Postado por Odila Fonseca
2001- a herança - mal_dita ou bem_dita
1-"Recentemente o Greenpeace denunciou um vazamento que levou a empresa a receber uma multa de R$1 milhão de reais do Ibama. Em 2000, primeiro ano de operação da mina, a INB tentou esconder que 5 milhões de litros de licor de urânio foram liberados no meio ambiente. As autoridades foram informadas sobre o caso seis meses depois, também por denúncia, dessa vez,do Ministério Público."
2-No verão de 2004, chuvas excessivas atingiram a área da mina e a bacia de retenção da mina transbordou sete vezes, liberando efluentes líquidos com concentração de urânio-238, tório-232 e rádio-226 no leito do Riacho das Vacas. Em função da avaliação dos impactos desse acidente e das condições de operação da mina da INB, os fiscais da CNEN elaboraram parecer técnico solicitando a paralisação das atividades de mineração em Caetité e a não-renovação da licença de operação."
DIÁLOGOS SOCIOAMBIENTAIS 17 de fevereiro 2010
...."E aproveito para fazer algumas considerações sobre a matéria de "A Tarde". Ao contrário do que afirma o jornal, nâo é a primeira vez que o Governador baiano fala em trazer a usina para a Bahia, numa disputa que vem rolando entre os estados nordestinos, desde que o setor nuclear intensificou seu agressivo lobby em vários países da América Latina, com forte influência nos setores legislativos e da política energética, tentando impor a ampliação do uso da tecnologia nuclear, sob o falso argumento de que a energia atômica é uma fonte "limpa", segura e ajuda a combater o aquecimento global. Há muito se noticia o interesse baiano e, na véspera do Ano Novo/2010, a Uol Noticias revelava que o governador informara ter pedido ao governo federal para ser contemplado com a usina. Disse até que a Bahia teria mais chance de vencer a concorrência porque já tem a reserva de urânio em exploraçâo em Caetité, que, como sabemos, vem contaminando a água consumida por seres humanos e animais, além de impactar de forma irreversível o meio ambiente. Também em dezembro passado, a Eletrobrás Nuclear S.A (Eletronuclear), responsável pela operação e construção de usinas nucleares, anunciou que até este mês de fevereiro, levaria ao Ministério das Minas e Energia a indicaçâo das microrregiões que poderão abrigar as usinas planejadas para o Nordeste. Agora fala que o parecer técnico deverá chegar ao MME até o meio do ano. Falam também que o presidente Lula vai receber o estudo de viabilidade da localização em dois meses, batendo o martelo sobre a questão. Entre um e outro balão-de-ensaio o que se sabe é que o assunto vem sendo tocado nos gabinetes, não indo para o debate popular. Assim, pode ser até que o governador já saiba que a Bahia, por uma escolha política, sediará uma das usinas. Isto explicaria sua declaração de guerra pré-carnavalesca de que vai brigar pra trazer a usina para a Bahia? Só nâo procuraram saber o que o povo pensa. E para refrescar a memória, lembramos que a sociedade civil da Bahia, através de organizações e movimentos sociais e populares, que vem questionando os rumos da política energética do país e repelindo a ameaça de nuclearização da região, entregou, em 2007, manifesto ao entâo eleito governador, Jaques Wagner, defendendo o emprego de fontes limpas e renováveis de energia contra o uso da fonte nuclear. A resposta ao documento foi a promessa vâ de dialogar...Desde entâo, à medida que os desacertos técnicos e operacionais da INB, em Caetité, foram ficando mais evidentes, outros documentos já foram entregues ao governador, reivindicando o urgente controle social das instalações atômicas do país, reafirmando nosso repúdio ao Programa Nuclear Brasileiro, que tenta impor a conclusão de Angra 3, a construção de usinas nas margens do Rio São Francisco, acordos nucleares com países sul-americanos e a instalação de usina na Bahia. De nossa parte, temos feito um esforço para discutir esta questão, desde 2005 e sempre reafirmando a posição dos movimentos socioambientalistas desde então. Em Caetité e Lagoa Real, a repercussâo desta matéria foi a pior possível. Ela só evidenciou, mais uma vez, a grande distância entre o projeto desenvolvimentista do governo e a omissâo do estado perante as demandas por segurança em saúde e alimentação das comunidades, obrigadas a beber água condenada pelo próprio Estado, porque os governantes só lhes dâo uma opção: morrer (de sede) ou morrer (por contaminação).Ao que parece, nosso pós-carnaval, portanto, não será muito divertido...Zoraide"
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