognitivos, inclusive, claro, a intuição, pois apenas uma mente clara e focada permite termos Inovação verdadeira: a Comunicação, a Política, as Redes, os Empreeendimentos sustentáveis e assim democráticos.
Quando somos prisioneiros de uma cultura só podemos nos libertar através de uma outra cultura, sabemos disto. E isto apenas se faz pelo esforço de um pensamento novo e complexo, da Mente Sustentável, que elimine a poluição mental, e abrigue, sem pré-conceitos, o melhor dos conhecimentos de todas as culturas que o ser humano já construiu.
....
* Prof. Evandro Vieira Ouriques
Professor da Escola de Comunicação da UFRJ há 31 anos e coordenador do NETCCON-Núcleo de Estudos Transdiciplinares de Comunicação e Consciência é o criador da metodologia Gestão da Mente Sustentável, o Quarto Bottom Line.
Escritor e consultor, é especialista em mudança de atitude, focado em Comunicação e Educação para as Redes, as Políticas Públicas e a Sustentabilidade, atuando tanto em redes, movimentos e organizações, como o movimento pela Democratização da Comunicação no Brasil, os Fóruns de Mídia Livre, o DEGASE, a Rebouças & Associados, a Petrobras, a Natura, o ETHOS e a ABERJE, quanto através de atendimentos e coaching individuais.
Transdisciplinar desde 1984, é cientista político, jornalista, designer, artista multimídia, gestor cultural, curador e conservador de obras de arte e terapeuta de base analítica.
Trabalhou 21 anos no Ministério da Cultura, na Fundação Nacional de Arte e no Museu Nacional Nacional de Belas Artes, quatro anos em Diálogo Inter-religioso e três com a Estratégia Cultural do Yoga no Brasil, tendo em vista seus estudos também sobre sistemas ancestrais de Comunicação e Cura.
Membro da INTERCOM, do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, da Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, do Instituto Cultural Brasil-Rússia Mikhail Lermentov e do Instituto Cultural Brasil-Galícia, é diretor de Comunicação e Cultura do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC.SP.
Mantem convênio com a UNESCO, o Coletivo INTERVOZES e o LaPCom-Unb para a elaboração de Indicadores do Direito à Comunicação no Brasil. Autor e organizador de dezenas de publicações, entre as quais se destaca o livro Diálogo entre as Civilizações: a Experiência Brasileira, publicado pela ONU e a UNESCO em 2003.
Bibliografia Básica, de Autoria do Prof. Evandro
OURIQUES, Evandro Vieira (2009). Comunicação, Palavra e Políticas Públicas: a Importância do Conceito Envolvimento para a Construção da Cidadania Sustentável. Revista Z Cultural. Programa Avançado de Cultura Contemporânea-PACC.FCC.UFRJ. Ano 5 nº 02. Rio de Janeiro. ISNN 1980-9921 http://www.pacc.ufrj.br/z/ano5/2/ouriques.php
_________________________(2008). Gestão da Mente Sustentável®, o Extended Bottom Line: o Desenvolvimento Socioambiental como Questão da Consciência e da Comunicação. In GUEVARA, Arnoldo José de Hoyos, et al. (orgs.). Consciência e desenvolvimento sustentável nas organizações. Rio de Janeiro: Editora Campus Elsevier, São Paulo. pp. 195-203. ISBN-10: 85-352-3281-8
________________________ (2009). Território Mental: o Nó Górdio da Democracia. Revista Democracia Viva, nº 42, maio de 2009. IBASE, Rio de Janeiro. pp 76-81 http://www.ibase.br/userimages/DV42_artigo4.pdf

Bibliografia de Aprofundamento, de Autoria do Prof. Evandro
OURIQUES, Evandro Vieira (org.) (2003). Diálogo entre as Civilizações: a Experiência Brasileira. ONU. Apoio Institucional Palas Athena, Viva Rio, Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro-MIR/ ISER e UNESCO. www.unicrio.org.br (clicar biblioteca; e título).
OURIQUES, Evandro Vieira (2006). A New Epistemological Perspective for Solidarity and Sustainability in the Essentially Patriarchal and Emblematic Crisis of Western Mindset. Pelican Consulting. Washington. http://www.pelican-consulting.com/solisustv02n06.html
_________________________(2007). A Construção de Estados Mentais. Entrevista a Marcus Tavares. 24/07/2007. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=428JDB007
________________________(2007). A Mídia só é Livre quando a Mente é Livre. 2007. http://forumdemidialivre.blogspot.com/2008/06/mdia-s-livre-quando-mente-livre.html
_______________________(2006). Comunicação, Espiritualidade e Negócios: o restabelecimento estratégico da confiança como a base sistêmica do desenvolvimento socioambiental. Anais do III Congresso de Excelência em Sistemas de Gestão. LATEC/UFF. 2006.
________________________(2008). Comunicação com o cidadão: qual o rumo a seguir? O rumo é a mudança de atitude mental. In Banco do Brasil. O futuro da Comunicação. XII Seminário de Comunicação. Brasília, 2008. pp. 85-93. http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/12SeminarioComunicBB.pdf
________________________(2006). Comunicação, Educação e Cidadania: quando Diversidade e Vinculação Social são apenas Um. In: Saúde e Educação para a Cidadania. Revista da Decania do Centro de Ciências da Saúde/UFRJ. Ano 1, no. 02, Março de 2006. UFRJ. Rio de Janeiro. pp. 33-36 www.ccsdecania.ufrj.br/extensao/edicao02.pdf
________________________(2007). Desobediência Civil Mental e Mídia: a ação política quando o mundo é construção mental. Anais do 10º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo. Goiânia, Goiás. ISSN: 1981-5859. http://www.fnpj.org.br/grupos.php?det=201
________________________(2006). O valor estratégico da não-violência para o vigor da comunicação. Anais do Congresso da INTERCOM, 2006. http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R1911-1.pdf
________________________(2009). Política, Espiritualidade e Dádiva: A urgência de refazer o pensamento e a ação social. Revista Comunicações ISER, nº 63. Edição Especial- MIR: Memórias, Ações e Perspectivas do Movimento Inter-Religioso do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos da Religião-ISER. Rio de Janeiro. pp 144-160. http://www.iser.org.br/arquivos/comunicacoes_do_iser_63.pdf
________________________(2010). O Conceito Envolvimento e o Caráter Político das Práticas Linguísticas. in Práticas socioculturais e discurso: debates transdisciplinares. Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade da UnB e Labcom, Universidade de Leiria, Portugal. No prelo.
________________________(2010). O Silêncio Ativo da Escuta como Possibilidade de Resistência e Inovação através do Diálogo. Anuário 2010 da Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, Lisboa, Portugal. No prelo.
________________________(2004). Sobre a ação desinteressada em Gandhi e a ética na midia. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=291ASP021
________________________(2010). Sustentabilidade, Democracia e Sinceridade: ideias gêmeas, no útero da Mente Sustentável. Revista Fórum de Direito Urbano e Ambiental-FDUA, São Paulo, ano 9, nº 49. Janeiro-Fevereiro de 2010. ISSN 1676-6962

