IMPOSTOS EM SÃO PAULO

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ENCERRADA A RIO+20 COM A INSTALAÇÃO DO LIXO USADO: DEPOIS VEM O RECICLO!

Vick Muniz ARTE E POLÍTICA NA "CÚPULA DOS POVOS"
A Baía da Guanabara, reproduzida com milhares de dejetos, é a mais recente instalação do famoso artista plástico brasileiro Vik Muniz, em construção perto do Museu de Arte Moderna (MAM), durante a conferência Rio+20.É preciso subir em uma passarela a 10 metros do chão para apreciar a baía reconstruída com recicláveis, como garrafas e sacolas plásticas, latas de cerveja e refrigerantes, embalagens de leite e envoltórios diversos.A instalação de 30 x 40m começou a ser construída na sexta-feira, dia 15, e prosseguirá até o fim da cúpula, que reunirá entre 20 e 22 de junho mais de 130 chefes de Estado e de governo do mundo inteiro.
Cabe ao público da Cúpula dos Povos, evento paralelo organizado pela sociedade civil no Parque do Flamengo, onde fica o MAM, levar o lixo utilizado para montar a instalação.
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Luis Felipe Valle disse...
Inverdades Convenientes
Desde a Estocolmo 72, primeira grande conferência de abrangência mundial tendo como foco o desenvolvimento sustentável, termo que na época sequer existia, temos caminhado de maneira bastante obtusa na questão da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente.Antes de tudo, é necessário lembrar que na década de 70 o mundo passava pela Guerra Fria e, nesse período, a potência soviética não demonstrava os sinais de cansaço que vieram depois, nos anos 80; pelo contrário, a ideologia capitalista buscava desmedidamente encontrar e expandir áreas de influência para perpetuar-se, pondo um ponto definitivo no socialismo.É justamente nesse contexto que a postura Neomalthusiana, determinista e neocolonialista, ganha forças ao doutrinar a população que se engajava com as causas ambientais, sob a perspectiva de um futuro absolutamente sombrio e devastador caso o desenvolvimento industrial não parasse naquele exato momento, cristalizando, oportunamente, a situação hegemônica de países como EUA, Alemanha, Reino Unido, França e Japão, suprimindo completamente o progresso dos atuais emergentes, a exemplo do Brasil, Índia, China e a própria Rússia, na ascendente pós Guerra Fria.Tornou-se verdade dizer que a escassez de alimentos seria causada pelo crescimento demográfico e que a pobreza dava-se não pelo gravíssimo contraste social e precária distribuição de renda, mas pela existência do pobre. A utilização de métodos contraceptivos autoritários e políticas de extermínio em massa da população socioeconomicamente vulnerável são dois dos muitos exemplos devastadores que assolaram o mundo, inclusive o Brasil, enquanto regimes militares da época legitimavam a demagogia pregada pelas hegemonias globais.

5 comentários:

Luis Felipe Valle disse...

