IMPOSTOS EM SÃO PAULO

domingo, 3 de julho de 2011

"ROSA DOS VENTOS" : O PARAISO É AQUI !

Carlos R.Brandão
 Encontrei me com Carlos Brandão, na rua, em Campinas. Convidou a todos nós para uma visita ao Sitio Rosa Dos Ventos, no sul de Minas. Ainda estava "embriagado de felicidade" com as últimas atividades no SITIO . Ele estará nos próximos meses navegando, com seus alunos, através do  RIO S.FRANCISCO.
Bom ambiente de aula! Repasso a carta da Claudia

   
               "Rosa dos Ventos"

Dizem que fotografar é eternizar olhares, e era isso que faríamos no feriado de
Corpus Christi na cidade de Goiás; mas, olhares sem rédeas, acostumados a sonhar contemplando as lonjuras do horizonte, dessa vez resolveram, de fato, percorrê-lo até esbarrar nas montanhas do sul de Minas.E entre montanhas, um lugar chamado Poços de Caldas com suas praças sempre povoadas que mais parecem cenários de filme com final feliz. Um lugar quentinho onde água saída das entranhas da Terra nos proporciona um banho relaxante; mãos trabalhadeiras que na feira de economia e pessoas solidárias expõem seus frutos coloridos e saborosos aos olhos. Um trem suspenso nos trilhos do tempo e do espaço carrega o testemunho de ânsias desnudando o gosto doce da calmaria.Um pouco mais e chegamos a Caldas onde música e poesia nos brindou com mágicos momentos no barracão das artes e no arraial a temperatura do caldo é medida por pontas de dedos, talvez ingênuos, ou apressados em servir,
entardecer no Sítio
ir.De Caldas a Pocinhos do Rio Verde é um pulo que de alegria se faz ao descortinar, ainda mais, a beleza da natureza. E quase chegando ao pico é possível apreciar a obra dos ventos arquitetos que uma rosa nos fez. Uma gente diferente habita esse lugar, deve ser outra espécie de ser humano ou aquela ainda por descobrir em todos. Uma gente despida de egoísmo e dispostos a cooperar.Caminhando por essas alturas, reflito o tamanho pequeno da pedra invisível que sou e desvendo imensidões de mim.
O ‘paraíso perdido’ se encontra lá. Lá onde as pessoas se ajudam, lá onde o sorriso é verdadeiro, lá onde o frio esquenta a alma, lá onde os sentidos são despertados da sonolência corriqueira, lá onde até bonecos são tratados pelas crianças por “senhor” em sinal de respeito, lá onde Brandão é superlativo de brandura, lá onde tem um morro só para as estrelas e nós, teimosos, insistimos em subir para colher um pouco de luz, lá onde sempre cabe mais uns, lá onde na cozinha se faz muito mais que refeições, lá onde aprendemos que abelha não é sinônimo de ferroada e sim de mel, lá onde Mel também é nome de cachorro, lá onde a dança circular desenha a essência de nossos seres, lá onde um senhor chamado Generoso faz vinho e revela nas dobras das mãos o envelhecer de seus infindáveis esforços em driblar a solidão, lá onde o vinho nos embriaga de virtude e poesia, lá onde filósofo ensina, aprende e produz queijos, lá onde a coleta seletiva e coletiva funciona, lá onde a neblina brinca com as montanhas de manhã cedinho nos fazendo sentir no céu, lá se chama Rosa dos Ventos e é lá que eu quero voltar...Chega a hora da despedida e percebo que mais que eternizar olhares, cenas futuras se formam e na fotografia desses dias muito há o que revelar.Despeço-me carregada de encanto, deixando ao longe apenas a sensação gostosa do verdadeiro acolhimento. Cláudia Rodrigues de Paula Inverno de 2011