segunda-feira, 22 de março de 2010

HOJE COMEÇA A SEMANA D´AGUA - O MUNDO CADA VEZ COM MENOS ÁGUA POTÁVEL

Com cada vez menos água a ONU manifesta se!Enquanto isso Eike Batista devasta um patrimonio da HUMANIDADE.
A SERRA DO ESPINHAÇO EM MINAS GERAIS:CRIME AMBIENTAL!
" EM NOSSA LUTA EM  Conceição do Mato Dentro,ESTAMOS CONSEGUINDO CAMINHAR NO SENTIDO DE QUE AS FAMÍLIAS DIRETA E INDIRETAMENTE AFETADAS SEJAM REASSENTADAS, AS QUE ASSIM O QUISEREM E AS DEMAIS SERÃO RESSARCIDAS DE FORMA MONETÁRIA, OU AINDA RELOCADAS.FOI FEITA A VISTORIA DURANTE DOIS DIAS, PARA CHECAR AS DENUNCIAS APRESENTADAS EM DEZEMBRO DE
2009, COM TÉCNICOS DO IBAMA, SUPRAM CENTRAL-DR ILMAR BASTOS, EQUIPE DA SUPRAM JEQUITINHONHA, CONSELHEIROS , MORADORES E AMBIENTALISTAS, MPF, DEFENSORIA PÚBLICA FEDERAL E OUTROS. ESSA LUTA NOS LEVA A PENSAR O QUANTO NOSSO ESTADO ESTÁ DESPREPARADO PARA DE FATO GARANTIR OS DIREITOS DE NÓS CIDADÃOS.DESDE O BRASIL COLÔNIA, SOMOS ESPOLIADOS, ESTAMOS A SÉCULOS FINANCIANDO O DESENVOLVIMENTO DE OUTRAS NAÇÕES, DE PESSOAS INESCRUPULOSAS COMO ESSE EIKE E OUTROS SÓCIOS, E NOSSA POPULAÇÃO CADA VEZ MAIS MISERÁVEL E REFÉM DE INTERESSES TRANSNACIONAIS E DE CORPORAÇÕES ANÔNIMAS,ONDE AOS ACIONISTA SÓ INTERESSA O LUCRO!!!É PRECISO MUDAR ESSA REALIDADE!!!
DORINHA ALVARENGA
MEMÓRIA DO BLOG: 
educomambiental: DO POR QUE A BOLIVIA VIROU DUAS E A SERRA DO ...09 Abr 2008
DO POR QUE A BOLIVIA VIROU DUAS E A SERRA DO ESPINHAÇO-MG VAI SE ACABAR. A OCUPAÇÃO DA AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XXI E COMO GARANTIR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL? ...Para pilotar a MMX no lugar de Landim foi indicado Joaquim Martino, ...
http://educomambiental.blogspot.com/
recortado do Google - 2/2010
UM GRITO NO ESCURO - PARTE III (DESDE 2008) 14 Jan 2010
Muitos podem achar uma bobagem, ou não dar importância, mas o que fizermos com a água eo ecossistema aqui em Minas, no coração da Serra do Espinhaço, pode ter certeza que afetará sua vida aí, onde estiver, seja em BH, SP, ...
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recortado do Google - 2/2010
"no coração do espinhaço a faca cravou!"
31 Mai 2009 a serra do espinhaço ( mg). a transformação desenfreada pelo capitalismo selvagem destrói sem piedade. assista aos vídeos feitos em conceição do mato dentro (mg) seguem os links. conceição i:http://www.youtube.com/watch?v=klxqjbsvqdo ...
 http://educomambiental.blogspot.com/
http://educomambiental.blogspot.com/http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/03/21/noticia_economia,i=152373/EIKE+BATISTA+ACUMULA+BILHOES+SEM+GERAR+CAIXA+REAL+NEM+EMPREGOS.shtml
2-MANIFESTO EM DEFESA DA CIDADE DE S. SEBASTIÃO
http://www.sosmanancial.org.br/peticao/assinatura.php

ABAIXO-ASSINADO (001) MANIFESTO EM DEFESA DA CIDADE DE S. SEBASTIÃO Litoral Norte DO ESTADO DE S PAULO, CIDADE HISTÓRICA, TURÍSTICA, CULTURAL ,SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E ÚLTIMAS RESERVAS, DOTADA DE COBERTURA ORIGINAL DE MATA ATLÂNTICA X PROJETO DE AMPLIAÇÃO DO PORTO POR CONTEINERES E EXTENSÃO ESTRADA ATÉ S. SEBASTIÃO E ALÇA GUAECÁ.
                                                                                        tema da arte: DERRETIÇÃO
dia 24 03 2010
1- *O Brasil é o maior'exportador' de água virtual do mundo. Entrevista especial com John Anthony Allan*
"A forma como usamos a terra e os recursos hídricos no passado negligenciavaos impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva. Esses custos nãose refletem nos preços das commodities alimentícias vendidas e compradasinternacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno.
O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado mundial a preços que impossibilitem que o ambiente das terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado de modo sustentável". Essas são as palavras do cientista britânico John *AnthonyAllan*, escritas por ele na entrevista que aceitou conceder, por e-mail, à *IHUOn-Line*. Conhecido no mundo inteiro por ter criado o conceito de águavirtual, explicado a seguir, *Tony Allan* identifica que as grandeseconomias de água podem ser feitas no setor agrícola, onde os volumes deágua usados são vastos. "Os agricultores tomam conta de toda a água verde.Junto com os engenheiros, eles tomam conta de toda a água azul usada naagricultura irrigada. Junto, isto representa 80% da água usada no mundointeiro. Os agricultores detêm a chave para a segurança da água -especialmente no Brasil", alerta.A entrevista é de *Graziela Wolfart*. A tradução é de *Luís Marcos Sander*.
*John Anthony Allan* é professor no King's College de Londres e na Escola de
Estudos Orientais e Africanos. Pioneiro em conceitos chave para a compreensão e a divulgação das questões referentes à problemática da água eà sua conexão com a agricultura, as mudanças climáticas, a economia e apolítica, Tony Allan foi laureado com o "Prêmio da Água de Estocolmo 2008"(2008 Stockholm Water Prize).
*Confira a entrevista.*
*IHU On-Line - O senhor pode explicar o conceito de "água virtual"? Comofazer o cálculo de quanto cada produto consume de água? *
*John Anthony Allan* - Os alimentos e outras commodities necessitam de águapara serem produzidos. As commodities alimentícias possuem um teor de águaparticularmente grande. Por exemplo, as seguintes quantidades de água são necessárias para produzir 1 quilo de:
Trigo: 1.300 litros
Milho: 900
Arroz: 3.400
Carne de frango: 3.900
Carne de porco: 4.800
Carne de ovelha: 6.100
Carne de gado: 15.500
Algodão: 11.000
Ou a seguinte quantidade de litros de água é necessária para produzir 1unidade dos seguintes produtos:
Um litro de leite: 1.000 litros
Uma xícara de chá: 30
Uma xícara de café: 140
Uma folha de papel: 10
Uma fatia de pão: 40
Uma maçã: 70
Uma camiseta: 2.700
A água embutida nisso é chamada de água virtual.
Quando uma commodity é exportada de um país para outro, o país importador setorna seguro em termos de água e alimentos contanto que tenha uma economiaque seja diversificada, e as pessoas tenham meios de vida que lhes possibilitem comprar alimentos importados. Das 210 economias existentes nomundo, ao menos 160 são economias "importadoras" de água virtual. Há apenascerca de 10 economias que têm um excedente de água significativo que podeser "exportado" em forma virtual. Esses países incluem os Estados Unidos, oCanadá, a Austrália, Argentina e França. O Brasil é, em potencial, o maior"exportador" de água virtual do mundo.
*IHU On-Line - Quais as maiores consequências ambientais para um país como oBrasil, a partir desta consideração de ser o maior exportador de água virtual do mundo? *
*John Anthony Allan* - A forma como usamos a terra e os recursos hídricos no passado negligenciava os impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva. Esses custos não se refletem nos preços das commodities alimentícias vendidas e compradas internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno. O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado mundial a preços que impossibilitem que o ambiente das terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado de modo sustentável.
*IHU On-Line - Como podemos fazer para que essa "água virtual" seja contabilizada e informada para os consumidores? O senhor acredita que isso ajudaria na questão da economia da água?*
*John Anthony Allan* - Será muito difícil fazer com que o valor da água usada na produção de alimentos de origem vegetal e de carne se reflita no preço dos alimentos. Nem os agricultores que produzem as commodities, nem os comerciantes que as tornam disponíveis nas economias importadoras de alimentos, nem seus clientes e consumidores estão conscientes do teor de água embutida nelas e de seu valor. É improvável que a regulamentação cause algum impacto porque os números sobre o teor de água são muito imprecisos e podem ser facilmente questionados. Educar os consumidores é uma forma mais provável de mudar seu comportamento e sua forma de consumo. Os desafios políticos são imensos, especialmente numa economia de mercado.
*IHU On-Line - Qual a importância de se divulgar a "pegada da água" e que tipo de ações deve ser pensado como resposta aos resultados apresentados por essa "água virtual"?*
*John Anthony Allan* - O conceito de "pegada de água" é uma forma muito eficaz de contribuir para conscientizar os agricultores, negociantes, supermercados e consumidores a respeito do teor de água das commodities que eles produzem, vendem ou compram e consomem. A comparação da pegada de água de uma dieta pesada à base de carne de gado que consome 5 m3 de água por dia com a de um vegetariano que consome 2,5 m3 de água por dia apresenta um resultado crasso. Tem-se mostrado que uma dieta pesada à base de carne de gado e outros produtos de origem animal é muito ruim para a saúde de um indivíduo. Ela também é muito ruim para o meio ambiente aquático.
*IHU On-Line - De que forma o tratamento de esgotos contribui para a economia da água? Quanto se gasta de água para fazer um saneamento básico de qualidade?*
*John Anthony Allan* - A maior parte da água é usada para produzir alimentos. Mais de 80% da água que um indivíduo ou uma economia necessita são usados na produção de alimentos. 70% dessa água é água verde - ou seja, água proveniente de chuva que é retida no solo. A maior parte da produção agrícola do Brasil vem dessa água que está no solo. Os outros 30% são constituídos de água azul ou água doce. A água doce vem dos rios e do lençol freático. A água que usamos em casa e para trabalhos que não a agricultura corresponde a entre 10 e 20% da água de que um indivíduo ou uma economia necessita. A proporção depende de quão industrializada é a economia e de quão elevado é o padrão de vida. Os efluentes líquidos e o esgoto são gerados pelo uso doméstico e industrial de água. Mediante um investimento considerável, os efluentes podem ser reutilizados. Mas é preciso lembrar que esses efluentes são sempre uma pequena proporção do total de água de que a sociedade necessita. É cada vez mais possível e apropriado que as economias avançadas invistam na reutilização de efluentes. Mas a decisão política de alocar verbas para investir no tratamento de efluentes urbanos tem de ser ponderada levando em conta o valor do investimento em outros setores, como educação, saúde, comunicações, energia etc. As grandes economias de água podem ser feitas no setor agrícola, onde os volumes de água usados são vastos. Os agricultores tomam conta de toda a água verde. Ao lado com os engenheiros, eles tomam conta de toda a água azul usada na agricultura irrigada. Junto, isto representa 80% da água usada no mundo inteiro. Os agricultores detêm a chave para a segurança da água - especialmente no Brasil.
2-O MUNDO NAVEGA,COME,BEBE ESCREMENTO E VENENO:
"O esgoto está literalmente matando pessoas."disse o diretor da Unep, Achim Steiner

