IMPOSTOS EM SÃO PAULO

terça-feira, 22 de março de 2016

sobre uma lua cheia que ora sumia atrás das nuvens e ora aparecia no alto céu doze exercícios de dizer o mesmo de maneira quase igual

Carlos Rodrigues Brandão

Gente amiga de perto e de longe,
Ontem uma "lua quase cheia" brilhou aqui
 no céu  do Sul de Minas. Hoje e amanhã 
o tempo está pra chuva e talvez ela esteja escondida
 de nós.Mas, quem puder, não deixe de olhar 
o céu de hoje e de amanhã demoradamente. 
A lua está acompanhada de Júpiter e de Venus. 
Coisa rara e de uma beleza de tocaros olhos e a alma.  
Um abraço amigo,Carlos


Um 

Lentas as nuvens escondiam
o que da noite parecia o dia.
Lentas as nuvens ocultavam
o rosto de luz da lua amiga.
E entre o surgir e o se esconder,
(como a mulher que à noite
é bruxa  e ao dia é fada)
é a lua mesma quem semelha que viaja
como um barco de velha vela antiga.
E o céu ora escuro e ora claro,
onde tudo parece adormecido,
assiste ao lento viajar de prata
da lua. Clara lua. Lua vaga.
dois
Lua, vaga, vagarosa lua luminosa
a sua viagem de prata o céu colore.
Iluminada lua vagando no céu claro
que em seu vagar devagar o céu clareia.
Até quando Vênus e as estrelas de Órion
apagam a  luz de suas velas
pra brilhar com só a luz da Lua Cheia.
três
Clara, a clara lua se ilumina
e de claro colorida tece a manta
que entre o alvo do sal
e a mandioca, quando dela
é a farinha branca só o que resta,
cobre o corpo de rara prata fina
da lua e do luar de sua festa. 
E de branco e amarelo
fiada, tecida e revestida a lua
da luz do sol que ela reflete,
é de ouro e brilha a sua veste
de luz com que ela se toda se tatua,
e depois de plena luz que é sua
               de luz se cobre e se reveste.
               quatro
Vagante, a lua se viaja
e a noite sopra e assopra
o vento norte que lhe toca
a sua vela de errante e de veleiro.
E devagar o vento embala
a barca-lua pela noite afora
entre as estrelas que o céu
semeia ao dia,  e rega e cuida
e à noite acende em seu canteiro.
cinco
A manhã de outubro se demora
a clarear com o sol um outro dia
e o mar, e o céu do chão da terra
e mais tudo o que houve e há e havia.
Tudo pinta de luz como se a aurora,
para que a lua cheia brilhe ainda
um pouco mais na noite que adormece
sobre o veludo que a luz clara tece e fia. 
seis
A noite veio, veja!
no vento de julho
com o seu  escuro frio.
Clara navegava a lua
o seu veleiro
como se o céu inteiro
fosse um rio. 
sete
À noite
a lua acende
a sua vela
e, veleiro,
viaja o mar da noite
banhando de luz
o mundo e a terra
e tudo o que antes
foi escuro nela.
oito
Apaga a luz da lua
a das estrelas
da estrada do céu
por onde vaga.
E clareia o céu
e a terra inteira
no veleiro de velas
de seu barco.
Até quando a manhã chega
e acende fogos
e a lua se apaga
e a noite acaba.
Nove
Estala como um raio
a luz da lua
quando sai de trás
da novem escura
cercada do rosário
das estrelas.
E o céu inteiro ela clareia
a clara lua
com a luz que é da noite
e é toda sua
enquanto o dia tarda
e a noite dura.
dez
Abro a janela
e olho, vejo e espio
e quero vê-las
na noite escura
a lua clara
e as mil estrelas
onze
Vela, veleiro,
a branca lua
se hasteia no mastro
do céu claro.
E o céu todo navega
e se clareia
e se faz belo
e de tão claro
se faz raro. 
doze
A chama de uma vela
E seu pavio
acendem a lua
com a mão da noite de abril.
E a noite de claro se clareia
com a luz da luz que é dela
e é toda sua.

Estes pequenos poemas de improviso começaram a ser
Escritos em algum dia e lugar de que eu esqueço.
Foram revistos e dados por acabados (será mesmo?)
em quatro dias de um setembro frio, em Buenos Aires.
Era o ano de 2015.          
Dia d´água

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