O voracidade pelo novo, pelo moderno, a vontade implacável de possuir o suprassumo anunciado pelos meios de comunicação, a necessidade irrefreável de “ter” para sentir-se melhor caminha para a estimativa da produção de cerca de 10kg de lixo por pessoa semanalmente (se parecer exagero, repare na quantidade de lixo que você produz diariamente!). Multiplicando-se pela população humana, de 7bi, e dividindo pelos segundos que formam uma semana, chega-se a apocalíptica marca de mais de 100.000kg de lixo produzidos por segundo na Terra!
Não é à toa que, ao comprar um processador novo e perceber que ele não se encaixa na placa-mãe, você acaba optando por trocar o computador todo. Não é sem querer que as empresas de software lançam programas com compatibilidade restrita a certos tipos de componentes, nem que a exposição tecnológica é feita gradualmente, forçando o consumidor a caminhar de pixel em pixel nas câmeras fotográficas, por exemplo. O grande problema é que tudo que é comprado, inevitavelmente, será convertido em lixo um dia e esse ciclo tem se tornado cada vez mais curto.
A reciclagem, se otimizada, modernizada, equipada e apoiada, seria capaz de converter todo esse lixo em novos produtos, imbuídos dos constantes avanços tecnológicos que tornam nossa vida mais fácil a cada dia, mas um efeito colateral surgiria: como ficariam as grandes companhias produtoras e exportadoras, por exemplo, de papel e celulose? Ou de plástico? Ou mesmo as mineradores e petrolíferas, como a Vale do Rio Doce e a Petrobrás? Haveria uma grande redução no consumo industrial de matéria-prima, forçando o setor industrial a adequar-se à proposta da reciclagem, o que demandaria um longo período de adaptação para ao novo modelo de produção, à redução do consumo, à reutilização de matérias-primas e, consequentemente, a diminuição dos lucros exorbitantes oriundos da exploração dos recursos naturais usados irrestritamente hoje em dia no mundo todo.
Mais do que criticar a Rio+20 e responsabilizar líderes do governo ou até mesmo as marionetes do capitalismo, a reflexão deve ser direcionada à população de modo geral, individualmente, num primeiro momento, favorecendo a formação de uma leitura realista sobre os graves problemas ambientais e sociais causados pelo consumismo e, num segundo momento, coletivamente, criando condições efetivas às mudanças que tanto almejamos, afinal de contas é grosseiramente mais provável que uma espécie de apenas 10.000 anos seja sumariamente extinta de um planeta cuja idade extrapola os 4.500.000.000 de anos do que o contrário.



Luis Felipe Valle
Junho|2012

Luis Felipe Valle disse...

A produção do lixo, por exemplo, foi subitamente esquecida e substituída pelo discurso ultrapassado da elevação dos níveis oceânicos e o derretimento das calotas polares, fenômenos absolutamente naturais, de ordem cronológica gigantescamente maior do que o ínfimo período de passagem do ser humano pela Terra.
O perigo da superpopulação e das catástrofes decorrentes da escassez de água, alimentos e espaço antagonizou-se de maneira irracional e inconsequente às graves projeções de envelhecimento populacional e queda do crescimento vegetativo no Brasil e na Argentina, por exemplo, e de maneira muito mais intensa e preocupante em países europeus, sendo a França um dos poucos que ainda sustenta a renovação demográfica no continente.
Em momento algum foi citado, durante o discurso da falta de espaço e de alimentos, que no Brasil há 200mi de cabeças de gado, bem alimentados e confortavelmente alojados – apesar da morte cruel e desumana que os aguarda – enquanto centenas de milhares de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza; foi omitido também que os excessos que tornam os EUA o país com os maiores índices de obesidade mórbida, obesidade mórbida infantil e mortes causadas pro doenças associadas a dietas exageradas (hipertensão, enfartes, trombose, esteatose hepática, diabetes tipo 2 etc.) contrapõem-se de maneira evidente num quadro não de escassez, mas de completo desequilíbrio, quando mencionados os casos frequentes de subnutrição na África subsaariana, por exemplo.
Os excessos não se limitam à alimentação, revelando o interesse econômico encapado com as bandeiras da sustentabilidade, ao fomentar o consumo adornando bugigangas tecnológicas com “selos verdes” que tem pouquíssima ou nenhuma diferença em relação aos similares não selados – com exceção do preço abusivo “em favor do meio ambiente”.
O que parece não emplacar de vez nas discussões ecossustentáveis é que o volume monstruoso de lixo produzido por toda essa ideologia fajuta e nada prática está ficando cada vez maior e já não tem mais para onde ir!
A reciclagem, política que deveria adotada com imbatível prioridade, é deixada de lado, à sombra do preconceito social contra os cidadãos e cidadãs que mantém nosso planeta limpo, dando aos despercebidos a sensação de que o lixo “desaparece” quando é recolhido pelo caminhão. Longe disso, estão tornando-se cada vez mais raros, caros e problemáticos os locais de aterramento residual que fogem dos olhos da população de classe média-alta.

Luis Felipe Valle disse...

Inverdades convenientes forjaram-se, desde então, impulsionadas pelo amplo avanço do capitalismo e do consumismo, fomentado pela imprensa antiética e mercenária – dominante em países como Brasil, México e Argentina – a exemplo da atribuição do uso de refrigeradores que usavam CFC (cloro-flúor-carbonetos) a um suposto crescente buraco na camada de ozônio terrestre, que hoje se sabe estar muito mais ligado às atividades da ionosfera e do campo eletromagnético da Terra do que aos “vilões do aerossol”.
O que é completamente comprovado é o número exorbitante de novos refrigeradores que foram fabricados e vendidos a centenas de milhares de pessoas que, em sua nobre comoção, juravam estar lutando pelo meio ambiente enquanto, na verdade, colaboravam para a formação de uma volumosa pilha de lixo, cada dia maior e mais nociva ao planeta, contaminando solos, corpos hídricos superficiais e subsuperficiais, e sentenciando à subutilização enormes áreas.
A fala sobre o aquecimento aquecimento global, na Rio+10, uma década de negações e postergações depois da Eco92, ganhou forças sob a voz esquecida do ex-vice-presidente do país que mais gera lixo no planeta – não só em seu território, mas no mundo todo – atribuindo ao gás carbônico a suposta culpa pelo aumento do suposto efeito estufa antrópico, cujas supostas maiores fontes vinham justamente dos países que ameaçavam a hegemonia dos vitoriosos da Guerra Fria.
Faltou, entretanto, mencionar nessa inverdade conveniente, que o vapor de água é responsável por mais de 80% da absorção e retenção de calor na atmosfera terrestre e que o efeito estufa é absolutamente necessário à vida no planeta, amenizando a amplitude térmica entre os dias e noites, por exemplo, e garantindo a distribuição uniforme de chuvas, bem como a circulação regular de massas úmidas.
Quanto ao aquecimento global, esqueceu-se de destacar que os períodos de maior abundância da vida terrestre ocorreram justamente quando a Terra era cerca de 15°C mais aquecida do que atualmente, comprovada pela formação de gigantescas florestas equatoriais e notável aumento da biodiversidade marinha e terrestre.
Esse ano, na Rio+20, a letargia parece ter sido mais uma vez preponderante sobre a mobilização popular que, apesar de ter sido marcante em alguns momentos, não foi suficiente para alertar para os maiores problemas ambientais pelos quais verdadeiramente deveríamos nos preocupar.

Luis Felipe Valle disse...

Inverdades Convenientes

Desde a Estocolmo 72, primeira grande conferência de abrangência mundial tendo como foco o desenvolvimento sustentável, termo que na época sequer existia, temos caminhado de maneira bastante obtusa na questão da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente.
Antes de tudo, é necessário lembrar que na década de 70 o mundo passava pela Guerra Fria e, nesse período, a potência soviética não demonstrava os sinais de cansaço que vieram depois, nos anos 80; pelo contrário, a ideologia capitalista buscava desmedidamente encontrar e expandir áreas de influência para perpetuar-se, pondo um ponto definitivo no socialismo.
É justamente nesse contexto que a postura Neomalthusiana, determinista e neocolonialista, ganha forças ao doutrinar a população que se engajava com as causas ambientais, sob a perspectiva de um futuro absolutamente sombrio e devastador caso o desenvolvimento industrial não parasse naquele exato momento, cristalizando, oportunamente, a situação hegemônica de países como EUA, Alemanha, Reino Unido, França e Japão, suprimindo completamente o progresso dos atuais emergentes, a exemplo do Brasil, Índia, China e a própria Rússia, na ascendente pós Guerra Fria.
Tornou-se verdade dizer que a escassez de alimentos seria causada pelo crescimento demográfico e que a pobreza dava-se não pelo gravíssimo contraste social e precária distribuição de renda, mas pela existência do pobre. A utilização de métodos contraceptivos autoritários e políticas de extermínio em massa da população socioeconomicamente vulnerável são dois dos muitos exemplos devastadores que assolaram o mundo, inclusive o Brasil, enquanto regimes militares da época legitimavam a demagogia pregada pelas hegemonias globais.

Educomunicação Ambiental disse...

Luiz Felipe,muito obrigada pela sua participação e a coragem de falar! Abraços Odila Fonseca