venda de produtos
oficina na praç
"Um pouco mais e chegamos a Caldas onde música e poesia nos brindou com mágicos momentos no barracão das artes e no arraial"
CARTA RECEBIDA DO CARLOS BRANDÃO
Gente amiga e querida, de perto e de longe,
Estou enviando esta mensagem coletiva apenas porque o que vivemos na ROSA DOS VENTOS no feriado de Corpus Christi, e mais em  Caldas e em Poços de Caldas, foi de uma tal feliz e fecunda intensidade, que quando acabou de acontecer, na manhã (gelada a 3 graus negativos) em que a casa ficou vazia (ou quase), eu me perguntava: "aconteceu mesmo?"
Vivemos em apenas quatro dias, dias que pareciam mais um conto de milagres do que uma realidade.Chegamos a ser 45 pessoas dormindo lá e, entre quem chegava e saía, fomos mais de 60 pessoas por lá. Como sempre, gente vinda de perto e de longe (e de muito longe). Gente "da casa" e gente que apareceu por lá pela primeira vez.Foram encontros e re-encontros felizes e, alguns, inesperados mesmo.Em três ou quatro dias, reunindo gente que se conhecia e gente que nunca se viu, vivemos o seguinte:Uma inesperada oficina de abelhas nativas e seu reconhecimento na mata;Uma oficina de fabrico de queijo mineiro coordenada pelo filósofo Flora;Uma oficina de dança do ventre, coordenada por Sandra;Um fecundo novo encontro do grupo do Tao;O lançamento de um cd-livro de Henry, um filósofo-cantor e mais Paulo, um engenheiro florestal-poeta que nos maravilharam (uma apresentação no Brracão das Artes em Caldas, e um repeteco na Casa Azul da Rosa dos VentosUm espetáculo inesquecível de mamulendos com Chico Simões ("na hora!");A esperada Feira de Economia Solidária em Poços de Caldas (com roda de conversa minha debaixo de sol em manhã gelada);
A festa do arraial em Caldas;Duas caminhadas até o Morro das Estrelas (uma com todas as estrelas e outra com toda a chuva);Duas reuniões do Centro Mutirão de Educação Popular e Economia Solidária, que estamos criando por lá.
Será que faltou alguma coisa?
E mais muita conversa, muito encontro e re-encontro. Alguns almoços de jantares de comidas conhecidas e desconhecidas. E mais gente que teve coragem de ir no rio Verde e tomar banho de cachoeira. E mais rodadas de violão e cantorio na varanda.  E mais o frio que chegou depois da chuva, e foi de -3 graus na madrugada de segunda pra terça.Enfim, dias breves que pareceram um tempo quase sem-fim.Estamos programando uma série de encontros de estudos de economia solidária da equipe que vai "tocar o Mutirão". Se mais alguém tiver vontade de vir estar conosco, veja um outro e-mail em que escreverei a propostaPor agora pensamos encontros de pelo menos um dia inteiro de estudos conjuntos nestas datas: 6 e 7 de agosto; 27 e 28 de agosto.Estamos programando com Marcos Arruda e outras gentes um outro encontro ampliado ao redor de economia solidária. Falta definir data e mais arranjos. Uma alternativa seria ao redor do 7 de setembro, que cai numa quarta. Outra seria o 12 de outubro, quando estarei no Pontal do Tirângulo Mineiro. Outra seria em volta do 15 de novembro, que cai numa terça.Avisaremos toda a gente sobr este encontro e outros mais.
O site www.sitiodarosadosventos.com.br está sendo re-criado para se tornar inclusive mais interativo. Esperem com calma mineira.
Entre 13 e 31 de julho estarei no "outro lado de Minas Gerais". Estarei entre Pirapora e Manga, viajando "São Francisco rio abaixo", com uma equipe de professores(as) da USP e da UFU e de alunas. A viagem faz parte de nosso projeto Etnocartografias do Rio São Francisco (no trecho mineiro). Deverei estar por alguns dias sem bons contatos de celular e de internet.
Devo voltar dia 1 de agosto. Teremos então reuniões novas na Rosa dos Ventos e no Pontal. Estamos criando juntos um projeto de educação junto a assentamentos e acampamentos de reforma agrária da região do Pontal do Triângulo. A proposta envolve o Campus do Pontal, em Ituiutaba, O Instituto Federal Tecnológico do Sul de Minas (em estudos) e o nosso Centro Mutirão.  
Por agora, que fique um abraço amigo em meu nome e no de toda a "Gente da Rosa dos Ventos"
Carlos Brandão.
O que é paz cresce por si mesmo
João Guimarães Rosa

Nenhum comentário: