IMPOSTOS EM SÃO PAULO

quarta-feira, 25 de maio de 2011

CONFLITO E ASSASSINATO NO PARÁ : CARTA RESPOSTA E NOTA DE ENTIDADE -


 O PARÁ NÃO SE DIVIDE MAIS!
Por Nezilda Jacira Lourinho de Campos
Jonilson, 

 
Se os "DONOS DO BRASIL" não derem o GOLPE na CF e se depender dos nativos do Estado do Pará, o NÃO será a RESPOSTA que sairá das urnas, pois estamos cansados de sermos obrigados a ceder o nosso território e assistirmos nossas riquezas serem extraídas até a última raspa conforme aconteceu quando o Pará foi dividido cedendo a área do extremo norte para dar origem ao ex-Território Federal, hoje Estado do Amapá. Após a divisão, o manganês foi embora... Ficou apenas a grande cratera e a área que de nós foi tirada com esse mesmo discurso “desenvolvimentista”, não garantiu ao ex-território o enriquecimento prometido.

Portanto, o Pará jamais voltará a ser dividido desta forma, pois, conforme dissemos acima, a primeira experiência foi frustrante. O Pará já está dividido em 144 municípios. Se as riquezas do nosso solo não estão sendo suficientes para os estrangeiros que se mudaram pra “terra de todos” e “terra de ninguém”, também não está chegando a nós, pois, também vivemos no mais completo abandono.
Não somos nós os belenenses, os algozes do nosso estado e sim essa politicagem nojenta que está preocupada apenas em impor ao povo mais dois governadores, seis senadores e “trocentos” deputados para viverem parasita e corruptamente às custas de todos nós, independente de sermos do nordeste, sul, oeste e sudeste.
Vocês, legitimadores oficiais, travestidos de intelectuais, ao invés de desejarem socializar e democratizar riquezas querem a todo custo estabelecer uma divisão territorial que só irá aumentar a pobreza e as desigualdades que infelizmente já imperam no nosso Estado. As colocações de vocês são doutrinárias, pois, segundo suas palavras “Pra quem mora em Belém como vocês é muito fácil defender o que está perto de vocês”. Se assim fosse, não estaríamos defendendo o nosso território total, incluindo a área que vocês querem chamar de Tapajós e Carajás, pois geograficamente Belém está longe delas, o que defendemos é o nosso estado grande.
Se em vez de pautar sua vida profissional em cargos, você se aproximasse dos professores sem lhes olhar de cima, talvez soubesse que temos compromisso e vamos sempre que nos chamam para qualquer lugar. Sou socióloga, historiadora, metodóloga, mestra, se precisar de mim, me procura na Faculdade de Ciências Sociais da UFPA, que eu vou. Nezilda Jacira Lourinho de Campos