A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira. "A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês). Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes.
O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente.
 Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.
"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas.
Tráfico internacional de água do Amazonas


O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. Captação é feita por super petroleiros no território do Amapá.
08/02/2010
Navios-tanque traficam água de rios da Amazônia
Por Chico Araújo, da Agência Amazônia
BRASÍLIA – É assustador o tráfico de água doce no Brasil. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água. A revista denuncia: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais até já criarem novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, já firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.
Conforme a revista, a captação geralmente é feito no ponto que o rio deságua no Oceano Atlântico. Estima-se que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. Diz a revista ser grande o interesse pela água farta do Brasil, considerando que é mais barato tratar águas usurpadas (US$ 0,80 o metro cúbico) do que realizar a dessalinização das águas oceânicas (US$ 1,50).
Há trás anos, a Agência Amazônia também denunciou a prática nefasta. Até agora, ao que se sabe nada de concreto foi feito para coibir o crime batizado de hidropirataria. Para a revista Consulex, “essa prática ilegal, no então, não pode ser negligenciada pelas autoridades brasileiras, tendo em vida que são considerados bens da União os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seus domínio (CF, art. 20, III).Outro dispositivo, a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, atribui à Agência Nacional de Águas (ANA), entre outros órgãos federais, a fiscalização dos recursos hídricos de domínio da União. A lei ainda prevê os mecanismos de outorga de utilização desse direito. Assinado pela advogada Ilma de Camargos Pereira Barcellos, o artigo ainda destaca que a água é um bem ambiental de uso comum da humanidade. “É recurso vital. Dela depende a vida no planeta. Por isso mesmo impõe-se salvaguardar os recursos hídricos do País de interesses econômicos ou políticos internacionais”, defende a autora.
Segundo Ilma Barcellos, o transporte internacional de água já é realizado através de grandes petroleiros. Eles saem de seu país de origem carregados de petróleo e retornam com água. Por exemplo, os navios-tanque partem do Alaska, Estados Unidos – primeira jurisdição a permitir a exportação de água – com destino à China e ao Oriente Médio carregando milhões de litros de água.
Nesse comércio, até uma nova tecnologia já foi introduzida no transporte transatlântico de água: as bolsas de água. A técnica já é utilizada no Reino Unido, Noruega ou Califórnia. O tamanho dessas bolsas excede ao de muitos navios juntos, destaca a revista Consulex. “Sua capacidade [a dos navios] é muito superior à dos superpetroleiros”. Ainda de acordo com a revista, as bolsas podem ser projetadas de acordo com necessidade e a quantidade de água e puxadas por embarcações rebocadoras convencionais.
Há seis anos, o jornalista Erick Von Farfan também denunciou o caso. Numa reportagem no site eco21 lembrava que, depois de sofrer com a biopirataria, com o roubo de minérios e madeiras nobres, agora a Amazônia está enfrentando o tráfico de água doce. A nova modalidade de saque aos recursos naturais foi identificada por Farfan de hidropirataria. Segundo ele, os cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estão reabastecendo seus reservatórios no Rio Amazonas antes de sair das águas nacionais.Farfan ouviu Ivo Brasil, Diretor de Outorga, Cobrança e Fiscalização da Agência Nacional de Águas. O dirigente disse saber desta ação ilegal. Contudo, ele aguarda uma denúncia oficial chegar à entidade para poder tomar as providências necessárias. “Só assim teremos condições legais para agir contra essa apropriação indevida”, afirmou.O dirigente está preocupado com a situação. Precisa, porém, dos amparos legais para mobilizar tanto a Marinha como a Polícia Federal, que necessitam de comprovação do ato criminoso para promover uma operação na foz dos rios de toda a região amazônica próxima ao Oceano Atlântico. “Tenho ouvido comentários neste sentido, mas ainda nada foi formalizado”, observa.
Águas amazônicas
Segundo Farfan, o tráfico pode ter ligações diretas com empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou missões religiosas internacionais. Também lembra que até agora nem mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.A hidropirataria também é conhecida dos pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas. A informação deste novo crime chegou, de maneira não oficial, ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão do governo local. “Uma mobilização até o local seria extremamente dispendiosa e necessitaríamos do auxílio tanto de outros órgãos como da comunidade para coibir essa prática”, reafirmou Ivo Brasil.
A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do deságüe do Amazonas no Atlântico tem 320 km de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 m, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área.Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas. Além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas de superfície existentes, principalmente, dos rios europeus. Abaixo, alguns trechos da reportagem de Erick Von Farfan:O diretor de operações da empresa Águas do Amazonas, o engenheiro Paulo Edgard Fiamenghi, trata as águas do Rio Negro, que abastece Manaus, por processos convencionais. E reconhece que esse procedimento seria de baixo custo para países com grandes dificuldades em obter água potável. “Levar água para se tratar no processo convencional é muito mais barato que o tratamento por osmose reversa”, comenta.O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isto surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna, abrandando também a pressão internacional pela conservação dos ecossistemas locais.Entretanto, no meio científico ninguém poderia supor que o manancial hídrico seria a próxima vítima da pirataria ambiental. Porém os pesquisadores brasileiros questionam o real interesse em se levar as águas amazônicas para outros continentes. O que suscita novamente o maior drama amazônico, o roubo de seus organismos vivos. “Podem estar levando água, peixes ou outras espécies e isto envolve diretamente a soberania dos países na região”, argumentou Martini.A mesma linha de raciocínio é utilizada pelo professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná, Ary Haro. Para ele, o simples roubo de água doce está longe de ser vantajoso no aspecto econômico. “Como ainda é desconhecido, só podemos formular teorias e uma delas pode estar ligada ao contrabando de peixes ou mesmo de microorganismos”, observou.
Essa suposição também é tida como algo possível para Fiamenghi, pois o volume levado na nova modalidade, denominada “hidropirataria” seria relativamente pequeno. Um navio petroleiro armazenaria o equivalente a meio dia de água utilizada pela cidade de Manaus, de 1,5 milhão de habitantes. “Desconheço esse caso, mas podemos estar diante de outros interesses além de se levar apenas água doce”, comentou.
Segundo o pesquisador do Inpe, a saturação dos recursos hídricos utilizáveis vem numa progressão mundial e a Amazônia é considerada a grande reserva do Planeta para os próximos mil anos. Pelos seus cálculos, 12% da água doce de superfície se encontram no território amazônico. “Essa é uma estimativa extremamente conservadora, há os que defendem 26% como o número mais preciso”, explicou.Em todo o Planeta, dois terços são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém, somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado no estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Contando ainda com as águas subterrâneas. Atualmente, na superfície do Planeta, a água em estado líquido, representa menos de 1% deste total disponível.A previsão é que num período entre 100 e 150 anos, as guerras sejam motivadas pela detenção dos recursos hídricos utilizáveis no consumo humano e em suas diversas atividades, com a agricultura. Muito disto se daria pela quebra dos regimes de chuvas, causada pelo aquecimento global. Isto alteraria profundamente o cenário hidrológico mundial, trazendo estiagem mais longas, menores índices pluviométricos, além do degelo das reservas polares e das neves permanentes.Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma num local estratégico. Muito devido às suas características particulares, como o fato de ser a maior bacia existente na Terra e deter a mais complexa rede hidrográfica do planeta, com mais de mil afluentes. Diante deste quadro, a conclusão é óbvia: a sobrevivência da biodiversidade mundial passa pela preservação desta reserva.Mas a importância deste reduto natural poderá ser, num futuro próximo, sinônimo de riscos à soberania dos territórios panamazônicos. O que significa dizer que o Brasil seria um alvo prioritário numa eventual tentativa de se internacionalizar esses recursos, como já ocorre no caso das patentes de produtos derivados de espécies amazônicas. Pois 63,88% das águas que formam o rio se encontram dentro dos limites nacionais.Esse potencial conflito é algo que projetos como o Sistema de Vigilância da Amazônia procuram minimizar. Outro aspecto a ser contornado é a falta de monitoramento da foz do rio. A cobertura de nuvens em toda Amazônia é intensa e os satélites de sensoriamento remoto não conseguem obter imagens do local. Já os satélites de captação de imagens via radar, que conseguiriam furar o bloqueio das nuvens e detectar os navios, estão operando mais ao norte.As águas amazônicas representam 68% de todo volume hídrico existente no Brasil. E sua importância para o futuro da humanidade é fundamental. Entre 1970 e 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo mundo, e atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o Rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.
COMENTÁRIOS E LINKS:
Realmente é assustador… a omissão governamental que omissa e conivênte nada faz para proteger o patrimônio brasileiro.
 http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2011/02/principe-charles-e-os-aquiferos.html
 http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/12/americanos-vendendo-agua-da-amazonia.html 

