IMPOSTOS EM SÃO PAULO

sexta-feira, 17 de julho de 2015

VIAJANTE NORUEGUÊS FEZ DO PORTO DE PARANÁGUA SUA ENTRADA PARA O MUNDO COBOCLO

HÁ 80 ANOS
Morto em 1935, Andersen passou à história como pai da pintura paranaense: sua casa transformou-se num museu, suas obras tornaram-se referências regionais e sua trajetória converteu-se num “terreno fértil para a pesquisa em sociologia da arte”, afirma Amélia Siegel Corrêa, autora do livro Alfredo Andersen – Retratos e paisagens de um norueguês caboclo. O livro, publicado com o apoio da FAPESP, corresponde à tese de doutorado de Corrêa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), orientada por Leopoldo Garcia Pinto Waizbort, também com bolsa da Fundação. “O objetivo é entender os condicionantes sociais e históricos da atividade do artista”, resume Corrêa. O livro, em que ela também analisa as obras do pintor, será lançado em 6 de agosto, na Livraria Cultura, em Curitiba, no Paraná.
80 anos depois
A pesquisa envolveu consulta a diversas fontes bibliográficas, inclusive na Noruega – onde Andersen nasceu, em 1860, filho de um capitão de navio e de uma dona de casa –, para “entender a formação artística e a identidade do pintor”. Nos primeiro e segundo capítulos, Corrêa percorre a biografia e a trajetória artística do pintor, que começou a frequentar escola de desenho aos 14 anos e teve sua formação marcada pelo retrato e pelo paisagismo, tradicionais na Noruega, ainda fortemente contaminado pelo realismo. Andersen vendeu a primeira tela em 1888 e, em 1891, numa exposição individual, comercializou cinco dos dez quadros expostos. Sua arte, no entanto, desenvolveu-se na “periferia” da cultura europeia que tinha epicentro em Paris e no impressionismo. “Se a pintura naturalista perdia cada vez mais espaço na Europa com o avanço das vanguardas, ele foi bem recebido no Sul do Brasil”, afirma.
Um país promissor
Foi com essa bagagem que Andersen aportou no Brasil, país que ele conhecera anos antes, em viagem com o pai. “Instalar-se num país promissor era compatível com um homem de trinta e poucos anos que via sua carreira artística sob ameaça de fracasso.” No capítulo três, Corrêa analisa a fase brasileira do pintor, principalmente, os retratos, de forma a apreender, “pelo contexto social e pelas redes de relações que foram produzidas”, a relação entre arte, cultura e política no Paraná e a posição do pintor nessa configuração. A fotografia, na época, já fazia sucesso no Brasil e Andersen fez dela uma aliada: aceitava encomendas a partir de fotos de pessoas. “Costumava dizer que era mais fácil ser pintor do que fotógrafo”, ela conta. Pintava ao gosto de fregueses – comerciantes, profissionais ligados ao porto de Paranaguá, à estrada de ferro ou à erva-mate –,   que consideravam o retrato um “símbolo de status”, e assim garantia o sustento da família. Mudou-se para Curitiba e ampliou sua rede de relações para incluir também literatos e políticos. No quarto capítulo a autora investiga as pinturas de paisagens, gênero pelo qual ele se tornou mais conhecido: marinhas do litoral, cenas do porto e paisagens de Rocio, até chegar ao tema “canônico” dos pinheirais. “É possível perceber, também, o processo de mudança da fatura estética do pintor, o que se deu tanto pelo contato com outros paisagistas brasileiros, como pelas pressões do mercado”, ela explica. O quinto capítulo tem como pano de fundo a belle époque curitibana. Com a República, a promulgação da 1ª Constituição da província do Paraná e o crescimento da indústria do mate e da madeira, a atividade artística se expande e começam a surgir as primeiras exposições, assim como as primeiras tentativas de instauração de uma Escola de Música e Belas Artes, que se concretizará apenas em 1948. No sexto e último capítulo, Corrêa explora a posição de Andersen nesse novo ambiente, tendo como foco o casamento nativo e a sua condição de estrangeiro. “Entramos na casa do pintor através das suas pinturas, inclusive dos retratos afetivos dos seus familiares”, afirma. As cenas de gênero, ela sublinha, configuram a faceta mais autoral da sua produção. “É onde ele mostra o seu cotidiano e seu caminho sem volta rumo à luz e à cultura brasileira.”
Ficha
Título: Alfredo Andersen – Retratos e paisagens de um norueguês caboclo Autora: Amélia Siegel Corrêa Editora: Alameda Ano: 2014 Páginas: 380               
 NOTA AO PÉ DA LETRA: OSítio Paiquerê, em Valinhos, foi construido sob a lenda dos  índios Paranaenses cuja lenda  PAIQUERÊ significava PARAÍSO EM TUPI-GUARANI  A artista plástica Maria Judith de Campos Fonseca, casada com um médico, inspira-se nas pinturas naturalista de Alfredo Andersen para construir uma intalação de 128 mil hequitares nesta região ocupada por imigrantes italianos LEIA AQUI PONTO A PONTO A ENCICLICA PAPAL LAUDATO SI                                                http://www.observatoriodoclima.eco.br/a-enciclica-de-francisco-ponto-a-ponto/    

PAIQUERÊ
Sítio Paiquerê Valinhos  

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