MORTE ANUNCIADA DIA 24-5-2011 
 www.extrativismo.org.br 

Hoje, 24 de maio de 2011, foram assassinados nossos companheiros, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assentados no Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna – PA. Os dois foram emboscados no meio da estrada por pistoleiros, executados com tiros na cabeça, tendo Zé Claúdio a orelha decepada e levada pelos seus assassinos provavelmente como prova do “serviço realizado”.
Camponeses e líderes dos assentados do Projeto Agroextratista, Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo (estudante do Curso de Pedagogia do Campo UFPA/FETAGRI/PRONERA), foram o exemplo daquilo que defendiam como projeto coletivo de vida digna e integrada à biodiversidade presente na floresta. Integrantes do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes, os dois viviam e produziam de forma sustentável no lote de aproximadamente 20 hectares, onde 80% era de floresta preservada. Com a floresta se relacionavam e sobreviviam do extrativismo de óleos, castanhas e frutos de plantas nativas, como cupuaçu e açaí. No projeto de assentamento vive aproximadamente 500 famílias.A denúncia das ameaças de morte de que eram alvo há anos alcançaram o Estado Brasileiro e a sociedade internacional. Elas apontavam seus algozes: madeireiros e carvoeiros, predadores da natureza na Amazônia. Nem por isso, houve proteção de suas vidas e da floresta, razão das lutas de José Cláudio e Maria contra a ação criminosa de exploradores capitalistas na reserva agroextrativista.
Tamanha nossa tristeza! Desmedida nossa revolta! A história se repete! Novamente camponeses que defendem a vida e a construção de uma sociedade mais humana e digna são assassinados covardemente a mando daqueles a quem só importa o lucro: MADEREIROS e FAZENDEIROS QUE DEVASTAM A AMAZÔNIA.  
ATÉ QUANDO?
Não bastasse a ameaça ser um martírio a torturar aos poucos mentes e corações revolucionários, ainda temos de presenciar sua concretude brutal? Não bastasse tanto sangue escorrendo pelas mãos de todos que não se incomodam com a situação que vivemos, ainda precisamos ouvir as autoridades tratando como se o aqui fosse distante? Não bastasse que nossos homens e mulheres de fibra fossem vistos com restrição, ainda continuaremos abrindo nossas portas para que os corruptos sejam nossos lideres? Não bastasse tanta dificuldade de fazer acontecer outro projeto de sociedade, ainda assim temos que conviver com a desconfiança de que ele não existe?
Não bastasse que a natureza fosse transformada em recurso, a vida tinha também que ser reduzida a um valor tão ínfimo? Não bastasse a morte orbitar nosso cotidiano como uma banalidade, ainda temos que conviver com a barbárie? Mediante a recorrente impunidade nos casos de assassinatos das lideranças camponesas e a não investigação e punição dos crimes praticados pelos grupos econômicos que devastam a Amazônia, RESPONSABILIZAMOS O ESTADO BRASILEIRO – Presidência da República, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Polícia Federal, Ministério Público Federal – E COBRAMOS JUSTIÇA!
ESTAMOS EM VÍGILIA!!!
“Aos nossos mortos nenhum minuto de silêncio. Mas toda uma vida de lutas.”
Marabá-PA, 24 de Maio de 2011.
Universidade Federal do Pará/ Coordenação do Campus de Marabá; Curso de Pedagogia do Campo UFPA/FETAGRI/PRONERA; Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo;
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST/ Pará;
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura – FETAGRI/Sudeste do Pará;
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar – FETRAF/ Pará;
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB;
Comissão Pastoral da Terra – CPT Marabá;
Via Campesina – Pará;
Fórum Regional de Educação do Campo do Sul e Sudeste do Pará.
EDSON "Marchar se faz necessário para  espantar os abutres do caminhos,pois se eterno são os Sonhos, Eternas são a esperança de vencer". Ademar Bogo

UM MES DEPOIS EM 01/07/2011 Ibama fecha madeireiras de Nova Ipixuna (PA) onde casal extrativista foi executado
http://www.primeiraedicao.com.br/noticia/2011/07/01/ibama-fecha-madeireiras-de-nova-ipixuna-pa-onde-casal-extrativista-foi-executado

Ver também:
1- http://militanciaviva.blogspot.com/2011/05/pastoral-o-estado-tem-responsabilidade.html 
2- http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/05/ativistas-ambientais-sao-executados-no.html?spref=tw
3-http://espacoacademico.wordpress.com/2011/05/30/nota-de-morte-anunciada/
COMENTÁRIO -"Sinceramente, é o tipo de texto que seria muito melhor não ser necessário escrever. Mas, diante dos acontecimentos, também é preciso denunciar. Mas até quando ainda teremos que conviver com notícias como estas neste país?Abraços e obrigado. Antonio Ozaí da Silva"  blog: http://antoniozai.wordpress.com
MEMÓRIA DO BLOG   LEIA O TEXTO  de terça-feira, 10 de maio de 2011 
1- http://educomambiental.blogspot.com/2011/05/do-por-que-o-para-vai-virar-tres-e.html
2- http://hupomnemata.blogspot.com/2011/05/os-quatro-custos-de-dividir.html 
 3- http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3022  
  4-http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/05/impasse-florestal  

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