segunda-feira, 15 de março de 2010

CARTA A UMA AMIGA : SOBRE O " CAMPEONATO DE BOCHA COPA SUL " PARA PARALISADOS CEREBRAIS

 Minha querida Deolinda                                  foto Prof.Ana M.F.Teixeira

Cheguei de Joinville debaixo de um temporal. Para variar São Paulo estava mergulhado debaixo d´agua. Mas dava para andar.Queria te dizer do grande significado  para mim o seu  esforço ao receber aí em sua cidade o ENCONTRO DE PARALISADOS CEREBRAIS PARA O CAMPEONATO REGIÃO SUL DE BOCHA  Através de  você e a equipe de técnicos,somado ao esforço da Prefeitura conheci e vivenciei momentos surpreendentes nestes encontros. Acabei de ler no jornal a matéria sobre este evento que levou tantas equipes a Joinville.
Parabéns a todos pela superação e a estratégia do pensamento.De um grande abraço no Renato,seu companheiro de equipe.
                      
Jornal " A NOTÍCIA" _ ver também em:   http://www.cepe.esp.br/ 
P.S.: Deolinda,entre neste BLOG: http://infoativodefnet.blogspot.com/ que é super interessante.
Dia 18 -3-2010  Deolinda e amig@s do CEPE. 
O comentário abaixo coloquei como destaque.
Cliquem onde se lê comentários e conversem com o Jorge, caso queiram estabelecer um web_relacionamento.Eu ja deixei...
COMENTÁRIOS:
Jorge Márcio disse...
CARA ODILA
Agradeço sua manifestação sobre o Campeonato de Bocha e a participação de pessoas com paralisia cerebral, pois é realmente uma demonstração de superação e de inclusão destes cidadãos e cidadãs através do esporte. Isso ocorre em muitos lugares do Brasil e merece este destaque deu ao trabalho lá no Sul.E obrigado por indicar o Infoativo.DEFNET para sua amiga Deolinda. Um abraço JorgeMarcio

terça-feira, 9 de março de 2010

FAO VIVE A TRAGÉDIA DA CONTAMINAÇÃO TRANSGÊNICA PARA DESESPERO DE PAT MOONEY DIRETOR EXECUTIVO DA E.T.C.


