RIO DOCE entre Linhares e Colatina |
Chuva que começou a cair no estado não é suficiente para reverter seca.
Outros rios do Espírito Santo também estão com níveis abaixo do normal.
Outros rios do Espírito Santo também estão com níveis abaixo do normal.
A chuva que começou a cair nesta quinta-feira (5) e
a previsão para os próximos dias não são suficientes para reduzir os efeitos da
seca no Espírito Santo, segundo apontaram especialistas. Os rios que abastecem
o estado estão com os níveis abaixo do normal, o que levou o governo a declarar
a existência de "cenário de alerta". O maior do estado, o Rio Doce,
também vêm sofrendo com a estiagem. No trecho entre Colatina e Linhares, a água
deu lugar a longas faixas de areia. Especialistas apontam que o déficit de chuva de
2014, acumulado com o do início deste ano, não terá como ser compensado de
forma tão rápida. A tendência é que a crise seja uma realidade para todo o ano
de 2015. No ano de 2014 a média do déficit de chuvas foi de
400 milímetros. Choveu cerca de 67% do esperado. Em alguns pontos do estado,
como a Região Metropolitana, esse total chegou a 600 milímetros. Este ano, em
janeiro, na maior parte do Espírito Santo choveu cerca de 30 milímetros. O
esperado para o período era de 200 milímetros. O meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa,
Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Hugo Ramos, explicou que esse
período é a reta final do período chuvoso. O mês de fevereiro é o que
tradicionalmente menos chove. “Teríamos que ter um novo ciclo de chuva,
completo, para resolver o problema”, disse. A situação se agrava porque a falta de chuva não
permitiu uma boa reserva de água no solo. É ela que dá sustentação aos rios e é
de onde as plantas tiram a água de que necessitam. “Uma infiltração de água que
depende muito do tipo de solo, de chuva, da inclinação do terreno e até da
cobertura vegetal”, afirmou Aureliano Nogueira, engenheiro agrônomo e doutor em
solo e nutrição de plantas. Segundo o engenheiro, cerca de 60% a 65% do que
chove é armazenado no solo, no lençol freático. Mas para isso, é preciso que
não haja chuva com intensidade, para permitir que o solo a absorva. “O déficit
hídrico do solo vem se agravando e não teremos como repor”, completou.
*Com
colaboração de Vilmara Fernandes, de A Gazeta.
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