IMPOSTOS EM SÃO PAULO

domingo, 24 de junho de 2007

Mais uma... Quem vai fazer parar com isso...

O projeto de construção da barragem de Tijuco-Alto, no rio Ribeira de Iguape, por parte da Companhia Brasileira de Alumínio (C.B.A), do grupo Votorantin, do empresário Antônio Ermírio de Moraes, é a primeira de uma série de quatro barragens ao longo do rio. Além de Tijuco-Alto o projeto inclui as Barragens de Funil, Itaóca e Batatal.

O empreendimento é de uso exclusivo da C.B.A que irar gerar energia para sua fábrica de transformação de Alumínio, localizada a centenas de quilômetros da região do Vale do Ribeira. Cerca de 70% da produção da empresa é destinada para exportação.

Os impactos ambientais, sociais e culturais são enormes e irreversíveis. Entre eles teremos 5 mil km de Mata Atlântica inundados, sendo esse ecossistema um dos mais ameaçados do mundo; a região do Vale do Ribeira, compreendida entre os estados de São Paulo e Paraná, abriga mais de 50 comunidades quilombolas, onde muitas serão alagadas, influenciando na perda da cultura e do modo de vida tradicional não apenas dos quilombolas, mais também de ribeirinhos e caiçaras, havendo perda de áreas indígenas, considerando a Mata Atlântica como território Guarani; parte do patrimônio espeleológico ficará debaixo d’água; os trabalhadores também serão afetados sendo que, apenas na pesca da manjuba, que depende da vazão do rio para fazer a piracema, temos 2 mil pescadores envolvidos; o lago da represa inundará áreas anteriormente usadas para a mineração de chumbo, havendo perdas da qualidade da água, contaminando, peixes e afetando a produção e coleta de ostras na região do complexo estuarino-lagunar de Iguape – Cananéia - Paranaguá, afetando toda a cadeia alimentar, uma vez que esse metal pesado é bioaculativo. Tendo o homem no o topo da cadeia, implicará em danos à saúde da população; as áreas mais férteis para a agricultura na região estão localizadas nas áreas de várzea, podendo essas serem usadas para a reforma agrária.

A resistência se fortalece a cada dia. Em maio de 2007, mais de 2.500 pessoas pararam a rodovia BR 116. É a luta contra a opressão do capitalismo, contra a concentração de renda, em detrimento do povo pobre e trabalhador que usa e depende diretamente do rio Ribeira de Iguape, o único grande rio do estado de São Paulo sem barragens.

Pedimos que divulguem este e-mail para que juntos consigamos parar mais um grande desastre ambiental, social e cultural em nosso país.

Helder S. Oliveira. Movimento Ecossocialista.

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