 
FotoArturo Campos Cedillo

Pat Mooney, director ejecutivo de ETC,en la FAO:
 Estamos atestiguando a la contaminación transgénica de la FAO. Eso es una tragedia. Todo el proceso ha contaminado a la FAO. Es sorprendente darnos cuenta que, a lo largo de los últimos meses, mil 500 organizaciones campesinas, sociales y de la sociedad civil de todo el mundo escribieron una carta al secretariado general de la FAO diciéndole: tienen que hacer algo respecto a un crimen de lesa humanidad que está ocurriendo aquí en México con los cultivos de maíz. La FAO respondió: nos encantaría ayudar, pero se trata de un asunto nacional, y nosotros no podemos intervenir en un asunto nacional.
Después, la FAO viene a México, y realiza una conferencia sobre la biotecnología en cultivos y, cuando los agricultores, los campesinos y las organizaciones de aquí, como UNORCA, le dicen a la FAO que quieren participar en ella para hablar sobre la contaminación transgénica, la FAO responde: “nos encantaría que vinieran pero, desafortunadamente, esta es una conferencia internacional y ustedes no pueden asistir”. De tal manera que, lo que atestiguamos aquí es la contaminación de la FAO a manos de las empresas trasnacionales y la cobardía de la FAO para abordar este tema como organización del sistema de Naciones Unidas, y eso es absolutamente inaceptable.Si se miran los crímenes contra la humanidad, como lo es la contaminación transgénica del maíz, debemos mirar también el crimen contra la humanidad que representa la contaminación de la Organización de Naciones Unidas.
Hambruna: Hubo una vez, hace 35 o 36 años, una hambruna. Y en esa hambruna, mientras la gente moría vimos que hubo también especulación en el mercado, vimos que mucha comida desaparecía del mercado, vimos muy altos precios de los alimentos. Había sequía, altos precios del petróleo, preocupación sobre el futuro de la economía petrolera y una preocupación también porque la crisis alimentaria tal vez se quedaría con nosotros por muchas décadas. ¿Les suena familiar? ¿Habían oído hablar de estas crisis antes?
De manera que el mundo (o al menos nosotros) teníamos un problema. Y el problema era terminar con el hambre y asegurarnos de que los agricultores fueran tratados honorable y equitativamente mientras nos ayudaban a terminar con el hambre. Necesitábamos una reforma agraria, necesitábamos mercados justos, necesitábamos ser tratados equitativamente. Teníamos un problema, pero la industria tenía una oportunidad, porque las crisis siempre crean oportunidades para alguien. La oportunidad para la industria era que enfrentaba un mercado sumamente diversificado y ese mercado diverso de insumos y productos (fertilizantes, agroquímicos y semillas) no era tan lucrativo como podía ser. Desde la perspectiva de la industria, había demasiadas empresas semilleras, demasiadas empresas químicas, todas demasiado desorganizadas, lo cual no ofrecía muchas oportunidades para generar ganancias. Y para la industria también estaba el problema de cómo convencer al sector público para que dejara de competir con el sector privado, el problema de sacarlo de la competencia. Ese fue el origen de las llamadas Asociaciones Público-Privadas (Public-Private Partnerships). Lo que las empresas propusieron fue: No se preocupen. Nosotros nos encargaremos del hambre. Todo lo que ustedes tienen que hacer es entregarnos lo que necesitamos para controlar el mercado. La industria dijo: tenemos esta tecnología nueva. Es extremadamente cara. Es muy riesgosa, en términos de nuestra inversión e investigación, así que necesitamos que el gobierno nos abra un espacio para que podamos desarrollar esta tecnología y poder así alimentar a los hambrientos del mundo.Lo único que los gobiernos debían hacer eran tres cosas: 1) tenían que cambiar el sistema de patentes para posibilitar la propiedad sobre la vida, para poder tener patentes monopólicas sobre todos los aspectos de los seres vivientes, es decir, sólo cambiar las leyes un poco; en términos de regulación, los gobiernos sólo tendrían que hacerse un poco de la vista gorda, cuando las empresas comenzaran a concentrarse a través de diferentes sectores de la economía. No se preocupen por la política de competencia. Permitan que las compañías fabricantes de pesticidas adquieran empresas semilleras y permitan que las empresas farmacéuticas comprarlas a todas. 2) Que el gobierno dejara de competir con la industria privada. En esta asociación público-privada propuesta por la industria, el sector público tenía que desaparecer, para que así dejara de haber investigación financiada con recursos públicos que estuviese directamente vinculada con los agricultores, con los campesinos. La investigación pública debería estar únicamente vinculada con las empresas y nadie más. 3) Había que convencer a las pequeñas empresas en el sector privado (a las pequeñas empresas semilleras familiares y todas las pequeñas industrias) de que tampoco estaban calificadas para competir porque esta tecnología es demasiado grande y cara como para que las pequeñas empresas pudieran costearla y sobrevivir. Así que las pequeñas empresas debían rendirse y dejarse comprar. Y las empresas obtuvieron todo lo que pidieron.
La concentración monopólica: A lo largo de los últimos 35 años, después de la última gran crisis alimentaria, lo que ocurrió fue que pasamos de alrededor de 7 mil diferentes empresas semilleras en el mundo, que abastecían de semillas a los agricultores, a sólo cuatro empresas que controlan más de la mitad del mercado mundial de semillas. Y las 10 más grandes empresas controlan más de dos terceras partes del mercado mundial de semillas comerciales. Y las principales empresas químicas han pasado de ser alrededor de 65 a apenas ser nueve, que controlan cerca de 90 por ciento del mercado mundial de pesticidas. Y del mismo modo, las grandes empresas se han apropiado del mercado de la medicina veterinaria y del mercado de la genética del ganado. Y como ustedes saben, las principales empresas fabricantes de pesticidas son las mismas principales empresas semilleras en el mundo y también son las principales fabricantes de medicamentos veterinarios y muchas de ellas se están moviendo hacia el mercado de la genética animal y el control genético del ganado. Y en todo el mundo, el sector público se marchita y muere, y aquello que queda de él, ese pequeño sector está casi enteramente al servicio del sector privado, esto es, al servicio de las grandes empresas. Y, por supuesto, la gran tecnología que propusieron las empresas hace 35 años, la tecnología que resolvería los problemas del hambre en el mundo es la biotecnología, los transgénicos. ¿Han notado ustedes cuán exitosas han sido las empresas? En 1996 había 400 millones de hambrientos en todo el mundo. El año pasado, durante la última cumbre sobre alimentación, se contabilizaban mil millones de hambrientos en el planeta. Han tenido mucho éxito, pero nosotros todavía tenemos un problema: hambre, injusticia, la destrucción de la agricultura campesina alrededor del mundo. Ahora la ONU se vuelve a reunir, aquí en Guadalajara y lo que dice es: tenemos un problema. Tenemos una crisis alimentaria, una crisis de los combustibles fósiles, una crisis financiera, una crisis climática. ¿Qué vamos a hacer? Y la industria está aquí en Guadalajara diciendo: “No se preocupen. Tenemos una solución. Estamos yendo aún más allá de la biotecnología y hemos empezado a hablar de la biología sintética. Tenemos una nueva generación de tecnologías que resolverán sus problemas. Según la industria, nosotros hemos estado pensando mal el problema. Hemos estado pensando en cosas como comida; hemos estado viendo a la tierra como un espacio para cultivar medicinas, o bien, como un espacio donde vivir, cuando, en realidad se trata sólo de carbohidratos. Sólo es biomasa. En realidad, según la industria, no necesitamos de los agricultores para producir alimentos; lo que necesitamos es cultivar biomasa. Y al final del día, lo único que necesitamos decidir es cómo usar esa biomasa. ¿La usaremos para alimentar nuestros automóviles? ¿La usaremos para alimentar a nuestra gente? ¿A nuestro ganado? ¿Para producir plásticos u otros bienes industriales? Sólo es biomasa.
El problema para la industria es, por supuesto, convencernos de que esta tecnología es en verdad la solución, de que esta nueva y extrema ingeniería genética, este nuevo nivel de la biotecnología es la solución a todos nuestros problemas. Y dicen que ésta es también la solución al cambio climático. A medida que nuestros cultivos están en un riesgo mayor mientras cambia el clima, a medida que debemos enfrentar nuevas plagas y enfermedades, necesitamos transitar por este enfoque extremo para adaptarnos rápidamente a nuevas condiciones que nunca antes habíamos experimentado. Y la industria nos dice: sólo confíen en nosotros.
La oportunidad para la industria
De manera que, nuestro problema de hambre es, nuevamente, una oportunidad para la industria. Y esa oportunidad se reduce a un simple hecho: que, para ellos, en la actualidad, menos de una cuarta parte de la biomasa terrestre anual es utilizada o, como ellos la ven, mercantilizada, es decir, como objeto de compra-venta en el mercado. Esto significa que para la industria, tres cuartas partes de la biomasa mundial todavía es susceptible de ser mercantilizada, que está ahí para ser controlada, poseída por la industria.
Las empresas necesitan entonces crear un nuevo mito tecnológico que les permita obtener acceso a ese 75 por ciento de la biomasa del mundo. Si ustedes son campesinos aquí en México, saben bien que no existe tal cosa como biomasa sobrante o desaprovechada. Ustedes saben que esa biomasa es usada por la madre naturaleza para mantener los ecosistemas, es usada para medicamentos o para alimentar al ganado; por supuesto que es usada como alimento, pero siempre es aprovechada, siempre tiene un lugar y una función. Es absurdo, deshonesto y una desgracia el sólo sugerir que la biomasa del mundo no es utilizada. Pero la biomasa que no es propiedad privada, que no es controlada por las empresas es vista como un crimen de lesa industria. Y quieren detener ese crimen aquí, en este país, mediante el control de los centros de diversidad agrícola y mediante el control del maíz. La lucha más importante hoy es por asegurarnos de que el maíz siga siendo lo que ha sido a lo largo de la historia, que el maíz siga siendo de la tierra y del pueblo de México. Esa es la batalla más importante. Si ustedes pierden la batalla en el centro de origen del maíz, entonces perderemos los centros de origen de la diversidad agrícola en todo el mundo. No podemos ganar si ustedes pierden. Ustedes no sólo están luchando en defensa del maíz, no sólo están luchando contra Monsanto. Están luchando contra los nuevos amos de la biomasa y contra los nuevos controles que ellos proponen sobre las nuevas tecnologías. Todos dependemos de ustedes. He visto los carteles que rezan: Sin maíz no hay país. Pero eso no es suficiente. Yo creo que sin maíz no hay humanidad. Lo necesitamos. Si ustedes pierden aquí, todos perderemos.
*Director Ejecutivo del Grupo ETC. Intervención en la Audiencia Los transgénicos nos roban el futuro, organizada por La Vía Campesina, la Red en Defensa del Maíz y la Asamblea Nacional de Afectados Ambientales.
Traducción: Octavio Rosas Land
 Fonte: http://www.jornada.unam.mx/2010/03/06/index.php?section=opinion&article=023a1eco
MEMÓRIA DO BLOG : domingo, 2 de agosto de 2009

