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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

ENTRE ! A OBRA ESTÁ ABERTA, UMA INSPIRAÇÃO EM AMÉLIA TOLEDO

“ENTRE. A OBRA ESTÁ ABERTA”    -  Texto Odila Fonseca

 É aqui que encontramos AMÉLIA TOLEDO uma artista contemporânea, nascida no interior de São Paulo. Identifico-me muito com o universo desta artista plástica. O pai era pesquisador e médico e a mãe artista. Por essas razões vai criança para a Alemanha, Suíça, França Áustria. É alfabetizada aos seis anos em alemão. Portanto Amélia Toledo não tinha o mesmo “ERMO” do olho de Manoel de Barros. Tem o olhar da pesquisa, da ciência e da tecnologia.
Quando a Europa mergulhava na 2ª Guerra Mundial Amélia Toledo volta para o Brasil e vai estudar na Escola alemã “Olinda Shule” que por questões políticas da guerra passou a chamar-se Visconde de Porto Seguro. Embora tenha frequentado vários ateliers de artistas de relevância na época o determinante para a criação de uma das suas maiores obras, o “Parque das Cores do Escuro” foi o diagnóstico de que ficaria cega. A perspectiva da CEGUEIRA desencadeou um processo criativo tão intenso que gerou o tema: PARQUE DAS CORES DO ESCURO.  E é a partir daí que projeta o Parque na Vila Maria e no Ibirapuera e outros.
Vila Maria
Parque Ibirapuera -SP
Vila Maria-SP
Parque Ibirapuera-SP

Patricia Ribeiro***, artista e professora, especializou-se em semiótica psicanalítica CLÍNICA DA CULTURA na PUC -Ba, toma como referencia esse trabalho de Amélia Toledo para desenvolver seu pensamento:
“Sabemos, também que, em todo o indivíduo que, por qualquer motivo, o sentido falhe, seu corpo, espontaneamente, potencializa seus outros veículos de mediação com o mundo. No “Parque das Cores do Escuro”, Amélia Toledo exercita sua imaginação de modo a encontrar nova maneira de elaborar as cores na ausência de luz.”
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Para dialogarmos com as obras de Amélia Toledo, nos apoiaremos no modelo tetra elementar proposto pelo filósofo francês, Gaston Bachelard, e a imaginação das matérias - raiz do conceito de Imaginação Material por ele desenvolvido, que reconhece no fogo, na terra, na água e no ar, as principais fontes poéticas do imaginário comum, que, por sua vez, é capaz de dividir em muitas outras imagens poéticas através das experiências individuais no mundo”.
Em “A poética dos livros de ouro: Amélia Toledo, generosidade e gratidão” o psicanalista João Frayze Professor de artes na USP, pesquisa o impacto da obra de arte desta artista nos sentimentos e na alma dos visitantes que adentraram, tocaram e deixaram suas impressões nos mais de 32 livros de ouro na primeira grande retrospectiva de suas obras, expostas no SESI, em 1999.
Na busca por alguma obra de Amélia Toledo antes do evento que eu iria participar, a vendedora ofereceu-me, folheando o livro “Das Viagens de Juca pela Natureza”, dizendo:
 _ Nossa! E eu que sempre quis fazer geologia!
Pensei comigo, como seria bom que ela acreditasse no seu sonho e seguisse o roteiro do gato Juca de Amélia Toledo. Mas eu tinha um objetivo naquele momento e entrei no auditório levando comigo esta conversa e mais este impacto da obra de Amélia.

Concluo com este texto pensando ser possível a existência do diálogo entre a experiência tátil e o desenvolvimento da imaginação poética... em qualquer pessoa como é possível “ver” nos jardins de Amélia Toledo ou na literatura de Manoel de Barros


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