10 JAN2017

Desmatamento de 2016 na Amazônia é o
maior desde 2008, segundo levantamento do Ipam
Foto: Agência Brasil
O desmatamento no
período equivale à derrubada de 128 campos de futebol por hora de floresta,
segundo a entidade. O perfil fundiário dos responsáveis pela devastação teve
pouca variação em relação aos últimos anos: a maior derrubada ocorreu nas
propriedades privadas (35,4%), seguida de assentamentos (28,6%), terras
públicas não destinadas e áreas sem informação cadastral (24%), e pelas
unidades de conservação, que registraram 12% de todo o desmatamento verificado
nos 12 meses analisados.
De acordo com o
Panorama do desmatamento da Amazônia 2016,Os Estados que registraram maior
aumento da taxa de desmatamento foram Amazonas, Acre e Pará, com incremento de
54%, 47% e 41%, respectivamente. Em números absolutos, o Estado que mais
desmatou foi o Pará, 3.025 km² de floresta a menos; seguido de Mato Grosso, que
perdeu de 1.508 km² de vegetação nativa; e Rondônia, com 1.394 km² de
derrubadas. Os três estados respondem por 75% do total desmatado em 2016.
Segundo o
levantamento do Ipam, o ranking de dez municípios que lideram o desmatamento na
Amazônia permanece praticamente inalterado nos últimos anos. Cinco municípios
da lista são do Pará: Altamira, São Feliz do Xingu, Novo Repartimento, Portel e
Novo Progresso. O ranking também tem dois municípios amazonenses: Lábrea e
Apuí; dois de Rondônia: Porto Velho e Nova Mamoré; e um de Mato Grosso:
Colniza, que lidera o desmatamento no estado há, pelo menos, quatro anos.
O estudo aponta a
necessidade de envolvimento da sociedade no controle do desmatamento "com
uma nova estruturação de ações de comando e controle, criação de uma agenda
positiva de incentivos à eficiência da produção em áreas já desmatadas e mais
apoio para quem mantém seu ativo florestal, bem com participação do mercado e
do sistema bancário no controle do desmatamento".
Histórico
Desde 2004, o
desmatamento na Amazônia foi reduzido em mais de 70%, após o segundo pico mais
alto da história do monitoramento do bioma, com 27.772 km². De 2009 a 2015, o
ritmo da derrubada manteve-se estagnado em um patamar médio de 6.080 km² por
ano. Em 2012, foi registrada a taxa de desmatamento mais baixa dos últimos 20
anos na Amazônia, com 4.571 km². No entanto, após essa data, o cenário de
desmatamento apresentou sucessivos aumentos e pequenos recuos.
Os dados analisados
pelo Ipam são do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal
(Prodes).
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