Monsanto impede distribuição de cartilha sobre AGROECOLOGIA

Uma cartilha produzida pelo Ministério da Agricultura sobre agroecologia teve sua distribuição impedida. A cartilha "O Olho do Consumidor", que conta com ilustrações de Ziraldo, foi lançada para divulgar a criação do "Selo do SISORG" (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor.
(www.aba-agroecologia.org.br/aba2/images/pdf/cartilha_ziraldo.pdf )
O livreto, que teve tiragem de 620 mil cópias, foi objeto de uma liminar de mandado de segurança, fruto de ação movida pela transnacional Monsanto, que impediu sua distribuição. Setores do Ministério ligados ao agronegócio também não ficaram contentes com as informações contidas na cartilha. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério.A proibição se deu por conta do item 5 da página 7 (imagem ao lado), onde se lê:"O agricultor orgânico não cultiva transgênicos porque não quer colocar em risco a diversidade de variedades que existem na natureza. Transgênicos são plantas e animais onde o homem coloca genes tomados de outras espécies".Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força, o MST se junta a todos aqueles que estão distribuindo eletrônicamente a cartilha. Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos. Ísis CamposEscritório Nacional do MST – Rio de JaneiroFones: (21) 2240.8496/7681.9864 Skype: quilombo dos palmares: www.mst.org.br
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O autor da cartilha -ZIRALDO- presente no lançamento político do BLOG do Ministro Patrus Ananias( http://blogdopatrus.com.br )nos deixa com algumas inquietações...Esta articulação esquizofrenica entre os MINISTÉRIOS está resultando neste apelo de Pat Mooney durante sua palestra na FAO neste mes de março de 2010. Odila Fonseca
VALE A PENA VER O SITE SOBRE INJUSTIÇA AMBIENTAL
http://racismoambiental.net.br/2010/03/mapa-de-injustica-ambiental-e-saude-no-brasil-esta-no-ar/

segunda-feira, 8 de março de 2010

MULHERES DO SÉCULO XXI

“Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.” Cora Coralina
*Por Delze dos Santos Laureano
A primeira idéia que nos vem à mente quando pensamos em mulheres neste início do século XXI é a da mulher urbana, trabalhadora, realizada e feliz porque agora se viu livre do domínio machista que a condenava à inferioridade nas relações de gênero mantida por tantos séculos, inclusive a obrigação de gerar filhos. Todavia, não podemos ser ingênuas acreditando existir um único tipo “ideal” de mulher, como se ele representasse de fato todas as mulheres de hoje, de idades variadas, com os diversos problemas que enfrentam em suas comunidades e territórios, e com todos os desafios que as fazem lutar por mais dignidade, seja nas relações afetivas, na família, no trabalho ou no meio político e social em que vivem.
Mesmo considerando que são algumas mulheres urbanas, esses seres que se fizeram autônomas por terem renda própria e por se desvencilharem dos tabus e das muitas armadilhas dos preconceitos morais, as que galgaram altos cargos públicos e privados, assumindo as mesmas profissões antes reservadas exclusivamente aos homens, e que por isso são as que melhor representam, ideologicamente, a emancipação feminina, não podemos nos esquecer de outras tantas mulheres, as que ainda hoje vivem sob o jugo dos pais, dos maridos , ou dos patrões nessa sociedade com resquícios patriarcais e da exploração capitalista desmedida, modo de vida que transformou tudo em mercadoria. (Para ilustrar essa afirmação basta ver o grande número de situações de violência doméstica amparadas pela Lei Maria da Penha.)
Penso nas mulheres que, mesmo tendo conquistado a emancipação frente ao machismo, estão sobrecarregadas com o ônus da própria emancipação conquistada, como a dupla ou até a trilha jornada de trabalho, com o sofrimento em face das doenças antes quase exclusivas do mundo masculino, com o fardo do provimento da prole, pelo simples fato de poderem agora romper com as relações afetivas falidas.Foi a partir dos anos 60 do século passado que o movimento de libertação das mulheres desencadeou-se como parte integrante de um movimento cultural da juventude. No final do século XX, um número expressivo de mulheres entrou no mercado de trabalho, chegando mesmo a ser em número maior do que os homens em determinados setores, como são exemplos as universidades. Em algumas empresas, os quadros femininos passaram a atingir o topo da carreira. A economia capitalista, baseada no estímulo e na criação incessante de novas necessidades, foi a que mais contribuiu para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, de modo a que viessem a ser uma fonte suplementar de rendimentos, necessária para a realização dos sonhos da sociedade de consumo. Todavia, olhando bem, antes disso, as mulheres sempre trabalharam. Nas sociedades primitivas executavam as tarefas agrícolas e domésticas. Às mulheres devemos a criação da agricultura, no neolítico, enquanto os homens incumbiam-se da caça e da pesca. A partir da Revolução Industrial trabalharam nas fábricas e nas situações extremas, como no período das duas grandes guerras, trabalharam fora do lar. É de se notar, todavia, que as mulheres em todos esses momentos não deixaram de assumir a difícil tarefa das obrigações domésticas. Para justificar a dupla ou até a tripla jornada, essa “realidade” foi mascarada por uma cultura que valoriza a liberdade e o maior bem-estar individual e que vê no trabalho doméstico uma forma de submissão da mulher ao homem. A ideologia hegemônica forjou o reconhecimento social do trabalho feminino atrelado a ideias como o direito a uma “vida autônoma” e à independência econômica. Os próprios homens tiveram de reconhecer a legitimidade do trabalho assalariado feminino como instrumento de autonomia e realização pessoal, a despeito de muitas vezes ser cristalino para todos que nem mesmo sob o aspecto econômico é compensatório para as famílias, e principalmente para a sociedade de modo geral, o sacrifício da venda de toda a força de trabalho de cada família no mercado. Quando ambos os cônjuges estão fora do lar, e por muitas horas de trabalho nas empresas, há irremediavelmente uma perda na qualidade de vida dos pais e dos filhos, que acabam sendo expostos à vulnerabilidade de uma sociedade que não tem mais tempo para os laços comunitários, para os momentos de mística, de intimidade familiar e de luta social. Os maiores problemas, normalmente, tornam-se mais visíveis nos territórios de baixa renda, em vista de não disporem as famílias de creches, de escolas e de serviços necessários para compensar minimamente a falta da atenção materna e paterna no lar. Deparamo-nos diariamente com notícias de crianças e adolescentes entregues ao narcotráfico, de adolescentes grávidas e sem a mínima condição de ampararem os filhos gerados, perpetuando, deste modo, o círculo vicioso da pobreza e da exclusão, elas mesmas, essas mulheres, desde tenra idade, desamparadas pela sociedade.
