Por Nezilda Jacira Lourinho de Campos
Jonilson,
Se os "DONOS DO BRASIL" não derem o GOLPE na CF e se depender dos nativos do Estado do Pará, o NÃO será a RESPOSTA que sairá das urnas, pois estamos cansados de sermos obrigados a ceder o nosso território e assistirmos nossas riquezas serem extraídas até a última raspa conforme aconteceu quando o Pará foi dividido cedendo a área do extremo norte para dar origem ao ex-Território Federal, hoje Estado do Amapá. Após a divisão, o manganês foi embora... Ficou apenas a grande cratera e a área que de nós foi tirada com esse mesmo discurso “desenvolvimentista”, não garantiu ao ex-território o enriquecimento prometido.
Portanto, o Pará
jamais voltará a ser dividido desta forma, pois, conforme dissemos acima, a primeira
experiência foi frustrante. O Pará já está dividido em 144 municípios. Se as
riquezas do nosso solo não estão sendo suficientes para os estrangeiros que se mudaram pra “terra de todos” e
“terra de ninguém”, também não está chegando a nós, pois, também vivemos no
mais completo abandono.
Não somos nós os
belenenses, os algozes do nosso estado e sim essa politicagem nojenta que está
preocupada apenas em impor ao povo mais dois governadores, seis senadores e
“trocentos” deputados para viverem parasita e corruptamente às custas de todos
nós, independente de sermos do nordeste, sul, oeste e sudeste.
Vocês, legitimadores oficiais, travestidos
de intelectuais, ao invés
de desejarem socializar e democratizar riquezas querem a todo custo estabelecer
uma divisão territorial que só irá aumentar a pobreza e as desigualdades que
infelizmente já imperam no nosso Estado. As colocações de vocês são
doutrinárias, pois, segundo suas palavras “Pra quem mora em Belém como vocês é
muito fácil defender o que está perto de vocês”. Se assim fosse, não estaríamos
defendendo o nosso território total, incluindo a área que vocês querem chamar
de Tapajós e Carajás, pois geograficamente Belém está longe delas, o que
defendemos é o nosso estado grande.
Se em vez de
pautar sua vida profissional em cargos, você se aproximasse dos professores sem
lhes olhar de cima, talvez soubesse que temos compromisso e vamos sempre que
nos chamam para qualquer lugar. Sou socióloga, historiadora, metodóloga,
mestra, se precisar de mim, me procura na Faculdade de Ciências Sociais da
UFPA, que eu vou. Nezilda Jacira
Lourinho de Campos
Hoje, 24 de maio de 2011, foram assassinados nossos companheiros, José
Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assentados no
Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna – PA. Os
dois foram emboscados no meio da estrada por pistoleiros, executados com tiros
na cabeça, tendo Zé Claúdio a orelha decepada e levada pelos seus assassinos
provavelmente como prova do “serviço realizado”.
Camponeses e líderes
dos assentados do Projeto Agroextratista, Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo
(estudante do Curso de Pedagogia do Campo UFPA/FETAGRI/PRONERA), foram o
exemplo daquilo que defendiam como projeto coletivo de vida digna e integrada à
biodiversidade presente na floresta. Integrantes do Conselho Nacional das
Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes, os dois viviam e
produziam de forma sustentável no lote de aproximadamente 20 hectares , onde 80%
era de floresta preservada. Com a floresta se relacionavam e sobreviviam do
extrativismo de óleos, castanhas e frutos de plantas nativas, como cupuaçu e
açaí. No projeto de assentamento vive aproximadamente 500 famílias.A denúncia das ameaças
de morte de que eram alvo há anos alcançaram o Estado Brasileiro e a sociedade
internacional. Elas apontavam seus algozes: madeireiros e carvoeiros,
predadores da natureza na Amazônia. Nem por isso, houve proteção de suas vidas
e da floresta, razão das lutas de José Cláudio e Maria contra a ação criminosa
de exploradores capitalistas na reserva agroextrativista.
Tamanha nossa
tristeza! Desmedida nossa revolta! A história se repete! Novamente camponeses
que defendem a vida e a construção de uma sociedade mais humana e digna são
assassinados covardemente a mando daqueles a quem só importa o lucro:
MADEREIROS e FAZENDEIROS QUE DEVASTAM A AMAZÔNIA.
