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domingo, 24 de abril de 2016

CHERNOBIL : O RENASCIMENTO DA VIDA SEM A INTERFERÊNCIA HUMANA

TRAGÉDIA 
Há vida em Chernobil 
Trinta anos depois do maior desastre nuclear da história, a fauna e a flora voltam a prosperar na região do acidente que matou 25 mil pessoas. A conclusão dos cientistas é que o homem era mais nocivo à natureza do que a radiação  É um espetáculo de natureza bonito de se ver. Em meio à vegetação de clima frio, pontuada por neve, alces, veados, corços, javalis e lobos convivem e se reproduzem. Um cenário completamente diferente de 30 anos atrás, quando a região foi palco do maior acidente nuclear civil da história da humanidade, a ponto de afastar todas as pessoas de lá. O desastre de Chernobil matou 25 mil pessoas, fez com que 200 mil deixassem suas casas e transformou a área em um lugar completamente inabitável para humanos. Mas é por causa dele que, hoje, a fauna e a flora prosperam no local. Os níveis de radiação atualmente são 100 vezes menores do que após a tragédia. Só que, ironicamente, os efeitos são menos catastróficos do que quando os próprios homens responsáveis pelo desastre habitavam a região. “É muito provável que a população desses animais em Chernobil seja muito mais numerosa do que antes do acidente”, disse à ISTOÉ Jim Smith, professor de Ciências Ambientais da Universidade de Porsmouth, no Reino Unido, e co-autor de um estudo sobre a região que foi publicado pela revista americana Current Biology. “Isso não significa que a radioatividade é boa para a vida selvagem, apenas mostra que o efeito das atividades humanas, como a agricultura, a caça e a exploração florestal, é muito pior.”
Antes do acidente que tornou a região uma zona de exclusão abandonada pelos humanos, Chernobil – duas cidades e muitas aldeias – tinha uma população de 116 mil pessoas que viviam lá e usavam a área para agricultura, silvicultura, caça e pesca. “A habitação humana e exploração da área teriam tido um efeito sobre todas as espécies, mas particularmente em animais predadores como o lobo, o lince e o urso pardo”, afirma Smith. Segundo o estudo, a primeira vez que linces foram registrados na área de exclusão foi em 1991. “Nos primeiros anos de trabalho na reserva, senti compaixão pelas pessoas que foram forçadas a deixar sua pátria, mas ao longo dos anos, observando a vida selvagem, este sentimento foi substituído por outro. Pensei mais nos animais”, diz Tatyana De Ryabina, co-autora da pesquisa, que passou anos estudando sobre a vida selvagem na área de exclusão. Smith acredita que algumas partes da zona de exclusão podem, um dia, ser habitadas novamente por pessoas e que se isso acontecer a vida selvagem pode ser novamente prejudicada pela presença dos humanos. Atualmente, Smith, Adelaide Lerebours, da Universidade de Portsmouthy, David Copplestone, da Stirling University, e Nel Willey, da University of the West Of England, estão empenhados no programa Environment Research Council “Radioactivity and the Environment”, em que estudam os níveis de radiação e como isso afeta o DNA dos animais, insetos e plantas que habitam Chernobil.

RENASCIMENTO 
Cientistas que estudam a fauna e a flora da região (acima) afirmam que é muito  provável que a população de animais seja muito maior do que antes do acidente

 Ludmilla Amaral (ludmilla@istoe.com.br) 

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