E por que muitas mulheres, mesmo neste século XXI ainda estão longe das conquistas da emancipação feminina? Penso que isso ocorre em vista da hegemonia capitalista. Vivemos em uma sociedade que tem como fundamento a competição em todos os níveis. Assim, a primeira preocupação não é um lugar para cada um na sociedade. O discurso hegemônico faz acreditar que todos podem se dar bem, desde que lutem isoladamente por isso. Cada um tenta de todas as formas conquistar um lugar melhor, mas de modo a se tornar um ser que consome mais. Todavia quem embarca no consumismo se consome aos poucos. Na busca de um sonho inatingível as pessoas empenham suas forças sem ter muita consciência de que, na prática, estão contribuindo é para a manutenção de um sistema opressor, que absolutiza o lucro e que desconsidera as mazelas sociais e ambientais que provoca. Deste modo, o nosso agir em sociedade, mesmo aparentemente emancipado, tem contribuído para o aumento das intervenções irresponsáveis no meio ambiente e para a destruição da cultura e dos bens naturais das comunidades tradicionais, nas quais ainda existem laços de fraternidade e de cultura camponesa. A cada minuto deixamos os nossos rastros na poluição do ambiente provocada pelos nossos automóveis, pelo consumo excessivo de mercadorias cada vez mais sofisticadas que exigem o uso crescente de energia, de água, de produtos de limpeza e de mais e mais embalagens. Exploramos trabalho e biodiversidade quando excedemos no uso de cosméticos, de produtos de higiene pessoal, de artigos de luxo, ou com tanta parafernália para manter a aparência e para nos manter em dia com as inovações tecnológicas. Tudo o que resulta da manipulação das necessidades humanas pelos meios de comunicação. Vítimas deste modo de vida ocidental, construído sob a lógica de um poder dominado por homens e do qual participam inexoravelmente as mulheres urbanas modernas e as suas porta-vozes, as mulheres que na televisão e na mídia em geral são usadas para vender tudo, desde os cosméticos e bebidas até os automóveis e os imóveis de luxo. As mulheres subservientes do consumismo e as que vendem a sua imagem - escolhidas entre “as mais bonitas” - contribuem para lançar no mundo da exclusão, este já esquecido pelo capitalismo, outras mulheres que ainda têm muito a conquistar. São as meninas, grávidas ainda na adolescência, as mulheres marginalizadas que não encontrando outra forma de renda não podem realizar tarefa senão a venda do seu próprio corpo de uma outra maneira, as mulheres operárias que além da tripla jornada são as responsáveis pelo provimento do lar, mesmo condenadas aos salários mais baixos do que os dos homens.Não quero com isso passar uma visão pessimista do ser feminino deste início de século XXI. Apesar de não terem as mulheres conseguido efetivamente se emancipar neste sistema mundo, mantido nas e pelas relações de competição e do individualismo, são elas, emancipadas economicamente ou não, as protagonistas de uma nova sociedade. No mundo inteiro, nos chamados movimentos antissistêmicos são as mulheres as que constroem na luta os caminhos contra toda forma de opressão. Temos visto isso nas Comunidades Eclesiais de Base, no Movimento dos trabalhadores Rurais sem Terra – MST -, no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB -, na Via Campesina e em tantos movimentos populares sociais do Brasil e da América Latina.
No Brasil, nos núcleos urbanos pobres são as mulheres as que tomaram a decisão de construir a casa própria através do mutirão , como consequência da falta de políticas públicas adequadas e sob pena de verem as famílias vulnerabilizadas ainda mais pela falta de moradia e após se verem mais empobrecidas com o pagamento do aluguel ao longo do tempo. (Em Belo Horizonte são exemplos as Comunidades Camilo Torres e Dandara, com mais de 1.000 famílias de sem-teto e sem-terra” que estão conquistando na luta e na garra moradia popular e cidadania. Nessas duas ocupações as lideranças femininas são fortes e decisivas.) foto Camponesa baleada pela polícia militar - RS A reportagem é de Marco Aurélio Weissheimer e publicada pela Agência Carta Maior, 07-03-2008.
             Para essas mulheres faço reverência, reconhecendo que sem elas correríamos o risco de perder a esperança de vida melhor para todas as nossas crianças. São as mulheres camponesas as que descobriram que não basta a conquista da terra, que é preciso conquistar a igualdade de direitos também nas conquistas, inclusive o machismo ainda existente na militância. São elas que assumiram a liderança da luta pela reforma agrária em muitos casos ( Temos como exemplo o Assentamento Pastorinhas do MST em Brumadinho, MG, liderado por mulheres camponesas que além da conquista da terra tem contribuído para uma educação em agroecologia em toda a região metropolitana de Belo Horizonte, especialmente para estudantes do ensino médio e superior. Cf. www.pastorinhas.blogspot.com ) e nas denúncias da apropriação capitalista dos bens naturais no campo, como foram exemplo as mil mulheres que no Rio Grande do Sul destruíram diversas mudas de eucalipto de uma empresa transnacional que impede o fortalecimento da agricultura familiar para a produção de alimentos e para a geração de renda para os pequenos agricultores. Lembro-me também daquela mulher indígena que teve a ousadia de num ato extremo apontar um facão para o engenheiro da Eletrobrás que usava diversas mentiras para justificar numa audiência pública a construção ilegal da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu.
Por tudo isso, parafraseando o grande poeta Drumond, digo que olho as minhas companheiras mulheres neste início de século XXI e vejo que estão muitas taciturnas, mas nutrem grandes esperanças. Entre todas, considero a enorme realidade. Porém, também como Drumond, não serei a cantora de uma mulher, de uma história. Proponho na diversidade a construção de uma sociedade em que vivam mulheres, de todas as idades, de todos os lugares, de todas as culturas, fazendo um outro mundo possível, onde o poder seja somente o do cuidado, na e da perspectiva feminina. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas em mais um 8 de março, o de 2010!
* Delze dos Santos Laureano é advogada e professora universitária, mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da UFMG, doutoranda em Direito Internacional em Direitos Humanos pela PUC-MINAS, Integrante da RENAP – Rede Nacional de Advogados Populares; e-mail: delzesantos@hotmail.com
MEMÓRIA DO BLOG:
Descanse depois da CAMINHADA na POUSADA PORTO DOS CORAIS
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sábado, 6 de março de 2010

