Cientistas ligados à Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC) e à Academia Brasileira de Ciências
(ABC) apresentaram na segunda-feira (25/4), em Brasília, o documento O
Código Florestal e a Ciência – Contribuições para o Diálogo. A
publicação reúne argumentos da comunidade científica para o
aprimoramento do debate em torno do projeto de lei que propõe a
alteração do Código Florestal.O documento será entregue a
ministros, deputados e senadores, que se
preparam para votar em breve o projeto de lei em tramitação na Câmara
dos Deputados e que institui mudanças significativas na principal lei de
proteção às florestas brasileiras.De acordo com o presidente da
Câmara dos Deputados, Marco Maia, o
projeto que altera o Código Florestal (PL 1876/99 e outros) será
incluído na pauta do plenário nos dias 3 e 4 de maio.Segundo a
SBPC e a ABC, o Brasil dispõe de milhares de doutores,
detém o conhecimento na área de sensoriamento remoto e modelagem
computacional, lidera o mundo no monitoramento das coberturas e usos
dosolo e tem excelênciareconhecida nas pesquisas agropecuária e
florestal. “Isso faz da ciência uma peça fundamental
no quebra-cabeça que
precisa reunir técnicos, produtores rurais, ambientalistas,
parlamentares e a sociedade civil nas discussões que nortearão o diálogo
sobre o Código Florestal”, disse Helena Nader, presidente da SBPC.O grupo de trabalho organizado pelas duas entidades
científicas
reuniu 12 pesquisadores nas áreas de agronomia, engenharia florestal,
ciências da terra, hidrologia, meteorologia, biologia, ciências sociais,
genética, biotecnologia, economia ambiental e direito.Os
especialistas avaliaram os mais importantes pontos propostos para a
revisão do Código e fizeram análises específicas, mas sempre buscando
conexões por meio da interdisciplinaridade. Nesse processo, apoiaram-se
na literatura científica sobre o tema.O grupo de trabalho também
consultou outros especialistas de diversas
instituições de pesquisa e ouviu gestores públicos e parlamentares para
a coleta de opiniões que balizaram a formulação do texto a ser
apresentado para a sociedade brasileira. O documento estará disponível
nos sites da SBPC e da ABC.
Mobilização da comunidade científica
A revisão do Código
Florestal brasileiro tem provocado sérias
preocupações na comunidade científica e suscitado diversas
manifestações. Com uma possível aprovação do relatório que propõe
mudanças na legislação ambiental, o Brasil estaria “arriscado a sofrer
seu mais grave retrocesso ambiental em meio século, com consequências
críticas e irreversíveis que irão além das fronteiras do país”, segundo carta
redigida por pesquisadores ligados ao Programa BIOTA-FAPESP e
publicada em julho de 2010 na revista Science. As novas regras, segundo eles, reduzirão a restauração
obrigatória de
vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, “as
emissões de dióxido de carbono poderão aumentar substancialmente” e, a
partir de simples análises da relação espécies-área, é possível prever
“a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que
invalidará qualquer comprometimento com a conservação da
biodiversidade”. A comunidade científica, de acordo com o texto, foi
“amplamente
ignorada durante a elaboração” do relatório de revisão do Código
Florestal. A mesma crítica foi apresentada em carta
enviada pela SBPC e ABC, em junho de 2010, à Comissão Especial
do Código Florestal Brasileiro na Câmara dos Deputados. Em agosto, o
BIOTA-FAPESP realizou o evento
"Impactos potenciais das alterações do Código Florestal Brasileiro na
biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos". Pesquisadores
reunidos avaliaram possíveis impactos que as alterações
do Código Florestal terão sobre grupos taxonômicos específicos
(vertebrados e alguns grupos de invertebrados), bem como em termos de
formações (Mata Atlântica e Cerrado) e de serviços ecossistêmicos (como
ciclos biogeoquímicos e manutenção de populações de polinizadores).
Mais informações: www.sbpcnet.org.br e www.abc.org.br
26/04/2011 Agencia Fapesp
COMENTÁRIOS: 1 - 5 - 2011
1-Excelente blog esse da http://educomambiental.blogspot.com inclusive aderi a petição para opinar sobre a matriz energetica do Brasil Lucila M. Assumpção
2-Desculpem a falta de modéstia. Dois dos cientistas são da Embrapa
Meio Ambiente de Jaguariuna e um dos quadros da
UniAngatu. Celso cmanzatto@cnpma.embrapa.br COMENTÁRIOS: 1 - 5 - 2011
1-Excelente blog esse da http://educomambiental.blogspot.com inclusive aderi a petição para opinar sobre a matriz energetica do Brasil Lucila M. Assumpção
3-PARABÉNS CELSO!!!! SEM FALSA MODÉSTIA MESMO! É COMPETÊNCIA DA EQUIPE DA EMBRAPA. ABS, RACHEL
4- Paulo disse...Estas medidas todas de proteção do meio ambiente e consequente prejuízo aos pequenos agricultores deveriam ser tomadas em etapas. Acha-se um meio termo entre 30 metros e NADA, estabelece-se um prazo em que ainda poderiam usar a área e, findo o mesmo, chegariam ao desejado hoje pelos ecologistas. Sem tanto stress... 27 de abril de 2011 08:52
5 - Todos nós - da UniANGATÚ - estamos orgulhosos da contribuição de vocês Celso!!!! Obrigada! Odila Fonseca
6-É com grande satisfação que disponibilizo abaixo o endereço onde vocês podem fazer o download do Livro
http://www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/codigo_florestal_e_a_ciencia.pdf
O livro é o resultado do Grupo de Trabalho criado pela SBPC e a Academia Brasileira de Ciências em julho de 2010, para analisar e avaliar as alterações propostas ao Código Florestal. Desde julho o grupo, coordenado pelo Dr. José Antônio Aleixo da Silva, do Departamento de Ciência Florestal/UFRPE & Secretário da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, se reuniu presencialmente inúmeras vezes, ouviu tod@s os setores interessados, inclusive Deputados Federais diretamente envolvidos com a questão e discutiu dezenas de horas via internet (mensagens e utilizando ferramentas como DropBox e My Space), para chegar a este texto. Na minha opinião este GT reflete a necessidade cada vez mais premente de cientistas participarem ativamente de discussões de temas de interesse para o dia a dia de tod@s @s brasileir@s, com evidentes consequências para a atual e as futuras gerações.
Atenciosamente Carlos A. Joly
Um comentário:
Estas medidas todas de proteção do meio ambiente e consequente prejuízo aos pequenos agricultores deveriam ser tomadas em etapas. Acha-se um meio termo entre 30 metros e NADA, estabelece-se um prazo em que ainda poderiam usar a área e, findo o mesmo, chegariam ao desejado hoje pelos ecologistas. Sem tanto stress...
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