ATÉ QUANDO?
Não bastasse a ameaça ser um martírio a torturar aos poucos mentes e
corações revolucionários, ainda temos de presenciar sua concretude brutal? Não bastasse tanto sangue escorrendo pelas mãos de todos que não se
incomodam com a situação que vivemos, ainda precisamos ouvir as autoridades
tratando como se o aqui fosse distante? Não bastasse que nossos homens e mulheres de fibra fossem vistos com
restrição, ainda continuaremos abrindo nossas portas para que os corruptos
sejam nossos lideres? Não bastasse tanta dificuldade de fazer acontecer outro projeto de
sociedade, ainda assim temos que conviver com a desconfiança de que ele não
existe?
Não bastasse que a natureza fosse transformada em recurso, a vida
tinha também que ser reduzida a um valor tão ínfimo? Não bastasse a morte orbitar nosso cotidiano como uma banalidade,
ainda temos que conviver com a barbárie? Mediante a recorrente
impunidade nos casos de assassinatos das lideranças camponesas e a não
investigação e punição dos crimes praticados pelos grupos econômicos que
devastam a Amazônia, RESPONSABILIZAMOS O ESTADO BRASILEIRO –
Presidência da República, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente, Polícia Federal, Ministério Público Federal – E COBRAMOS
JUSTIÇA!
ESTAMOS EM VÍGILIA!!!
“Aos nossos mortos
nenhum minuto de silêncio. Mas toda uma vida de lutas.”
Marabá-PA, 24 de Maio de 2011.
Universidade Federal
do Pará/ Coordenação do Campus de Marabá; Curso de Pedagogia do Campo
UFPA/FETAGRI/PRONERA; Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo;
Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra – MST/ Pará;
Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura – FETAGRI/Sudeste do Pará;
Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar – FETRAF/ Pará;
Movimento dos
Atingidos por Barragens – MAB;
Comissão Pastoral da
Terra – CPT Marabá;
Via Campesina – Pará;
Fórum Regional de
Educação do Campo do Sul e Sudeste do Pará.
EDSON "Marchar
se faz necessário para espantar os abutres do caminhos,pois se eterno são os Sonhos, Eternas são a esperança de vencer". Ademar Bogo
UM MES DEPOIS EM 01/07/2011 Ibama fecha madeireiras de Nova Ipixuna (PA) onde casal extrativista foi executado
http://www.primeiraedicao.com.br/noticia/2011/07/01/ibama-fecha-madeireiras-de-nova-ipixuna-pa-onde-casal-extrativista-foi-executado UM MES DEPOIS EM 01/07/2011 Ibama fecha madeireiras de Nova Ipixuna (PA) onde casal extrativista foi executado
Ver também:
1- http://militanciaviva.blogspot.com/2011/05/pastoral-o-estado-tem-responsabilidade.html
2- http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/05/ativistas-ambientais-sao-executados-no.html?spref=tw
3-http://espacoacademico.wordpress.com/2011/05/30/nota-de-morte-anunciada/
2- http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/05/ativistas-ambientais-sao-executados-no.html?spref=tw
3-http://espacoacademico.wordpress.com/2011/05/30/nota-de-morte-anunciada/
COMENTÁRIO -"Sinceramente, é o tipo de texto que seria muito melhor não ser necessário
escrever. Mas, diante dos acontecimentos, também é preciso denunciar. Mas até
quando ainda teremos que conviver com notícias como estas neste país?Abraços e obrigado. Antonio Ozaí da Silva" blog: http://antoniozai.wordpress.com
MEMÓRIA DO BLOG LEIA O TEXTO de terça-feira, 10 de maio de 2011
1- http://educomambiental.blogspot.com/2011/05/do-por-que-o-para-vai-virar-tres-e.html
2- http://hupomnemata.blogspot.com/2011/05/os-quatro-custos-de-dividir.html
3- http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3022
4-http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/05/impasse-florestal
1- http://educomambiental.blogspot.com/2011/05/do-por-que-o-para-vai-virar-tres-e.html
2- http://hupomnemata.blogspot.com/2011/05/os-quatro-custos-de-dividir.html
3- http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3022
4-http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/05/impasse-florestal
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