A QUESTÃO NUCLEAR NO BRASIL: UM DOS CRIMES AMBIENTAIS

Encerrado processo da INB contra padre de Caetité (Ba) Um acordo, celebrado no Fórum Cezar Zama, na quinta-feira (3 de março/2010), encerrou os processos movidos contra o padre Osvaldino Barbosa, da Diocese de Caetité, pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil e Hilton Mantovani, Gerente de Produção da INB em Caetité. Centenas de representantes de organizaçôes e movimentos sociais e populares de Caetité, Lagoa Real, Pindaí, Guanambi, Macaúbas e Candiba, ambientalistas e habitantes de Caetité e residentes na área do entorno da mina de urânio compareceram para acompanhar a audiência, cujo resultado foi divulgado em frente à Catedral Santana, onde culminou a caminhada em solidariedade ao padre, realizada após o julgamento. Em frente a Catedral, foi aprovada uma Carta Aberta ao Governador da Bahia (reproduzida abaixo) e mais detalhes sobre a audiência podem ser vistos no link:  http://www.educadorasantana.com.br/?lk=18&id=1092

“CARTA ABERTA AO GOVERNADOR DA BAHIA"
Nós, representados por nossas entidades, que assinam em anexo, reunidos no dia 4 de março de 2010, em frente a Catedral Santana de Caetité, no Ato de Solidariedade ao Padre Osvaldino Barbosa, processado pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), repudiamos veementemente a opçâo “desenvolvimentista” do governo baiano, que decidiu “brigar” por uma usina nuclear, em vez de resolver a dramática situação das vítimas da mineração de urânio no sudoeste do Estado. Consumindo água contaminada, elas são a prova viva do erro do governador, que considera a energia nuclear uma das “mais limpas que temos hoje no planeta". O governador demonstra estar bem distante dos problemas causados pela INB, que opera a unidade de extração e processamento de urânio, de onde, segundo ele, "sai o minério, sem qualquer potencial radioativo, que só adquire depois de processado". Recentemente em Caetité, perguntou a lideranças populares, "se de fato é alto o índice de câncer na região", que é crescente desde o início da exploração do minério, fato previsto no EIA-Rima e reconhecido há muito pela própria Secretaria de Saúde do Estado. Com um discurso bem afinado com o lobby da indústria nuclear, que atua tentando impor a implantação de usinas nucleares na América Latina, em encontro recente com o presidente Lula o governador requereu uma central atômica para a Bahia. Lamentavelmente, esqueceu de pedir os recursos para atender as reivindicações, constantes em documento que recebeu em novembro passado, em Caetité.Reivindicamos, entre outras medidas, o atendimento do abaixo-assinado que a população da região protocolou na Sesab e Ministério da Saúde, requerendo a implantação de um mamógrafo na estrutura do SUS, um aparelho para hemodiálise e um centro de oncologia; a urgente articulação entre os órgãos federais, estaduais e municipais de saúde, meio ambiente e trabalho a fim de agilizar a instalação, no SUS, de um serviço de prevenção de doenças do trabalho e de um sistema de vigilância epidemiológica, toxicológica e radiológica para identificação de enfermidades decorrentes de radiações ionizantes e de doenças profissionais.Requeremos também o imediato cumprimento da liminar do Juiz de Caetité, que determinou ao Governo da Bahia e aos prefeitos de Caetité e Lagoa Real imediatas providências para garantir a saúde e o fornecimento de água potável às famílias que continuam até hoje, consumindo o produto contaminado, como atestam sucessivos laudos do Instituto de Águas da Bahia, o INGA.Nosso documento teve uma resposta protocolar da Casa Civil de que estava analisando o assunto. Logo depois, veio o decepcionante encaminhamento: o Estado recorreu ao Supremo Tribunal Federal para suspender os efeitos da liminar que apenas exige o cumprimento de obrigações constitucionais.Segundo o Supremo, o governo baiano afirma que "conforme prova segura trazida nos autos pela INB, as águas dos poços situados no entorno do complexo minero-industrial da empresa em Caetité não contêm urânio nem apresentam contaminação radioativa pelo mineral. A informação consta de laudos feitos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e do Instituto Nacional de Radioproteção e Dosimetria.”
Ao que parece, os laudos do INGA não foram incluídos nos autos. Onde foram parar? O governo não acredita no trabalho dos órgãos administrativos estaduais, INGA e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Estadual da Bahia – Ceped-Uneb)? Acreditará no presidente da CNEN, Odair Gonçalves, para quem as amostras de água enviadas pelo INGA ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) podem ter sido manipuladas? Embora funcione na Universidade de São Paulo, o IPEN é um órgão de pesquisa, gerenciado pela CNEN. O presidente da CNEN acusa quem de ter manipuldo as análises que comprovam a contaminação da água em Caetité? Por que a divulgação do laudo técnico, que finalmente atestaria se a contaminação é causada pela INB, já foi suspensa várias vezes, desde novembro do ano passado?A reunião entre o INGA, SESAB, CNEN e INB pouco resultado concreto trouxe para as demandas das vítimas da mineração. Rendeu apenas mais um frustrante protocolo de intenções, que sinaliza a submissão dos órgãos fiscalizadores estaduais aos ditames do setor nuclear. Nenhuma palavra sobre o conflito pelo uso da água, nem da aplicação da Lei de Recursos Hídricos.
Mas, ainda assim, confiamos que o preço que o governador quer pagar na “briga” para impor seus mega-projetos, como a usina nuclear, o complexo intermodal Porto Sul e Ferrovia Oeste Leste, não seja colocar em risco a vida de milhares de pessoas.
Por isto, uma vez mais, exigimos que o Estado e as prefeituras de Caetité e Lagoa Real assumam suas obrigações perante as comunidades afetadas pela mineração, garantindo saneamento ambiental, água tratada e assistência em saúde, cumprindo as determinações da Justiça de Caetité.Reafirmamos também nosso posicionamento contra a implantação de usina atômica na Bahia e no Brasil, exigindo a imediata suspensão das atividades da INB, já que descumpre as condicionantes e opera na ilegalidade, lembrando que o Ministério Público Federal, em Ação Civil Pública, proposta em julho do ano passado, requereu essa interrupção até que seja garantida a segurança dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Em julho passado, os cidadâos que discutiram o EIA-Rima nas audiências públicas em Guanambi, Malhada, Caetité e Pindaí (Guirapá) disseram não à implantação da Bahia Mineração em Caetité. A exploraçâo do ferro impactará fortemente a região com a destruição de nascentes, rebaixamento e ameaça de contaminação do lençol freático, supressão da vegetação nativa onde existem espécies endêmicas, extinção de comunidades tradicionais quilombolas, cercamento de áreas de uso tradicionalmente coletivo e ameaça à sobrevivência da população do entorno. Somos contra a Bamin porque os prejuízos ambientais e sociais serâo muito maiores que os benefícios que a mineração promete. O abastecimento de água dos habitantes da região de Guanambi está ficando cada dia mais crítico. As principais fontes - poços tubulares, nascentes e as Barragens de Ceraíma e Poço do Magro, que apresentam teor de sais que a tornam “pesada” - quase secaram em 2009. O caso mais extremo é o de Ceraíma que chegou a nível crítico de apenas de 2% da sua capacidade total. Apesar das chuvas, a quantidade de água nas barragens continua muito reduzida. Preve-se que a água dos reservatórios é suficiente apenas para sete meses. Segundo a EMBASA os municípios de Malhada, Iuiu, Palmas de Monte Alto, Guanambi, Candiba, Pindaí, Caetité e os distritos de Brejinho das Ametistas, Mutans, Morrinhos e Pilões apresentam um déficit no abastecimento de 6.405 m³/dia. Com as barragens quase vazias e esse déficit estamos à beira de uma crise aguda de abastecimento. Será o caos! Se as barragens secarem, como as populaçôes de Guanambi, Candiba, Pindaí e povoados, abastecidas por Ceraíma e Poço do Magro, sobreviverâo?
Por isto, cobramos agilidade e muito empenho na construção da referida ADUTORA PARA ABASTECIMENTO HUMANO do Rio São Francisco, obra urgentíssima e necessária, visto que resolverá definitivamente o problema da água para cerca de 20 cidades e povoados. A lei das águas exige que os recursos hídricos sejam garantidos prioritariamente ao consumo humano e nâo para o atendimento dos interesses industriais.
Caetité, 4 de março de 2010
Comissão Pastoral de Meio Ambiente de Caetité
Associaçâo Camponesa
Associaçâo Comunitária de Riacho da Vaca
Associaçâo de Joâo Barroca
Associaçâo de Lagoa Azul
Associaçâo Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania
Associaçâo de Pequenos Agricultores de Riacho de Santana
Associaçâo dos Produtores e Quilombolas de Pau Ferro
Associaçâo dos Pequenos Agricultores do Sape
Associaçâo de Pequena Agricultura FamiliarAssociaçâo de Umbuzeiro
CASA
CPT Sul Sudoeste
Caritas Regional Nordeste 3
CODESP
Comunidade de Quilombo de Mercês
Família Esperança Associaçâo
GEDES
Igreja Católica Lagoa Real
Irmâs Passionistas Macaúbas
Pastoral do Negro
Rádio Educadora Santana de Caetité
Reitoria do Seminário Sâo José
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pindai”

segunda-feira, 1 de março de 2010

SERRA DA CANASTRA:OLHARES AMBIENTADOS NUM VALE:PÁSSAROS DO CERRADO

Vale do Céu Recanto Ecológico, uma pousada localizada no entorno do “Parque Nacional da Serra da Canastra”, entre as Serras de Santa Maria, Babilônia e Palmeiras, região de transição do cerrado brasileiro com a mata atlântica. Trouxe para a região um conceito inovador que mescla: hospedagem, ecoturismo, educação ambiental e aventura, criado para atender as expectativas de pessoas que buscam um contato com a natureza, um lugar tranqüilo para descansar, agregando a tudo isso conforto e infra-estrutura.Local de beleza singular com 800.000 metros quadrados, sendo 400.000 metros dedicados ao Santuário Ecológico Sinhá Cristina, uma unidade de conservação reservado para estudos, onde o acesso é restrito para manter a total integridade do local. Um local retirado e agradável, onde a influência do homem sobre o meio ambiente é cuidadosamente observada. A pousada Vale do Céu, por acreditar e incentivar a preservação ambiental criou a Vale do Céu Meio Ambiente, para demonstrar a importância da preservação do meio ambiente e do cultivo da fauna e flora de cada local e praticar a preservação das espécies, do ecossistema, num trabalho consciente e responsável, com programas para manter a integridade, a beleza e a funcionalidade do ecossistema.
Vale do Céu Meio Ambiente possui vários projetos em andamento: palestras de conscientização a hóspedes e moradores da região, sobre a importância da conservação do meio ambiente; identificação, monitoração e análise da água que abastece a Vale do Céu; tratamento, monitoração e análise do esgoto da pousada Vale do Céu; identificação das espécies endêmicas e recomposição da mata ciliar do Córrego do Facão; identificação da flora e da fauna do “Santuário Ecológico Sinhá Cristina” e criação de trilhas contemplativas; plantio de árvores em áreas de reflorestamento pelos hóspedes; coleta de sementes e plantio em nossa horta para obtenção de mudas de árvores típicas do cerrado.Além dos projetos acima, para facilitar a comunicação da pousada com visitantes, leigos, admiradores da natureza e/ou estudiosos foi criada, na recepção, uma sala de conscientização ambiental, a “Sala do Cerrado”. A Sala do Cerrado é um espaço estratégico, de passagem obrigatória. Repleta de fotos e informações, criada com a finalidade de educar e instruir, onde o visitante pode conhecer melhor as características do local, com textos simples e instrutivos e interagir com uma sala cheia de informações.Outra preocupação do Vale do Céu Recanto Ecológico é o resgate da cultura local, que pode ser observado no “Centro de Memória” e na construção de pau-a-pique. O centro de memória funciona como um museu mineiro, onde se tem a sensação de retornar ao passado, encontrando objetos como uma mo, um engenho, uma fábrica de rapadura, um carro de boi, entre outros artefatos que remetem aos costumes e hábitos em extinção. O Recanto Ecológico promove também seu encontro com o folclore mineiro, através de uma programação anual com festas tradicionais como a “Folia de Reis”.